Biotério garante ciclo de vida das aves do Mangal
Um passeio ao Mangal das Garças permite ao visitante o contato direto e cada vez mais raro a quem vive nos centros urbanos com uma mostra da rica e exuberante fauna e flora amazônicas, mas nem de longe dá a dimensão do trabalho realizado nos bastidores do parque zoobotânico para que esse prazer seja proporcionado ao público.
Para reproduzir, alimentar e criar os animais são necessários diversos cuidados, procedimentos e espaços técnicos. Um deles é o Biotério, um ambiente existente em diversos zoológicos e parque de aves.
O biotério é um espaço destinado à criação de insetos e outras fontes que servirão de alimento para os animais do parque. No caso do Mangal, os técnicos trabalham com a reprodução do besouro Tenebrio molitor, um dos alimentos vivos mais nutritivos para as aves por ser rico em proteína animal, carboidrato, matéria fosfatada e fibras digestíveis.
O inseto é alimento para a maioria das aves do parque, como o Quero-quero e o Pavãzinho do Pará. “Muitas aves já nascem caçando, então antes de serem condicionadas a comer a ração, elas têm que ter a caça. É uma criação relativamente simples, mas que sem a qual não poderíamos manter algumas espécies e nem receber outros filhotes”, explica Igor Seligmann, biólogo e gestor do parque.
Dentro do biotério é conduzido todo o processo de criação do Tenebrio molitor, cuja metamorfose se assemelha à das borboletas e mariposas. “Ele tem vários estágios larvais, mas da fase de pupa vai direto para a fase adulta. Isso é uma grande vantagem, pois o desenvolvimento é mais rápido”, destaca Igor. Na sala exclusiva para esse trabalho são produzidos de 150 a 200 insetos por dia.