Hospital de Marabá alcança mais de 36 mil pessoas com ações de humanização em 2025
Iniciativas fortalecem vínculos, ampliam escuta e aproximam equipes e usuários, transformando para melhor a rotina ao longo do ano
O ano de 2025 tem sido marcado por avanços expressivos na humanização no Hospital Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá. De janeiro a dezembro, a unidade promoveu 370 ações artísticas, culturais e educativas, alcançando 36 mil usuários, entre pacientes, acompanhantes e pessoas que estiveram no hospital para exames e consultas.
Edson Pereira, 45 anos, morador de Marabá na região de Carajás, passou dez dias internado após uma cirurgia ortopédica. Ele conta que as ações de humanização tornaram a recuperação mais leve. “Eu estava apreensivo, mas cada visita, cada conversa e até as músicas no corredor ajudaram a manter a cabeça boa. A equipe me tratou como gente, não como número”, afirmou.
Os levantamentos da instituição apontam crescimento expressivo no número de usuários beneficiados pelas ações de humanização. Em 2024, 30.279 pessoas foram alcançadas pelas atividades desenvolvidas ao longo do ano. Já em 2025, o total subiu para 36.109 usuários, um aumento de cerca de 20%, fortalecendo as estratégias que ampliam o acolhimento, qualificam a escuta e humanizam cada cuidado com respeito, sensibilidade e presença.
Saúde em Foco
Entre as ações que aproximaram equipes e usuários em 2025, está o “Saúde em Foco”, que transformou as recepções do hospital, em espaços de diálogo e orientação. Nas atividades os profissionais conduziram palestras sobre prevenção e temas das campanhas das datas coloridas, como Outubro Rosa e Novembro Azul, reforçando a importância do autocuidado.
Letícia Mesquita, 28 anos, moradora de Itupiranga, na região do Lago de Tucuruí, sentiu-se acolhida enquanto aguardava um exame de ressonância magnética. “Participei de uma palestra do Dezembro Vermelho sobre prevenção do HIV. Tirou dúvidas que eu carregava e me fez entender melhor como me proteger. Saio daqui mais confiante”, concluiu.
As iniciativas de humanização têm transformado a unidade gerenciada pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA) em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em um ambiente mais acolhedor e empático. Alinhado à Política Nacional de Humanização (PNH), o hospital reforça o compromisso com um cuidado integral do paciente.
Daiane Uszinsky, analista de humanização na unidade, destaca que o hospital conta atualmente com 26 projetos regulares voltados ao bem-estar de pacientes e familiares. Segundo ela, essas iniciativas consolidam uma cultura de cuidado mais próxima e sensível.
“Cada projeto nasce para atender uma necessidade real. A gente trabalha para que o paciente seja visto em sua totalidade, não apenas pela doença. Humanizar é ouvir, acolher e criar experiências que façam diferença na vida de quem passa por aqui”, enfatizou.
Quando a arte entra em cena
Outra frente que ganhou força em 2025 são as ações artísticas e culturais realizadas por voluntários, que incluem música ao vivo nos corredores, pintura terapêutica, palhaçaria, contação de histórias, intervenções lúdicas e apresentações temáticas em datas comemorativas.
As atividades ajudam a reduzir o estresse e humanizar o ambiente hospitalar. Foi o caso do Coral de Natal, que emocionou pacientes e acompanhantes durante apresentação na unidade. A marabaense Maria das Dores Silva, 52 anos, que acompanha familiar internado, conta que se surpreendeu com o momento de sensibilidade em meio à rotina hospitalar. “Quando o coral começou a cantar, parecia que o clima mudou. A gente esquece um pouco da preocupação e lembra que ainda existe esperança. Foi um alívio para o coração”, relatou.
José Raimundo, 47 anos, morador de Itupiranga, na região do Lago de Tucuruí, estava no regional para realizar uma consulta com ortopedista, quando se deparou com a apresentação de um grupo de palhaços nos corredores da unidade. Para ele, o momento quebrou a rotina de apreensão comum aos atendimentos hospitalares. “Eu estava tenso, pensando no problema de saúde. Quando eles chegaram, rindo e conversando com a gente, parece que tudo ficou mais leve. A gente esquece um pouco da preocupação e se sente mais acolhido”, relatou.
Experiências como as vivenciadas por Maria e José, evidenciam como a arte se tornou uma aliada importante no cuidado oferecido em Marabá. Ao integrar intervenções culturais à rotina assistencial, a unidade amplia o olhar para além do tratamento clínico, alcançando também o bem-estar emocional de pacientes e acompanhantes em momentos de maior vulnerabilidade.
Com os resultados alcançados, o diretor executivo da unidade Flávio Marconsini reforça que as ações de humanização seguem como prioridade. “Trabalhamos para oferecer excelência técnica, mas também um cuidado que acolhe, escuta e respeita cada história. Humanizar não é um extra: é parte fundamental da qualidade assistencial que entregamos todos os dias”, afirma.
Estrutura: Certificado com o Nível 2 de Acreditação da ONA, a unidade sob gestão do Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA) em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), oferece atendimento 100% gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A instituição conta com 135 leitos, sendo 97 de internação clínica e 38 de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
