Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
INTEGRAÇÃO SOCIAL

Famílias que acolhem famílias fortalecem vínculos e celebram o fim de ano no CIIR

Encontro no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) foi idealizado por pais e responsáveis e celebrou acolhimento e a esperança entre famílias atípicas

Por Danielle Carvalho (CIIR)
18/12/2025 11h34
Ao longo de três dias, a programação reuniu famílias e responsáveis de usuários, com a participação de cerca de 100 pessoas

Entre abraços, conversas sinceras e muitos sorrisos, mães, pais, familiares e responsáveis de usuários assistidos pelo Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea), no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, viveram momentos de integração e emoção durante a confraternização de fim de ano. A programação ocorreu nos dias 10, 11 e 17 deste mês, sendo planejada, organizada e executada pelos próprios familiares.

O objetivo foi criar um espaço de alegria, socialização e fortalecimento de vínculos, além de promover o acolhimento dos novos pais que passam a integrar o serviço neste semestre.

Participantes da confraternização que funcionou como um espaço de escuta, empatia e apoio mútuo

Por três dias, cerca de 100 pessoas participaram das atividades, que incluíram acolhimento e boas-vindas aos novos responsáveis, troca de experiências entre famílias veteranas e recém-chegadas, brincadeiras e sorteio de brindes. Mais do que uma celebração natalina, a confraternização se consolidou como um espaço de escuta, empatia e apoio mútuo entre quem vivencia , diariamente, os desafios e aprendizados do cuidado com pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A coordenadora Assistencial do Natea, Vanessa Teixeira, destacou o papel da coordenação no apoio à iniciativa, ressaltando que toda a programação foi idealizada e conduzida exclusivamente pelos pais e responsáveis. “Nosso papel, enquanto coordenação, é apoiar e incentivar esse protagonismo das famílias. Essa confraternização é totalmente organizada, planejada e executada por eles, e isso demonstra a força da rede que se constrói aqui no Natea. São momentos como esse que fortalecem vínculos, promovem acolhimento e ajudam essas famílias a perceber que não estão sozinhas nessa caminhada”, afirmou a gestora.

Uma das organizadoras da atividade foi Carla Corado, 39 anos, mãe de Lino Corado, de 12 anos, assistido pelo Natea desde o início dos atendimentos. Mãe veterana, Carla reforça que a confraternização já se tornou uma tradição entre as famílias. “A gente sempre organiza todos os anos, no final do ano, essa festa de Natal, que é uma confraternização entre os pais, principalmente as mães, que são as que mais trazem os filhos aqui. A gente considera esse momento um espaço de descontração, em que a gente pode ser a gente mesma. E é muito importante porque a gente faz a acolhida dos novos pais, que estão chegando agora, muitas vezes descobrindo o diagnóstico e se sentindo sozinhos”, relatou

Carla compartilha que também já esteve no lugar de quem chega sem saber por onde começar. “ Sei como é isso, já fui uma dessas mães. Eu sou fruto de mães que me acolheram quando eu cheguei aqui no CIIR e depois no Natea. Por isso a gente faz esse evento: é uma forma de mostrar que estamos juntos. Só uma mãe apoia outra mãe, e isso é certeza”, completou. 

Encontro entre famílias promoveu trocas, afeto e integração social

Para quem está começando essa jornada, o encontro representou um marco de acolhimento. Raylla Yasmim Sobrinho, 28 anos, mãe de Myguel Yam, de 9 anos, assistido pelo Natea há quase dois meses após diagnóstico de TEA no CIIR, participou da confraternização como mãe novata e se sentiu abraçada.

“Quando meu filho foi chamado para atendimento aqui, eu me deparei com diversas mães de diferentes histórias. Foi um momento muito acolhedor, porque elas dividiram experiências sobre inclusão, sobre nossos filhos e sobre aprendizados. Eu sou uma mãe nova e passei quase quatro anos em fila de espera por terapias, então chegar aqui e viver isso foi muito marcante”, contou.

Raylla Sobrinho, recém-chegada ao círculo de responsáveis, compartilhou seus desafios no cuidado com o filho com autismo

Raylla destacou a importância da troca com mães mais experientes. “Elas sentaram comigo, perguntaram como eu descobri o diagnóstico, como eu lido com isso. Eu não tinha participado antes de momentos assim com outras mães atípicas. Me emocionei muito, porque percebi que não estou sozinha. Muitas passam pelas mesmas dificuldades, seja na escola, na inclusão ou até em situações de bullying que meu filho já enfrentou. Ter essas mães ao meu lado me faz sentir melhor e mais forte”, relatou.

Ao apoiar iniciativas como essa confraternização, o CIIR reafirma seu compromisso com a promoção do bem-estar, da integração e do fortalecimento das famílias atendidas. Mais do que oferecer serviços especializados, o Centro acredita na construção de redes de apoio, no protagonismo das famílias e na criação de espaços humanizados, onde acolhimento, empatia e inclusão caminham juntos, contribuindo para uma trajetória mais leve e cheia de esperança para usuários e seus familiares.

Carla Corado, mãe atípica e uma das organizadoras da confraternização

Referência

O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação é referência estadual na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcD) visual, física, auditiva e intelectual. O acesso aos serviços é realizado por meio de encaminhamento das unidades de saúde, via Central de Regulação Municipal, que direciona os pedidos à Regulação Estadual. O perfil do usuário é analisado pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O CIIR é um órgão do governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A unidade está localizada na Rodovia Arthur Bernardes, 1000, bairro Val-de-Cães, em Belém.

Texto de Tarcísio Barbosa/ Ascom CIIR