Polícias Civil e Militar prendem envolvidos na morte de bancário em Trairão
A Polícia Civil transferiu para Belém, nesta quinta-feira, 16, cinco dos sete homens presos por envolvimento na tentativa de roubo ao Posto Bancário do Bradesco, em Trairão, sudoeste paraense. O grupo desembarcou por volta de 17h30, no hangar do Estado, e seguiu para a Delegacia Geral onde foi apresentado em entrevista coletiva. Junto com os presos foram trazidas cinco armas de alto poder de fogo encontradas escondidas em uma fazenda, em Trairão. O armamento foi usado durante a ação do grupo armado, que resultou na morte do gerente de banco Rodrigo Coutinho. Os criminosos foram presos por policiais da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) e da Companhia de Operações Especiais (COE), juntamente com policiais civis e militares da região.
O coronel Hilton Benigno, secretário adjunto de Gestão Operacional da Secretaria de Segurança Pública, destacou o sucesso da ação conjunta das Polícias Civil e Militar, em Trairão, na operação que levou à captura dos criminosos. Só esta semana, detalhou o delegado geral Rilmar Firmino de Sousa, foram presos 14 assaltantes de banco e um morreu em troca de tiros com policiais. Além disso, foram efetuadas três prisões de assaltantes de banco, na modalidade conhecida como "sapatinho", nesta quinta-feira, em Redenção, sudeste paraense. O coronel Roberto Campos, comandante geral da PM do Pará, pontuou os esforços do Sistema de Segurança Pública na repressão ao crime, com a utilização de todo um suporte logistico e tecnológico viabilizado por meio do serviço de inteligência e do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (GRAESP). Também participaram da coletiva o capitão Bruno Vivácqua, subcomandante da COE.
O delegado Nelson Pimentel, da Divisão de Repressão a Roubos a Bancos, unidade da DRCO, conta que um dia após o crime, ocorrido no último dia 10, a unidade policial assumiu as investigações após a chegada, a Trairão, de policiais civis e militares vindos de Belém. Com informações obtidas junto a testemunhas e reféns, e apoio de registros feitos com celular por moradores da cidade, alguns suspeitos foram identificados. Dois deles são os irmãos Luziel e Lucenildo Barbosa, que já eram investigados por crimes cometidos na região. Lucenildo, por sinal, é fugitivo do presídio regional de Altamira. Eles foram reconhecidos pela forma de andar e pela fisionomia. A partir do reconhecimento, as fotos dos dois foram divulgadas junto a todas as unidades policiais dos municípios próximos.
Os primeiros a serem presos, no dia 13, foram Evandro Guimarães Souza e Robson Chaves Lucena, acusados de atuar como "olheiros" do grupo criminoso na região. Eles foram conduzidos para o presídio regional em Itaituba, onde permanecem à disposição da Justiça. No dia seguinte, a guarnição comandada pelo tenente Marlos, deteve os irmãos Luziel e Lucenildo Barbosa, em Jacareacanga. Os dois estavam em companhia de outro acusado, Douglas Lima dos Santos. Eles foram ouvidos em depoimento e confessaram envolvimento na tentativa de roubo ao banco e também apontaram o local onde haviam deixado as armas usadas no crime - uma fazenda, na zona rural de Trairão.
Os policiais levaram cerca de cinco horas para localizar o armamento, escondido em um matagal. O dono da fazenda, Jeferson Ferreira Linhares, conhecido como "Jeferson Ostentação", também foi preso acusado de dar apoio ao grupo criminoso e fornecer alimentação. Ele é dono de várias propriedades na região e suspeito de envolvimento em tráfico de drogas. Ainda no decorrer das investigações foram presos mais dois envolvidos com a associação criminosa. Edinélio Cavalcante Lima, de apelido "Irmão", é apontado como a pessoa que ajudou no transporte do grupo. Ele já é conhecido da Polícia em Itaituba.
Segundo o delegado, ainda não foi possível identificar quem foi o autor dos tiros que levaram o bancário à morte. "Ele levou dois tiros de escopeta, que está entre as armas apreendidas. Então temos certeza que uma delas foi a usada para atingir o gerente. Os presos atribuem a ação ao quarto envolvido na tentativa de assalto, que está foragido", explica. Ainda conforme o delegado, nenhum valor em dinheiro foi roubado do banco, porque o carro-forte que deixaria uma alta quantia no local, não veio naquele dia. O gerente foi baleado em um impulso de um dos bandidos, contrariado por não ter conseguido abrir o cofre. Após a tentativa de roubo ao banco, eles ainda tentaram entrar na agência dos Correios, que fica em frente, mas não conseguiram porque o segurança do local conseguiu trancar o estabelecimento a tempo".
As investigações, destaca o delegado, prosseguem para prender o último envolvido no crime, que segundo ele já foi identificado. O major Kleverton Firmino, comandante da Companhia Independente de Operações Especiais (COE), destacou o investimento feito pelo Estado para qualificar os policiais civis e militares do Pará a atuarem no combate ao chamado "novo cangaço", modalidade de roubo a banco. Nove policiais militares participaram recentemente de um curso de operações rurais no estado do Mato Grosso, com a meta de repassar os conhecimentos a outros policiais que atuam nos municípios do interior do Estado.