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Ordenamento da pesca artesanal na Amazônia é apresentado pela Sedap na programação da COP 30

Programação destacou ordenamento produtivo e iniciativas para preservação do caranguejo-uçá e do camarão-da-Amazônia

Por Rose Barbosa (SEDAP)
19/11/2025 19h08

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) apresentou, nesta quarta-feira (19), as ações do Governo do Pará voltadas ao ordenamento da pesca artesanal durante painel promovido no Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, realizado na Green Zone, no Parque da Cidade. A atividade reuniu pescadores artesanais de diferentes colônias do Estado e abordou iniciativas de sustentabilidade que beneficiam diretamente as comunidades ribeirinhas e costeiras.

A programação, coordenada pela Diretoria de Pesca da Sedap, teve como tema central a organização da cadeia produtiva pesqueira e a valorização dos pescadores que atuam em áreas como manguezais e ilhas. O diretor de Pesca da Sedap, Orlando Lobato, conduziu o painel ao lado dos técnicos Ediano de Souza Sandes e Thiago Marcelo Pacheco de Oliveira, com participação do pescador artesanal e ribeirinho Assunção do Socorro Corrêa.

Sustentabilidade do caranguejo-uçá

Um dos destaques da apresentação foi o trabalho desenvolvido pela Sedap para reduzir a mortalidade do caranguejo-uçá durante o transporte. Segundo o oceanógrafo Thiago Pacheco, mais de 42 mil famílias de 447 comunidades costeiras no Pará dependem diretamente da captura do caranguejo, cuja produção mensal pode chegar a um milhão de unidades apenas no município de Bragança.

“A forma de transporte impacta diretamente na conservação do animal. A cambada, por exemplo, pode gerar até 60% de mortalidade, e as sacas de ráfia, até 40%”, explicou. Diante desse cenário, a então Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura, atual Sedap, passou a incentivar, desde 2013, o uso de basquetas sustentáveis. “Com essa mudança, a taxa de sobrevivência chega a 98%, o que garante maior qualidade do produto até o consumidor final”, completou Thiago.

Manejo do camarão-da-Amazônia

A cadeia produtiva do camarão-da-Amazônia (Macrobrachium amazônicum) também foi tema do painel. O técnico Ediano de Souza destacou que a Sedap integra o Comitê Permanente de Gestão da Pesca e realiza, desde 2023, o Programa de Fortalecimento e Sustentabilidade da Cadeia Produtiva do Camarão-da-Amazônia.

Um dos desafios identificados foi o uso inadequado de petrechos de pesca, como o matapi, o que contribuiu para a redução da captura da espécie. A secretaria acompanha de perto a situação e implementa ações corretivas com base em diagnósticos técnicos.

“Na Ilha das Cinzas, em Gurupá, observamos um aumento significativo no tamanho dos camarões, passando de 4,5 para 10,5 centímetros. Já na Ilha das Araras, em Curralinho, também registramos crescimento na produção. São resultados que reforçam a importância do ordenamento e da orientação técnica”, afirmou Ediano.