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Educação antirracista e saberes quilombolas ganham protagonismo na COP30 com apresentação da Seirdh

Painel apresenta a experiência do PSSQ e reforça a importância dos saberes ancestrais na agenda climática global

Por Governo do Pará (SECOM)
15/11/2025 17h03

A Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos do Pará (Seirdh) apresentou, neste sábado (15), no Pavilhão Pará, na Green Zone da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), o painel “Educação Antirracista: A Experiência do PSSQ no Estado do Pará — Histórias de Pertencimento e Saberes Ancestrais como Caminhos para a Justiça Climática”. A atividade reuniu participantes para discutir políticas públicas que integram igualdade racial, educação e enfrentamento da crise climática.

Conduzido pela coordenadora de Igualdade Racial da Seirdh, Roberta Sodré, o encontro contou com a participação de Elida Monteiro, liderança do quilombo Itancuã Miri, em Acará. As representantes apresentaram os avanços do Processo Seletivo Simplificado Quilombola (PSSQ) e da Câmara Técnica de Educação Antirracista, instituída pelo Decreto nº 3.934/2024, considerados marcos essenciais de uma política educacional reparadora, alinhada à justiça climática e ao fortalecimento dos territórios quilombolas.

O painel destacou a importância da atuação de professores quilombolas em seus próprios territórios, elemento que reforça pertencimento, autonomia comunitária e continuidade dos saberes tradicionais.

O PSSQ recebeu 1.755 inscrições em sua primeira edição, e os convocados já iniciaram suas atividades de forma gradativa, atuando atualmente em 11 municípios paraenses.

Saberes tradicionais como caminho para a justiça climática

Durante a apresentação, Roberta Sodré enfatizou que levar esse debate para a COP30 amplia o reconhecimento internacional das contribuições das comunidades tradicionais.

“Hoje mostramos que a valorização dos saberes locais transforma o território. Professores e alunos quilombolas envolvidos no PSSQ criam narrativas de pertencimento, de vitória, de memória. Isso faz com que a comunidade fortaleça sua relação com o território e busque caminhos mais sustentáveis para enfrentar a crise climática”, afirmou.

A liderança quilombola Elida Monteiro ressaltou que a luta por educação e clima ocorre de forma coletiva e integrada.

“Esse é um momento histórico. A luta segue na rua, nos territórios e nos espaços de formação. Tudo nasce da nossa base educacional. Estar aqui, na COP, discutindo algo que atravessa diretamente quem está no território é muito forte”, disse.

Participação ativa da sociedade civil

Entre os participantes do painel estava o publicitário Tharcisio Carmo, que destacou a importância de ouvir diretamente as vozes quilombolas.

“É muito importante estarmos nesses espaços e aprendermos com as perspectivas de quem vive nos quilombos. Nós, pessoas negras, precisamos ocupar esses lugares e ver o resultado de políticas como o PSSQ. Isso mostra que podemos ocupar outros espaços e que temos voz e conhecimento”, comentou.

A participação da Seirdh na COP30 reforça o compromisso do Governo do Pará em apresentar ações concretas que conectam justiça racial e justiça climática. A programação da Secretaria segue até o dia 20 de novembro, com novas mesas e debates.