Pará lança DETER-VS, sistema inédito de monitoramento da vegetação secundária na Amazônia
Ferramenta desenvolvida pelo Inpe, em parceria com a Semas, reforça o protagonismo do Estado do Pará em inovação ambiental e restauração florestal
O governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), lançou, nesta quarta-feira (12), durante a programação da COP30 em Belém, o DETER-VS, o primeiro sistema de monitoramento contínuo da vegetação secundária (floresta em regeneração) do Brasil.
Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em cooperação com a Semas, o sistema marca uma inovação no uso de dados de cobertura da terra e imagens de satélite. O DETER-VS acompanha a dinâmica dessa vegetação fundamental para o sequestro de carbono, a manutenção da biodiversidade, o equilíbrio climático, a proteção do solo e a regulação dos recursos hídricos.
A ferramenta realiza análises trimestrais a partir de imagens de média e alta resolução, utilizando processos automatizados para detectar mudanças na cobertura vegetal. O DETER-VS diferencia com precisão áreas de regeneração, conversão e recorte da vegetação secundária, oferecendo uma visão detalhada para a gestão, restauração e fiscalização.
Durante o painel de lançamento, a secretária adjunta de Águas e Clima da Semas (Sagac), Renata Nobre, destacou o papel de liderança do Pará na criação de soluções. “Essa entrega representa a capacidade do serviço público de inovar, mesmo diante das dificuldades. Foi o setor público, mais uma vez, que respondeu com agilidade e competência, em parceria com o Inpe, que entregou uma ferramenta de excelência que vai servir de exemplo para o Brasil”, afirmou Renata Nobre.
A secretária também ressaltou a tradição do Estado em liderar políticas ambientais. “O Estado do Pará está acostumado a criar suas próprias soluções. Foi assim com a unidade de restauração, uma figura jurídica inédita no Brasil, que permitirá avançar na restauração ecológica em escala. Precisamos compatibilizar as diversas atividades econômicas do nosso Estado e isso só é possível com inovação, ciência e gestão pública de qualidade”, completou.
Representando o Inpe Amazônia, a coordenadora da unidade regional do Instituto em Belém, Alessandra Gomes, explicou que o projeto é resultado direto de uma cooperação técnica com a Semas, nascida da necessidade de monitorar a vegetação secundária com mais precisão e frequência.
“O Inpe Amazônia foi criado para responder às demandas específicas da região, e esse projeto é um exemplo disso. A partir de uma demanda da Semas, começamos a desenvolver uma metodologia própria para mapear e monitorar trimestralmente as áreas de vegetação secundária”, explicou.
Ela detalhou que o sistema integra dados oficiais como PRODES e TerraClass e ressaltou a importância dos resultados. “O DETER-VS consolida o uso da ciência e da tecnologia como instrumentos de gestão ambiental. O Estado do Pará é pioneiro ao investir nesse tipo de inovação”, concluiu.
