Pará defende políticas de economia circular como caminho para a descarbonização e inclusão social
Economia circular e gestão de resíduos se consolidam como eixos da transição climática
O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), evidenciou durante três painéis realizados nesta semana, na Green Zone da COP30, em Belém, o compromisso do Estado com o desenvolvimento da economia circular como instrumento estratégico para a transição justa e para descarbonização.
Na terça-feira (11), o painel “Descarbonização e circularidade: A economia dos resíduos como uma nova agenda para o clima”, realizado no Pavilhão Pará, destacou o papel da gestão pública na construção de um modelo sustentável de aproveitamento de recursos e redução de emissões. Já na quarta-feira (12), o tema retornou ao debate nos painéis “Economia circular e enfrentamento à pobreza: caminhos para transição justa” e “Políticas públicas de fortalecimento da sustentabilidade e circularidade nas cooperativas do Estado do Pará”, que ampliaram a discussão ao estabelecer as experiências da sociedade civil e das cooperativas de reciclagem como centrais.
De acordo com o secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas (Sagra), Rodolpho Zahluth Bastos, o Pará avança na construção de uma política estadual de economia circular, integrada às metas de mitigação de carbono e de desenvolvimento justo. As iniciativas integram políticas públicas que buscam dar autonomia às cooperativas, gerar renda e impulsionar a sustentabilidade por meio de parcerias público-privadas. O objetivo é consolidar um novo modelo produtivo baseado em inovação, inclusão social e responsabilidade ambiental, tornando as cooperativas protagonistas na transição para uma economia de baixo carbono e no desenvolvimento regional.
“A economia circular precisa ir além da reciclagem ou da logística reversa. Queremos pensar a circularidade desde a geração até o descarte, com reuso, redução e novos ciclos de aproveitamento. Esse debate é essencial para desenharmos um modelo que faça sentido para a realidade do Pará”, afirmou Rodolpho, que destacou a implantação de estruturas de reciclagem e manejo sustentável, como trituradores de vidro e unidades de reaproveitamento de materiais, já em funcionamento em municípios como Salinópolis e Castanhal, e com expansão prevista para outras regiões da costa paraense.
O secretário adjunto ressaltou que a Semas tem ampliado seu papel na gestão de resíduos sólidos, conectando ações de regulação, inovação e educação ambiental, com o objetivo de envolver todos os setores da sociedade.
Segundo ele, a economia circular vai além da gestão de resíduos, representa uma nova forma de pensar o desenvolvimento, em que o aproveitamento de recursos e a inovação caminham junto com a geração de renda e inclusão social.
“No Pará, estamos construindo uma política estadual de economia circular com base na participação social e no fortalecimento das cadeias produtivas sustentáveis. O objetivo é que o Estado se torne referência em um modelo de baixo carbono, que valoriza os territórios e seus atores locais”, destacou.
Durante o painel da quarta-feira, a presidente da Concaves (Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis), Débora Silva, reforçou a importância da inclusão das cooperativas nas políticas de economia circular do Estado.
“A participação da Concaves na COP é uma oportunidade de mostrar que a economia circular precisa incluir quem está na base: os catadores. Eles são parte essencial da cadeia de reciclagem e precisam ser reconhecidos como agentes ambientais e empreendedores sociais”, afirmou.
“O Pará tem um papel importante nesse debate, porque está construindo políticas públicas voltadas para a valorização dos resíduos e para a inclusão produtiva. Estar num espaço global como a COP mostra que o trabalho dos catadores é parte da solução climática”, concluiu.
“A COP é um espaço estratégico para mostrar que o Pará está comprometido com um modelo de desenvolvimento que alia floresta viva, inovação e justiça social”, concluiu Rodolpho Zahluth.
Texto: Lucas Maciel e Jamille Leão/ Ascom Semas
