Seduc realiza evento sobre educação climática na COP30 com foco em crianças e adolescentes
Parceria com Instituto Alana marcou o Dia da Educação com debates sobre currículo, infraestrutura e participação infantojuvenil nas decisões sobre o clima
Durante a programação da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em parceria com o Instituto Alana, promoveu nesta quarta-feira (12) um evento alusivo ao Dia da Educação, com foco na inserção da pauta climática nas políticas pedagógicas.
O encontro reuniu autoridades, especialistas, estudantes, crianças e adolescentes com o objetivo de fortalecer o papel da educação nos enfrentamentos à crise climática e mobilizar instituições nacionais e internacionais para a construção de compromissos voltados à inserção da educação ambiental e climática nos sistemas de ensino.
O secretário de Estado de Educação, Ricardo Sefer, deu boas-vindas aos participantes e destacou a relevância da educação como instrumento de transformação pessoal e coletiva.
“São todos muitíssimos bem-vindos. É uma grande honra. Queria fazer um agradecimento muito especial à equipe da Caixa Cultural pelo espaço, com mais esse patrimônio que Belém ganha como legado da COP30. (...) Eu fui picado pela mosca da educação a fazer de tudo, tudo mesmo, para ofertar sempre o melhor para aquelas que são as verdadeiras estrelas de qualquer política pública de educação, que são os nossos alunos, principalmente crianças, jovens, adultos. A gente tem muito adulto, aluno da rede pública. Que nós possamos sempre seguir sendo alunos”, declarou o titular da Seduc.
A mesa de abertura contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana; da presidente do Instituto Alana, Ana Lúcia Villela; do representante da Unicef, Joaquin Gonzalez-Aleman; e do diretor da Unesco, Christopher Castle.
O ministro Camilo Santana ressaltou a urgência de levar o tema ambiental para dentro das escolas. “Só teremos um planeta e um país conscientes em relação aos problemas ambientais se as pessoas tiverem conhecimento. E isso se dá dentro da escola, com professores informados e orientados, e com a construção de um modelo pedagógico que inclua transversalmente todas as temáticas ambientais. As consequências ambientais já são uma realidade, não são mais um tema do futuro”, enfatizou.
Projeto transforma pátios escolares com natureza
Durante o evento, foi apresentado o projeto “Pátios Escolares Resilientes e Naturalizados”, desenvolvido pela Escola Estadual Jarbas Passarinho, em parceria com o Instituto Alana. A proposta busca repensar os espaços abertos da escola, tornando-os mais integrados à natureza e ao bem-estar dos estudantes.
Segundo Simone Moura, professora de Artes Visuais e idealizadora da iniciativa, o projeto é um passo importante para aproximar o cotidiano escolar da realidade climática.
“O Pará está avançando nesse processo de inserção da educação ambiental no currículo. Com a escola em tempo integral, conseguimos desenvolver projetos que fazem parte do dia a dia do estudante, permitindo que ele leve esse aprendizado também para casa, para a família e para a comunidade”, afirmou.
A estudante Giovana Santos, de 16 anos, aluna da 2ª série do ensino médio, destacou a importância da escuta ativa e da participação dos alunos no projeto. “O projeto começou com algo que sabemos fazer de melhor, que é observar e ouvir. A partir disso, fizemos passeios ao redor da escola, observando os espaços esquecidos e criando ideias incríveis. Esse projeto é fruto das vozes de todos os alunos que participaram”, relatou.
Debates sobre currículo e infraestrutura
A programação contou com a realização de painéis temáticos abordando desde negociações globais para transformações locais em defesa do direito à educação, até temas como:
- Educação ambiental e climática no currículo
- Infraestrutura escolar resiliente e naturalizada
- Gestão para resiliência escolar
- Continuidade da educação frente às mudanças climáticas
COP das Crianças
A ação integra a “COP das Crianças”, uma iniciativa do Instituto Alana que busca ampliar a participação de crianças e adolescentes nas decisões sobre o clima. O projeto surge como resposta à histórica ausência desse público nos espaços de negociação, apesar de serem os mais impactados pelos efeitos da crise climática.
