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Rainha da Dinamarca visita Parque do Utinga e conhece o Memorial Verônica Tembé, símbolo da resistência indígena na Amazônia

A visita integrou o conjunto de atividades da monarca durante sua passagem pelo Pará, no contexto da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
12/11/2025 17h42
A agenda foi marcada pela valorização da cultura indígena e pela troca de experiências sobre conservação ambiental e sustentabilidade

A rainha Mary Donaldson, conhecida também como Maria da Dinamarca, visitou, nesta quarta-feira (12), o Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, em Belém, em uma agenda marcada pela valorização da cultura indígena e pela troca de experiências sobre conservação ambiental e sustentabilidade. A visita integrou o conjunto de atividades da monarca durante sua passagem pelo Pará, no contexto da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30.

A comitiva real foi recepcionada pela secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal; pela secretária de Estado dos Povos Indígenas, Puyr Tembé; e pelo gerente da Região Administrativa de Belém do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), Júlio Meyer. Também participaram da recepção representantes da Articulação Nacional de Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), que apresentaram à rainha o trabalho das mulheres indígenas em defesa da floresta e do clima.

A comitiva real foi recepcionada por secretários e representantes do governo do Pará

Durante a visita, a rainha Mary conheceu o Memorial Verônica Tembé, um espaço de acolhimento e fruição das culturas indígenas paraenses, localizado dentro do Parque Estadual do Utinga. O memorial homenageia Verônica Tembé, a primeira cacica Tembé-Tenetehara e uma das principais lideranças indígenas do Pará, cuja luta foi decisiva para a homologação da Terra Indígena Alto Rio Guamá (TIARG), em 1993. O espaço abriga uma exposição com mais de 1.480 peças provenientes do oeste paraense, salvaguardadas pelo Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM/Secult).

Encantada com a visita, a rainha acompanhou uma apresentação cultural realizada por indígenas da etnia Tembé, que compartilharam danças, cânticos e narrativas sobre sua história e ancestralidade. O momento foi marcado por emoção e reconhecimento à trajetória de resistência dos povos originários da Amazônia, especialmente das mulheres que mantêm viva a herança cultural e espiritual de suas comunidades.

A rainha acompanhou uma apresentação cultural realizada por indígenas da etnia Tembé

Valorização - Para a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, a presença da monarca europeia reforça a importância do diálogo intercultural e de dar visibilidade às lideranças femininas indígenas. “A Rainha Mary Elizabeth ficou muito encantada com esse espaço de proteção ambiental e com o museu dedicado à etnografia dos povos da Amazônia, que homenageia uma mulher inspiradora, Verônica Tembé. Essa liderança inspira outras mulheres e a luta pela demarcação dos territórios, pela manutenção da cultura e da vida”, destacou.

Para a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, a visita reforça a importância do diálogo intercultural

A secretária de Estado dos Povos Indígenas, Puyr Tembé, ressaltou que o encontro simboliza a força da resistência e o papel das mulheres indígenas na agenda climática global. “Foi muito importante apresentar à rainha a história de Verônica Tembé e a luta de um povo que defende a floresta. No contexto da COP30, essa visita fortalece nossa voz. A resposta para as mudanças climáticas está nos territórios demarcados. Precisamos de apoio internacional para garantir a vida da floresta e da humanidade”, afirmou.

A secretária de Estado dos Povos Indígenas, Puyr Tembé, acredita que o encontro simboliza a força da resistência e o papel das mulheres indígenas na agenda climática global

Após conhecer o memorial, a rainha Mary visitou o mirante do lago Água Preta, um dos mananciais responsáveis por 70% do abastecimento da Região Metropolitana de Belém, acompanhada pelo gerente Júlio Meyer, que apresentou os projetos de conservação desenvolvidos pelo Ideflor-Bio. “A visita da rainha foi uma oportunidade de mostrar o papel do Estado e do Instituto na proteção da biodiversidade. Conversamos sobre a importância das terras indígenas e das unidades de conservação, que juntas protegem mais de 50% do território paraense. Ela se mostrou muito interessada na nossa fauna, especialmente nas aves e na biodiversidade do lago, uma das maiores em parques urbanos do mundo”, contou.

Segundo o gerente do Parque Estadual do Utinga, Júlio Meyer, a visita real reforçou a relevância do Pará como vitrine global 

Meyer também ressaltou que a visita real reforçou a relevância do Pará como vitrine global da conservação ambiental e do protagonismo dos povos indígenas. “Ao unir tradição, cultura e sustentabilidade, o encontro no Parque do Utinga simbolizou o compromisso comum entre o Brasil e a Dinamarca na defesa da vida e no enfrentamento da crise climática, uma mensagem que ecoa com ainda mais força durante a realização da COP30, quando o mundo está com os seus olhos para Belém e para a Amazônia”, concluiu o gerente.