COP30 impulsiona a criação de novos espaços turísticos e obras de infraestrutura em Belém
Mais de 30 obras estruturantes prepararam a capital paraense para sediar o maior evento climático do planeta
Além da entrega das obras diretamente envolvidas na infraestrutura necessária para a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), neste mês de novembro, em Belém, o evento impulsiona também a criação de novos espaços turísticos na cidade, como o novo Porto Futuro e o Parque Linear da Nova Doca. Há, ainda, outros investimentos que melhoram o tráfego e a macrodrenagem de Belém, a partir de financiamentos relativos à realização da conferência mundial.
Mais de 30 obras estruturantes, com investimento total de R$ 4,5 bilhões, prepararam a cidade. São intervenções que deixarão transformações permanentes para a população. Entre as iniciativas do governo do Estado, destaca-se o Parque Linear da Nova Doca, entregue no mês de outubro, no bairro do Reduto, em Belém. O novo espaço urbano foi projetado para oferecer ambientes de lazer, prática esportiva, convivência social, contato com a natureza e gastronomia, com cinco quiosques disponíveis ao longo de 1,3 quilômetro de extensão.
Encantado com a nova estrutura da Doca, Jobson Marinho, após conhecer o espaço, pontua o importante legado que o parque linear deixará para a cidade. “É um ótimo espaço para passeio, bonito, espaçoso e com várias opções de lazer e atividade física. Ainda integra com o Porto Futuro, estratégico demais. Esse é um presente para nós, paraenses, que vai muito além de ser só para a COP”, diz.
Parque da Cidade - Após dois meses de funcionamento como novo ponto de lazer, esporte e cultura em Belém, o Parque da Cidade foi entregue, em agosto, ao governo federal e à Organização das Nações Unidas (ONU), para a montagem das estruturas modulares provisórias dos pavilhões de negociação e plenárias da Blue Zone e da Green Zone da COP30.
Após a COP30, a ampla estrutura de esporte e lazer, com quadras poliesportivas, de areia e de tênis, pista de caminhada, ciclovia, pista de skate, playground infantil, área pet, quiosques e food trucks, pontos de hidratação e amplas áreas verdes, será reaberta à população com toda a estrutura, incluindo os prédios de gastronomia e de economia criativa, já em fase final de obra.
Novo Porto Futuro – No início de outubro, o governo do Estado entregou um dos principais equipamentos culturais, entre os legados da COP: o novo complexo Porto Futuro, que integra o Museu das Amazônias, com duas grandes exposições: “Amazônia”, de Sebastião Salgado, inédita no norte do Brasil, e “Ajurí”, mostra colaborativa com artistas amazônidas e nacionais; o Armazém da Gastronomia, que reúne 15 empreendimentos locais de operações de comidas rápidas, oferecendo uma experiência diversificada que destaca os sabores da região; o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia e a Caixa Cultural.
A secretária de Estado de Cultura (Secult), Ursula Vidal, ressalta que esses equipamentos ampliam a fruição e o lazer na cidade, impulsionam o turismo e reafirmam o potencial da indústria criativa como vetor de desenvolvimento para o Estado.
“A realização da COP30 em Belém é uma janela de oportunidades para, sobretudo, melhorar a vida das pessoas. O Porto Futuro e o Parque da Cidade são expressões concretas desse legado construído pelo governo do Pará. O Parque da Cidade representa a maior intervenção urbana dos últimos cem anos na capital. O Porto Futuro, por sua vez, é mais um marco da requalificação da área portuária de Belém, consolidando o corredor de sociobioeconomia da cidade”, destaca.
O universitário Pedro Sarmento fez questão de conhecer, logo após a entrega, os novos espaços de lazer e cultura da capital paraense. “Já visitei o Novo Porto Futuro e todos os seus armazéns, o Parque Linear da nova Doca e o Parque da Cidade, que são equipamentos que enriquecem, de modo geral, a oferta cultural da nossa cidade, com museus, diversidade de gastronomia e incentivo à prática esportiva”, conta.
Na última segunda-feira (3), o governo do Estado entregou o novo Parque Linear da Tamandaré, beneficiando mais de 100 mil pessoas, com espaços de convivência e lazer, quiosques, ciclovia, parque infantil, fonte interativa, parque pet, academia ao ar livre, anfiteatro e áreas para contemplação.
Mobilidade urbana – Nos últimos dois anos, cinco viadutos foram entregues na Região Metropolitana de Belém (RMB) pelo poder executivo estadual, para melhorar a mobilidade urbana e a fluidez no tráfego da área: BR-316 com a avenida Ananin, em Ananindeua; BR-316 com a Alça Viária, em Marituba; BR-316 com a avenida Independência, em Ananindeua; avenida Mário Covas com a avenida Três Corações, em Belém; e avenida Mário Covas com a avenida Independência, também na capital. Investimentos que melhoram a mobilidade, o acesso e a qualidade de vida de quem trafega na área.
Outeiro - A entrega da nova ponte, que facilita o acesso ao Parque da Cidade, a partir do Porto de Outeiro, é outro investimento estadual. A estrutura será fundamental para garantir acesso rápido para participantes da conferência, incluindo delegações, que estarão hospedadas em navios atracados no distrito. A nova ponte faz com que seja possível o translado entre o navio e a Zona Azul, principal palco das negociações, em aproximadamente 30 minutos.
Na segunda-feira (3), também foi entregue o Terminal Hidroviário da Tamandaré, que vai beneficiar 500 passageiros por dia com capacidade para receber até 50 embarcações diariamente. Com investimento de cerca de R$ 22 milhões, será a nova opção de saída de embarcações de Belém para Barcarena e ilha do Combu.
Macrodrenagem - Desde 2019, o governo do Pará já realizou intervenções em 18 canais em Belém, sendo que 13 deles são considerados legados da COP30. Entre as obras finalizadas, estão os canais da Timbó, Vileta, Leal Martins, Cipriano Santos, Gentil e Doca.
Morador há mais de 50 anos das proximidades do canal da Gentil, o aposentado Milton Santos celebra os avanços do município. “Com a construção do canal e a pavimentação da avenida Gentil Bitencourt, não só a minha vida, como a dos moradores da comunidade melhoraram muito. Há mais de duas décadas aguardávamos por esses investimentos, que está fazendo a diferença na qualidade de vida de todos que vivem aqui”, assegura.
A assistente social Eliete Silva, moradora, há 45 anos, do bairro da Terra Firme, próximo ao canal da Cipriano Santos, ressalta a dignidade promovida pela entrega. “Podemos sair das nossas casas a hora que quisermos, mesmo após a chuva. Temos saneamento básico e segurança para trafegar. É uma obra que, realmente, transformou a nossa vida”, conta.
O vigilante Fabrício Lobato, morador do bairro do Marco, em Belém, próximo do canal da Vileta, explica a transformação da comunidade no dia a dia. “Nossa vida mudou com as obras nos canais. Antes, nosso bairro ia pro fundo com as chuvas e agora não mais. Percebemos avanços na locomoção, segurança e, sobretudo, qualidade de vida”, finaliza.
As ações estruturantes abrangem também intervenções nas bacias do Murutucu, Tamandaré e Una, com impacto direto na infraestrutura urbana, prevenção de alagamentos e melhoria da qualidade de vida de mais de meio milhão de paraenses.
Asfalto - A intensificação de obras de pavimentação asfáltica também é um legado da Conferência. Um dos programas desenvolvidos no Estado é o “Asfalto COP30”, realizado por meio de um convênio do governo do Estado com o governo federal, por meio da Itaipu Binacional. As entregas influenciam diretamente na qualidade de vida da população.
