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Campanha Julho Amarelo faz mais de 54 mil testes para hepatites

Por Redação - Agência PA (SECOM)
28/07/2015 19h08

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) concluiu nesta terça-feira(28), em Belém, a campanha “Julho Amarelo”, que em pouco mais de dois meses fez 54.857 testagens em 39 ações entre Belém e o interior do Estado. A 40ª e última mobilização foi no mercado do Ver-o-Peso, em pleno Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, quando foram ofertados 500 testes.

O trabalho foi feito pela equipe da Coordenação Estadual de Hepatites Virais em parceria com a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, por meio da Liga Acadêmica de Hepatologia. O objetivo foi combater a subnotificação de casos da doença por meio de estratégias que visam à maior adesão ao teste rápido e, em caso de diagnóstico positivo, ao tratamento disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Por ser uma doença silenciosa, nosso foco tem sido a busca ativa por pessoas que não sabem que têm os vírus e precisam logo se tratar para não serem surpreendidas com as consequências de um diagnóstico tardio, como uma cirrose ou câncer de fígado, e também para deixarem de ou transmitir a outras pessoas”, explica a coordenadora estadual do Programa de Hepatites Virais da Sespa, Cisalpina Cantão.

Devido ao progressivo estímulo ao diagnóstico precoce, foi previsível o aumento de casos de hepatite no Pará: entre 2007 e 2014 foram confirmados 2.211 casos do tipo B e outras 871 ocorrências da forma C. Só no ano passado, surgiram 242 casos de hepatite B, além de 91 do tipo C. Este ano, até o início da campanha “Julho Amarelo”, iniciada em 22 de maio, já eram 299 pessoas com hepatites, das quais 148 com o tipo A; 102 com o vírus B e outras 49 para a tipagem C.

Após 60 dias de campanha, foram diagnosticados 30 novos casos de hepatite C e apenas um caso com o vírus B. Há previsão de que mais confirmações aconteçam, na medida em que cheguem à Sespa relatórios enviados sobre as campanhas realizados pelos 13 Centros Regionais de Saúde nos municípios de abrangência.

Por mais que a campanha “Julho Amarelo” chegue ao fim, as testagens continuarão disponíveis para a população normalmente, ou seja, a porta de entrada para quem quiser se proteger das hepatites é a Unidade Básica de Saúde, seja para a vacinação contra o tipo ou para o teste de detecção dos tipos B e C. Em Belém, Caso o usuário do SUS receba a notícia de que é portador de um dos tipos graves da doença, é encaminhado para locais de tratamento que já são referência, como a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, especialista no diagnóstico e o tratamento de doenças do fígado.

Atendimento – Além da Santa Casa, Belém dispõe de outros locais para o tratamento: Hospital Universitário João de Barros Barreto; Fundação de Hospital de Clínicas Gaspar Viana e Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais (Uredipe), além do Centro de Universitário do Estado do Pará (Cesupa), no campus da avenida Almirante Barroso, onde funciona o curso de Medicina.

No interior do Estado, o atendimento para testagem e tratamento são disponíveis no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Santarém; no CTA de Marabá; no CTA de Parauapebas; no Hospital Regional do Araguaia, em Redenção e no Hospital Regional de Tucuruí. Para todos esses locais, é essencial que o cidadão seja encaminhado pela Unidade de Saúde mais próxima de sua residência. “Em três anos, conseguimos aumentar de três para 10 locais em que os usuários do SUS no Pará podem se tratar das hepatites”, explica Cisalpina Cantão.

Exigir material descartável em salões de beleza e na hora de fazer tatuagens e aplicar brincos e piercings, bem como não compartilhar seringa, agulha e objetos cortantes com outras pessoas – incluindo a lâmina de barbear e depilar, a escova de dente e o alicate de unha, além dos preservativos nas relações sexuais –, estão entre as orientações da Sespa transmitidas com o apoio do Ministério da Saúde e em parceria com as coordenações estaduais de Saúde do Homem, de Imunização, Saúde Indígena e de Mobilização Social, além do Laboratório Central do Estado, Instituto Evandro Chagas e integrantes das Organizações da Sociedade Civil, sobretudo as associados ao movimento LGBT.

Pelo menos nos últimos três anos, essa parceria rendeu mais de 40 treinamentos, três seminários e 21 mil testes rápidos feitos inclusive em atividades voltadas aos indígenas, encarcerados, quilombolas, profissionais de salões de beleza e lideranças e seguidores da umbanda e do candomblé, tanto em Belém como no interior do Estado.