Polícia Científica reforça o cuidado e a escuta especializada a idosos vítimas de violência
O serviço é essencial para garantir os direitos e a proteção desse público, especialmente nos casos que envolvem suspeita de violência, maus-tratos e negligência
Neste mês de outubro, dedicado à valorização e ao respeito à pessoa idosa, a Polícia Científica do Pará (PCEPA) destaca o trabalho dos profissionais que atuam no atendimento pericial a vítimas idosas no Instituto de Medicina e Odontologia Legal “Renato Chaves” (Imol). O serviço é essencial para garantir os direitos e a proteção desse público, especialmente nos casos que envolvem suspeita de violência, maus-tratos e negligência.
O médico legista Osias Pimenta Nunes, que realiza perícias de lesão corporal no Imol, na sede da PCEPA, em Belém, explica que o exame pericial é uma etapa fundamental na investigação e no amparo às vítimas. “O exame médico-legal é o primeiro passo para dar voz à vítima idosa. Muitas vezes, é aqui que conseguimos identificar sinais de agressão física, psicológica ou abandono, situações que infelizmente ainda ocorrem com frequência”, ressaltou o legista.
A PCEPA dá total prioridade ao atendimento ao idoso, em qualquer circunstância, seguindo as diretrizes do Estatuto da Pessoa Idosa, que assegura direitos e deveres de pessoas com mais de 60 anos. “Além do atendimento de lesão corporal, quando realizo necropsias no corpo de pessoas idosas, também há prioridade, pois é um direito absoluto conquistado por essas pessoas”, ressaltou.
Segundo ele, a escuta atenta e o olhar humanizado são pilares do atendimento prestado pela Polícia Científica. “Além de identificar lesões, nosso papel é acolher o idoso com respeito. Realizo o trabalho de escuta para que este idoso me relate o que está acontecendo, sem a presença de outras pessoas, pois, em alguns casos, o acompanhante é o próprio agressor. Muitos chegam fragilizados emocionalmente, em situação de total vulnerabilidade, e precisam ser tratados com paciência e empatia”, acrescentou.
De acordo com o médico, entre os casos mais comuns estão agressões físicas, negligência em cuidados básicos, abuso financeiro e abandono. “O caso mais comum que envolve idosos é a agressão física com suspeita de maus tratos. O agressor, geralmente, realiza a agressão como forma de castigo, infelizmente”, lamentou o médico.
O diretor geral da PCEPA, Celso Mascarenhas, destaca que o trabalho pericial vai além da coleta de provas: representa um ato de cidadania e justiça social. “O idoso merece atenção e cuidado em todas as esferas. Nosso compromisso é garantir que cada atendimento seja feito com técnica e humanidade, contribuindo para a responsabilização dos agressores e a proteção das vítimas”, afirmou.
A Polícia Científica reforça que denúncias de maus-tratos contra idosos podem ser feitas anonimamente pelo Disque 100 ou na Delegacia do Idoso.
Texto: Amanda Monteiro/Ascom PCEPA
