Combate ao tráfico de pessoas é alvo de ação no aeroporto de Belém
Em alusão ao Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, comemorado nesta quinta-feira (30), a Coordenadoria de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo (Ctetp) da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) fez ação de sensibilização no Aeroporto Internacional de Belém, com a distribuição de materiais informativos e abordagem aos viajantes para informá-los sobre o tema.
A programação faz parte de uma série de atividades coordenadas pela Sejudh desde a última terça-feira (28) em comemoração à Semana Nacional de Mobilização contra o Tráfico de Pessoas, movimento de sensibilização da sociedade sobre o problema e, ao mesmo tempo, uma convocação nacional para enfrentá-lo. O Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) para marcar a data de aprovação do Plano Global de Combate ao Tráfico de Pessoas, de julho de 2010.
No aeroporto, a Sejudh fez panfletagem com o apoio de membros do Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Coetrap) nas lojas e órgãos públicos que funcionam no espaço. A equipe também abordou passageiros e entregou material informativo com orientações acerca de como proceder quando há suspeitas de tráfico de pessoas.
Na ocasião, a Ctetp fez a divulgação do Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (Paahm), que funciona no aeroporto e ainda é pouco conhecido na sociedade. O espaço tem como propósito prestar atendimento humanizado aos brasileiros deportados e inadmitidos que regressam ao país pelo aeroporto de Belém, mapeando e auxiliando de maneira específica as vítimas de tráfico de pessoas.
A Coordenadora de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Sejudh, Leila Silva, disse que o posto tem um papel muito importante no combate ao problema. “É um serviço imprescindível para o fortalecimento da rede, para fazer o atendimento e o acolhimento para encaminhar os casos aos órgãos competentes”, afirmou.
Proteção - Segundo a delegada da Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis da Polícia Civil Simone Edoron, as pessoas em situação de tráfico precisam de uma rede de atendimento capacitada. “Atendemos essas pessoas, e é necessário que o olhar da rede para elas seja não só como indivíduos com os direitos violados, mas pessoas que precisam de uma estrutura que os ampare em vários aspectos”, disse.
O trabalhador Antônio Feitosa, 49 anos, estava no aeroporto para dar encaminhamento à viagem ao Suriname, país para onde migrou com o intuito de conseguir emprego. Ele disse que ainda não estava informado acerca do trabalho de enfrentamento ao tráfico do Estado. “Essa é uma ação muito boa que mostra como fazer essa prevenção. No Suriname conheço muitos pais de famílias que levaram seus filhos e hoje estão fora da escola e vivendo em situação de exploração doméstica”, revelou.
Anderson Braga, um dos passageiros abordados pela equipe da Sejudh, disse que para seu filho menor de idade viajar até São Luís ele teve que passar por toda uma triagem junto aos órgãos responsáveis por crianças e adolescentes. “Eu estava muito preocupado justamente com esses crimes que acontecem com os menores hoje em dia, mas tudo ocorreu bem, com o auxílio dos órgãos públicos. Infelizmente muitos jovens ainda são traficados e por isso a importância dessas informações que estão sendo divulgadas nessa ação”, disse.
A ação contou ainda com divulgação da Rede de Atendimento às Pessoas em Situação de Tráfico aos servidores da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária de Belém (Infraero). Na oportunidade, a equipe buscou o fortalecimento da parceria entre Sejudh e a empresa nos serviços oferecidos no aeroporto.