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Com apoio da Emater, terreiros religiosos mantêm estufas com plantas medicinais

Assistência a povos tradicionais de matrizes africanas e terreiros na Região Metropolitana de Belém integra o planejamento de ações da Emater

Por Governo do Pará (SECOM)
29/10/2025 11h40

Com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Belém, os integrantes do terreiro de umbanda Recanto dos Orixás e Toyà Mariana, no Distrito de Outeiro, estão se preparando para revitalizar estufas com plantas medicinais.

O objetivo é que, até o fim do ano, os cerca de dois hectares da unidade religiosa, no bairro Água Boa, comecem a ser ocupados com cultivos de espécies de valor e uso ancestrais, como babosa e pau-de-angola, de forma que as colheitas possam ser aproveitadas nas liturgias. 

Doze lideranças dos Orixás e Toyá e de terreiros de candomblé e de mina participaram, neste final de outubro, de uma oficina de base agroecológica ministrada por especialistas da Emater, para a troca de experiências e atualização tecnológica.

A capacitação sobre preparo de área e produção de composto orgânico e de mudas, entre outros detalhamentos, deve ser reforçada em modo contínuo nos próximos meses. 

“É uma oportunidade de fortalecimento da função social da nossa Casa. Nós realizamos muitas ações internas e com a comunidade em torno, em uma região de considerável vulnerabilidade socioeconômica: queremos voltar a distribuir sopão uma vez por semana, por exemplo, o que interrompemos pelas dificuldades que a pandemia da covid-19 provocou”, aponta a mãe-de-santo Maria Suely Tanaka, de 62 anos.  Na nomenclatura própria, a “Casa” reúne 32 “filhos”. 

Sob o panorama da Política de Direitos Difusos e Coletivos (PICD), instituída internamente pela Emater em 2022, o atendimento de equipes de campo do Governo do Pará a Povos Tradicionais de Matrizes Africanas e Terreiros (Potma) na Região Metropolitana da capital também prevê o incentivo a cultivo de alimentos, a exemplo de hortaliças e galinha-caipira. 

“A prestação de serviços aos Potma é diferenciada em vários aspectos: o primeiro embasamento é até das plantas em si. Nós adaptamos e compreendemos uma sabedoria popular com uma agregação simbólica muito forte: os grupos são profundos conhecedores das características de cada planta. Ademais, trabalhamos com produtos de segurança alimentar e nutricional, que fazem parte do cotidiano e das práticas. Então é uma construção conjunta em um significado visceral: a Emater facilita o acesso a políticas públicas de reconhecimento de uma existência histórica”, resume a técnica em agropecuária Taciana Miranda. 

Texto de Aline Miranda