Arte e meio ambiente em foco: segundo dia da Mostra Curupira discute biodiversidade e consciência ecológica
Evento realizado no Núcleo de Oficinas Curro Velho debate questões ambientais e destaca a importância da intersecção entre arte, educação e ciência
O segundo dia da Mostra Curupira, realizado na última sexta-feira, 24, discutiu a relevância da biodiversidade amazônica e a necessidade de despertar a consciência ecológica na população. O evento, que busca a interação entre diferentes linguagens culturais e temas ambientais, reuniu pesquisadores, artistas e o público para aprofundamento das temáticas.
A programação teve início pela manhã, às 10h, com a apresentação "O Incrível Mundo dos Insetos Através da Macrofotografia", conduzida por César Favacho. À tarde, a agenda prosseguiu às 16h, com o painel "Animais como Personagens dos Quadrinhos", com Leonardo Dressant, seguido por um Cine-debate, às 17h, com o tema "As vítimas Invisiveis da Crise Climática".
César Favacho, doutorando do Museu Emílio Goeldi e biólogo, destacou a relevância da iniciativa para a sociedade e a vida selvagem. Para o pesquisador, eventos que discutem a biodiversidade, que é abundante na região e está sob ameaça, são essenciais. “Esse tipo de evento que fala de biodiversidade é muito importante, e a Fundação Cultural sendo um órgão de promoção de cultura tem um público muito diverso e alcança muita gente. Acho que essa interação entre arte e educação é uma combinação muito boa, que gera muita coisa interessante pra todo mundo”, concluiu.
A complexidade dos problemas ambientais e a necessidade de clareza para a população foram pontos levantados pelo artista visual, quadrinista e escritor Leonardo Dressant, que reconheceu o papel de eventos como a Mostra Curupira para esse aprendizado. “A gente precisa esclarecer nossa população sobre essas questões, principalmente ambientais. Esses problemas estão presentes na nossa sociedade e são um pouco complexos de serem falados. Estamos próximos de um grande evento internacional e a população ainda não conhece o tema a fundo, então, quanto mais a gente conseguir desmembrar e deixar mais simples para a população do nosso território conhecer e saber como isso vai trazer benefícios para ela, isso se torna mais importante”, refletiu Dressant.
O quadrinista ressaltou que seu trabalho é focado em questões ecológicas há tempos, como o descarte irregular de lixo. Ao enxergar o quadrinho como uma ferramenta pedagógica, ele encontrou um caminho para abordar assuntos difíceis de forma acessível. “Quando eu faço uma linguagem mais simples, um quadrinho mais infantil, facilita para a criança absorver essa informação e levar para dentro, para a discussão dentro de casa”, explicou.
Andrei Miralha, coordenador de oficinas do Curro Velho, refletiu sobre o distanciamento entre as pessoas e o meio ambiente, sublinhando que a humanidade é parte integrante da natureza. “Nós temos um certo distanciamento da floresta, dos animais, como se fossem outra coisa. A gente é parte desse universo todo de animais, de plantas, a gente é parte disso. Não deveríamos achar que estamos acima disso”, afirmou Miralha.
O coordenador também vê grande potencial nas parcerias com órgãos como o Ibama e a ONG Proteção Animal Mundial. “Acho que a gente pode fazer muito mais, acho que esse projeto que a gente começou esse ano é um piloto, uma versão menor que a gente pode ampliar, melhorar e trazer essas pessoas para discutir esses temas”, concluiu.
A Fundação Cultural do Pará (FCP) reitera seu papel na integração entre arte, educação, ciência e temas relevantes para a sociedade. Acompanhe as ações da FCP pelo nosso site e nossa rede social.
