Helder Barbalho projeta Belém como capital da bioeconomia pós-COP30
Durante o encerramento do Fórum Esfera, o governador apontou o mercado de carbono e o Vale de Biotecnologia como principais legados da COP30, que deve impulsionar a infraestrutura e o desenvolvimento sustentável do Pará

Em sua participação no painel de encerramento do Fórum Esfera, realizado nesta sexta-feira (10) em Belém, o governador do Pará, Helder Barbalho, ressaltou a transformação da cidade para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) e projetou a capital como polo de bioeconomia e inovação sustentável.
O foco central do discurso foi o legado que a COP30 deve deixar para o Pará e para a Amazônia. Ele destacou o esforço conjunto dos governos e da iniciativa privada para consolidar infraestrutura e novas oportunidades de desenvolvimento na região, observando que Belém vive um momento de transformação. “É perceptível, e vocês que chegam podem ver as transformações urbanas que Belém acabou de experimentar, um legado de infraestrutura para a cidade”, afirmou.

Ao tratar da conferência, o governador sublinhou a importância de o Brasil sediar o evento na Amazônia e defendeu que a COP30 vá além dos debates. “Nós queremos um compromisso: ver o discurso na prática e mais efetividade. Nós queremos encontrar aqueles que, após dez anos do Acordo de Paris, terão aqui, em Belém, a oportunidade de checar se o que foi assinado em 2015 foi cumprido", disse, defendendo uma “COP da verdade” e de implementação.
Com olhar voltado ao futuro, Helder Barbalho projetou o grande horizonte de desenvolvimento do Estado no período pós-COP, com foco na bioeconomia e na valorização da floresta viva. “O nosso conceito e planejamento é que, após a COP, nós possamos consolidar o Vale de Biotecnologia da Amazônia”, afirmou, traçando um paralelo com o Vale do Silício, só que mais voltado a ativos biológicos e negócios sustentáveis. Para ele, a transição da biodiversidade para negócios sustentáveis é a nova vocação do Pará.

O governador também destacou a recente entrega do Parque de Bioeconomia da Amazônia, um complexo dedicado à ciência, pesquisa e inovação que, segundo ele, não tem paralelo no mundo. “Não é possível interpretar ou conceber a palavra sustentabilidade imaginando que isso se restrinja à preservação da nossa floresta. É necessário que se tenha a compreensão de que, abaixo da copa das árvores, milhões de brasileiros vivem no território amazônico nacional”, ressaltou.
Helder Barbalho reforçou ainda a estratégia do Pará de oferecer um ambiente jurídico seguro e atrativo para investimentos sustentáveis, citando o fortalecimento do mercado de carbono, a rastreabilidade do gado e as concessões florestais como exemplos de políticas estruturantes. “É esta a Amazônia, é este o Pará que abre as portas a todos vocês, para que possam, junto com a gente e com o Brasil, construir um futuro cada vez melhor”, enfatizou.

Em referência ao Círio de Nazaré, principal manifestação religiosa do Estado, o governador destacou a coincidência de o Fórum Esfera ocorrer justamente neste momento festivo que toma conta de Belém. “Para aqueles que nunca tiveram a oportunidade, não deixem de participar do Círio: é a maior manifestação religiosa do mundo, em um ambiente de harmonia, em que mais de dois milhões de pessoas percorrem as ruas de Belém, no segundo domingo de outubro”, afirmou, ressaltando o acolhimento e a energia cultural da capital paraense.