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Encontro estadual promove qualificação para o enfrentamento da sífilis congênita no Pará

Evento reúne profissionais de saúde para fortalecer as investigações e aprimorar a prevenção e o controle da transmissão vertical no Estado

Por Giullianne Dias (SESPA)
09/10/2025 15h15

Com o objetivo de qualificar as investigações dos casos de sífilis congênita e fortalecer as ações de prevenção e controle da transmissão vertical no Pará, teve início nesta quinta-feira, dia 09, no auditório do Nível Central da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o "I Encontro de Grupos de Trabalho (GTs) e Comitês de Investigação da Transmissão Vertical e Prevenção da Mortalidade no Estado do Pará". O evento segue até amanhã, reunindo técnicos da Sespa, representantes dos Centros Regionais de Saúde, membros dos GTs municipais e estadual, além de especialistas do Distrito Federal. 

Durante a abertura, o secretário adjunto de Gestão Administrativa da Sespa, Edney Pereira, destacou que embora a sífilis seja uma doença antiga e com tratamento disponível, ainda representa um grande desafio para a saúde pública. 

“A sífilis é uma doença que tem controle, tem tratamento e não é dos protocolos mais complexos da saúde pública. Se ainda existe hoje, precisamos reler nossa cartilha e entender onde podemos agir mais. Nosso principal desafio é enxergar aquilo que ainda está invisível, mapear as falhas e fortalecer a notificação, porque o que não é notificado, simplesmente não existe. É com dados, vigilância e prevenção que conseguiremos mudar essa realidade”, afirmou.

Representando a secretária adjunta de Gestão de Políticas de Saúde, Heloísa Guimarães, a coordenadora de Saúde da Criança da Sespa, Ana Guzzo, reforçou a importância de compreender o percurso das falhas na rede de atenção para que o enfrentamento seja efetivo.

“Precisamos saber onde ocorreram as dificuldades para corrigir as falhas. O comitê trabalha com relatórios de recomendação a partir da investigação e da identificação de evitabilidade dos óbitos. É preciso entender onde estão os problemas, para poder corrigir. Só assim conseguiremos fortalecer a rede e evitar que essas situações se repitam”, pontuou.

A diretora de Vigilância em Saúde da Sespa, Roseana Nobre, ressaltou o compromisso do Estado em atingir as metas nacionais e globais de eliminação da sífilis congênita. “Estamos aqui para debater, dialogar e alcançar nossas metas. O Pará está engajado nesse movimento global e, com o esforço conjunto dos municípios, vamos conseguir avançar e eliminar a transmissão vertical até 2030”, afirmou.

A responsável técnica pela Transmissão Vertical da Sífilis na Sespa, Charliana Aragão, destacou que o evento foi planejado com foco nos GTs e comitês municipais, responsáveis diretos pelas investigações locais. “Nosso desafio é compreender onde estão as falhas na rede de cuidado, para que cada município possa identificar seus gargalos e propor soluções. O papel do Estado é apoiar, monitorar e assessorar, mas a execução acontece nos territórios. Queremos crescer juntos e mudar a realidade que estamos vivendo”, disse.

Representando o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), o Dr. Antônio Jorge reforçou o papel dos gestores municipais na articulação das políticas locais. “É fundamental que os gestores mobilizem suas equipes e se envolvam nas políticas públicas para dar respostas aos problemas que ocorrem nos territórios. É assim que garantimos a responsabilidade sanitária e fortalecemos o SUS”, ressaltou.

O consultor da Saúde da Criança da Sespa, Hélio Franco, também destacou a importância das investigações bem conduzidas. “Nos países onde se reduziu a sífilis congênita, os comitês de investigação tiveram papel essencial. Investigar bem é entender onde estão os gargalos e agir sobre eles. Precisamos engajar os municípios e a comunidade nessa causa, porque a eliminação é possível, mas só com um trabalho articulado e permanente”, concluiu.

Sífilis: uma infecção prevenível e tratável

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode ser transmitida por relação sexual desprotegida ou da gestante para o bebê durante a gravidez, causando a chamada sífilis congênita. Embora seja uma doença prevenível e tratável, ainda representa um importante desafio de saúde pública no Brasil.

O diagnóstico pode ser feito por testagem rápida, disponível em todas as unidades de saúde e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA/SAE). O tratamento é gratuito pelo SUS e feito com Benzilpenicilina, conforme a fase da infecção. A principal forma de prevenção é o uso regular de preservativos e o acompanhamento adequado das gestantes e seus parceiros durante o pré-natal.

Compromisso com a qualificação

O encontro, promovido pela Sespa, integra a Política Estadual de Combate à Sífilis, instituída pela Resolução CIB nº 115/2022, e visa qualificar os profissionais dos GTs e comitês municipais na investigação de casos de sífilis congênita e de crianças expostas, aprimorando a notificação e fortalecendo a linha de cuidado materno-infantil no Estado.

A programação segue até esta sexta-feira (10), com oficinas e palestras sobre investigação qualificada, experiências exitosas municipais e integração das ações entre vigilância, atenção primária e maternidades.