Grupo de Trabalho vai traçar metas para apresentar na COP 21
O Governo do Pará criou um Grupo de Trabalho (GT) para debater os assuntos referentes à Conferência das Partes da ONU (COP 21), que será realizada em novembro deste ano em Paris, na França. A iniciativa foi definida na última quarta-feira, 5, durante reunião que aconteceu no Palácio do Governo que contou com a presença de representantes de algumas secretarias do Estado, entre elas a de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), representada pelos secretários adjuntos de Gestão e Recursos Hídricos, Ronaldo Lima e de Gestão e Regularidade Ambiental, Thales Belo.
A proposta surgiu da necessidade de promover uma articulação entre as diversas secretarias de Estado do Governo e sociedade civil, com a finalidade de definir os elementos orientadores da participação do Pará durante a Conferência.
A COP 21 é a reunião mais importante em escala mundial dentro do contexto ambiental de mudanças climáticas. Com a missão de reunir jurisdições internacionais para debater e criar mecanismos de combate às mudanças climáticas, o Pará, como parte da Amazônia, desempenha um papel importante dentro desse cenário. O desmatamento na região, para o fornecimento de matéria-prima florestal madeireira, ainda é apontado como um dos fatores que provocam a emissão de carbono na promoção do efeito estufa.
Para Thales Belo, o momento agora é ímpar para trabalhar as agendas sobre o tema. “O evento será um momento de demonstrar os atos, propostas e a responsabilidade do Estado em mais essa temática”, afirma o secretário adjunto.
O Governo do Pará, por meio da Semas, já desenvolve políticas públicas de enfrentamento ao desmatamento. A proposta agora é ampliar ainda mais as diretrizes e desenvolver estratégias que ultrapassem a esfera ambiental, trazendo um planejamento socioambiental para o Estado. Para isso, um dos temas articulados entre as pautas durante a reunião foi o Índice de Progresso Social (IPS), que é um indicador desenvolvido por pesquisadores da universidade norte-americana de Harvard que mensura a qualidade de vida das pessoas a partir da análise de diferentes dados.
Segundo Larissa Chermont, coordenadora de Relações Internacionais do Governo do Pará e também organizadora do Grupo de Trabalho, a criação do GT para a COP 21 é uma forma de integrar governo e sociedade civil. “Pretendemos trabalhar uma agenda que envolva a questão ambiental, tendo o IPS como instrumento de gestão, para fazermos a integração das agendas ambiental, social e econômica”, explica a coordenadora.
Foram discutidas também questões sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável, o compromisso do Governo do Pará com o desmatamento líquido zero até 2020, as reuniões do Fórum de Governadores da Amazônia Legal, que resultaram na Carta Cuiabá e na Carta Manaus, a atuação junto ao Governor's Climate & Forests Task Force (GCF) e outras agendas que envolvem o tema.
Para Ronaldo Lima, o Estado do Pará terá que apresentar uma proposta de vanguarda no evento da COP 21. “Temos que demonstrar para o mundo que o Pará avançou sobremaneira em suas ações de redução de emissões de gases de efeito estufa, através do combate ao desmatamento. É necessário, porém, avançarmos no intuito de construir um ambiente de negócios mais seguro com o desenvolvimento de uma economia sustentável baseada em cadeias de fornecimento limpas e de baixo carbono. E para que isso ocorra é preciso fomentar o engajamento do setor produtivo e a inserção das sociedades locais na questão”, destacou Ronaldo Lima.
Também estiveram presentes no encontro a Secretaria Extraordinária de Integração de Políticas Sociais (SEEIPS), representada pela titular Izabela Jatene, o secretário Extraordinário do Programa Municípios Verdes (PMV), Justiniano Netto, o presidente do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio), Thiago Valente, o diretor de Geologia, Mineração e Transformação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Eduardo Leão, Brenda Brito, do Imazon e o Major Wendel Gomes, da Casa Militar.