Setur apresenta a 38ª edição do Prêmio Carlos Rocque, concurso de ornamentação de embarcações
Em 2025, a expectativa é que cerca de 250 embarcações participem da procissão, que percorre um trajeto de 10 milhas náuticas pela Baía do Guajará, saindo do trapiche de Icoaraci até a escadinha do cais do porto, em Belém

Nesta terça-feira (23), Secretaria de Estado de Turismo (Setur) lançou a 38ª edição do Concurso de Ornamentação de Embarcações do Círio Fluvial, o Prêmio Carlos Rocque, no Comando do 4º Distrito Naval. No evento, foi divulgada a bandeira de identificação do concurso, que integra oficialmente o calendário da festividade. Na ocasião, a Marinha do Brasil apresentou as regras de navegação e de segurança para a romaria das águas.

Criado em 1986 pelo jornalista Carlos Rocque, então presidente da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), o Círio Fluvial surgiu para homenagear a Rainha da Amazônia e, ao mesmo tempo, fomentar o turismo religioso no Pará. Desde então, tornou-se uma das manifestações mais marcantes da quadra nazarena, sendo hoje a quinta mais antiga do circuito de romarias. Em 2025, a expectativa é que cerca de 250 embarcações participem da procissão, que percorre um trajeto de 10 milhas náuticas pela Baía do Guajará, saindo do trapiche de Icoaraci até a escadinha do cais do porto, em Belém.

O secretário de Turismo do Pará, Eduardo Costa, destacou a dimensão cultural e identitária da Romaria Fluvial. “Faz parte da identidade do povo paraense, é a cultura, é a tradição que vem à tona e o orgulho de ser paraense. Esse evento marca o início da quadra mariana, que é também o momento da alta estação turística no Estado, quando os hotéis estão com ocupação máxima e temos a oportunidade de mostrar nossas riquezas, gastronomia, cultura e hospitalidade”, afirmou.
Eduardo Costa também ressaltou o legado do jornalista que deu origem ao evento: “Carlos Rocque teve a sensibilidade de criar uma procissão que refletisse a essência dos ribeirinhos, já que Belém não é apenas cortada por rios, mas vive neles como parte de sua identidade”.

A Marinha do Brasil será responsável pela coordenação das regras de navegação e segurança. O vice-almirante Adriano Batista, comandante do 4º Distrito Naval, reforçou que o trabalho em equipe é essencial para garantir a tranquilidade dos participantes. “A união de esforços é o que assegura o sucesso do Círio. Nossa maior preocupação é que todos os fiéis participem com segurança e voltem em paz para suas casas. O Círio Fluvial é um dos eventos religiosos mais significativos do mundo, e este ano, por anteceder a COP30, terá ainda mais simbolismo para Belém, que já demonstra capacidade de receber grandes eventos”, afirmou.

O Capitão de Mar e Guerra Alexandre Batista Pimentel apresentou em detalhes as orientações que deverão ser seguidas pelas embarcações. A inscrição é gratuita e obrigatória, podendo ser feita até o dia 3 de outubro, na Capitania dos Portos da Amazônia Oriental ou pela internet. Entre as regras destacadas estão: uso obrigatório de coletes salva-vidas para embarcações sem cabine, proibição de transporte de crianças menores de sete anos em embarcações de pequeno porte, vedação da prática de esportes náuticos durante a romaria e respeito ao isolamento da embarcação que transporta a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Também foi reforçada a necessidade de evitar superlotação, sob risco de retirada ou apreensão da embarcação.
Durante o percurso, equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e militares estarão embarcados, além da presença de ambulâncias em terra e apoio aéreo. O trajeto contará ainda com oito pontos de atracação de emergência. Em caso de qualquer incidente, os participantes deverão acionar o canal marítimo 16, destinado a emergências.
A diretoria da Festa de Nazaré reforçou a importância da parceria com a Marinha para garantir o êxito do evento. O coordenador Antônio Sousa lembrou que todas as decisões relativas à Romaria Fluvial são tomadas em consonância com as normas da Marinha. “É uma das procissões mais delicadas e, por isso, tratada com tanto zelo. A segurança é prioridade, para que a fé e a devoção possam se manifestar de forma plena”, afirmou.

Mais do que um ato religioso, o Círio Fluvial é um dos principais atrativos turísticos do Pará, mobiliza comunidades ribeirinhas, operadores do setor e milhares de fiéis. Com a tradição fortalecida há quase quatro décadas, o Círio das Águas é um atrativo de turismo religioso e cultural, ao mesmo tempo em que simboliza a união entre fé, identidade e hospitalidade amazônica. "Todos terão seu momento de fé, todos terão seu momento de contemplação da Santa e todos voltarão em segurança para suas casas", concluiu o vice-almirante Adriano Batista.