Workshop de descarbonização reforça protagonismo do Pará na indústria do aço
Evento conecta setor produtivo, governo e especialistas para acelerar transição energética e impulsionar economia de baixo carbono

Belém sediou, nesta segunda-feira (22), o Workshop "Descarbonização na Indústria do Aço", que reuniu governo, setor produtivo e especialistas para debater estratégias de redução de emissões, acelerar a transição energética e ampliar a competitividade sustentável da cadeia do aço no Pará. O encontro foi promovido pela empresa Siderúrgica Norte Brasil S.A. (Sinobras), em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) e a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), e contou com o selo Jornada COP+.
O secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos, destacou o papel estratégico do Pará na transição energética e no estímulo à economia circular. “A descarbonização da cadeia do aço é crucial. Ela envolve desafios tecnológicos e estratégicos ligados à transição energética, gerando impactos positivos como redução da poluição, criação de empregos verdes e o fortalecimento de cadeias circulares com reaproveitamento de coprodutos, como a sucata metálica, que podem estimular o trabalho das cooperativas de material reciclável e, com isso, ampliar a inclusão social. Ao mesmo tempo, a visão ampliada da cadeia produtiva permite uma melhor compreensão do licenciamento ambiental”, afirmou.

Bastos também citou a Carta Santarém, compromisso socioambiental firmado recentemente pelo setor mineral, como sinal de que o Pará está consolidando um novo paradigma para todas as cadeias produtivas. “Os eventos refletem a abrangência do debate sobre o papel ampliado das empresas com a conformidade ambiental. A agenda climática vai além do combate ao desmatamento. Ela exige a implementação de rotas tecnológicas de baixas emissões de gases de efeito estufa, e isso envolve todas as cadeias produtivas do Estado”, completou.
Ian Corrêa, vice-presidente de Operações do Grupo Aço Cearense, controlador da Sinobras, ressaltou que a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança do Clima (COP30) em Belém aumenta a urgência do debate sobre a redução de emissões e a preservação da biodiversidade. "Discutir soluções concretas para a descarbonização do setor é essencial para o avanço das nossas operações", afirmou. Já a gerente de Sustentabilidade da Sinobras, Junimara Chaves, reforçou a necessidade de um pacto coletivo. “Nosso objetivo é mostrar que a indústria do aço pode ser parte da solução", observou.

O workshop abordou temas como eficiência energética; verticalização; uso de energias renováveis; políticas públicas; mercado de carbono; restauração florestal e práticas ESG. A expectativa é que o encontro funcione como plataforma de engajamento para acelerar os compromissos de descarbonização e para consolidar o Pará como referência nacional em desenvolvimento sustentável.
“O Estado está disposto a apoiar todas as iniciativas que envolvem essa transição para uma economia de baixo carbono que ofereça oportunidades de desenvolvimento regional, criação de resiliência nas comunidades, com geração de emprego e proteção da população contra os riscos climáticos", concluiu Bastos.
Desenvolvimento econômico

A Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec) também acompanhou de perto os debates, representada pelo diretor de Estratégia e Relações Institucionais, Pádua Rodrigues, e pelo diretor Técnico, Ruy Klautau de Mendonça. A presença da Codec reforça o compromisso da Companhia em alinhar o desenvolvimento industrial do Estado às melhores práticas de sustentabilidade e inovação.
Para o diretor Pádua Rodrigues, a verticalização da produção mineral é um dos maiores desafios do Pará e passa diretamente pela siderurgia.
“O grande desafio do Pará é conseguir a verticalização da matéria-prima mineral. A produção de aço tem como base o minério de ferro, recurso em que o Estado possui uma reserva magnífica. Conhecer o processo produtivo da verticalização do minério de ferro é essencial para a atuação da Codec na atração de investimentos e negócios, sempre focando na sustentabilidade. O workshop serviu para entendermos que o minério de ferro pode ser verticalizado com menor teor de carbono no processo", destacou.
Ele acrescentou ainda que participar desse tipo de debate é essencial para quem tem a missão de implantar indústrias no Pará: “Na verdade, todas as estruturas de governo têm de estar focadas na redução dos impactos ambientais na natureza, especialmente na descarbonização, que é o principal fator de afetação nas mudanças climáticas”.
O diretor Técnico da Companhia, Ruy Klautau de Mendonça, ressaltou a importância de acompanhar de perto as inovações que unem desenvolvimento e responsabilidade ambiental.
“O Pará tem condições de se tornar referência na implantação de indústrias de baixo carbono. Acompanhar de perto os rumos tecnológicos e ambientais do setor é fundamental para planejar o futuro com responsabilidade, garantindo desenvolvimento econômico aliado à preservação ambiental”, frisou.
Texto: Ronan Frias e colaboração de Thaís Menezes (Ascom Codec)