Equipe multiprofissional do Hospital Ophir Loyola reforça atenção humanizada no SUS
O cuidado integral é um dos pilares do trabalho da equipe multiprofissional da unidade de saúde, que se consolidou como referência nacional em oncologia e cuidados humanizados

Um depoimento espontâneo do jovem Gabryel Pablo, de 20 anos, paciente em tratamento de leucemia, emocionou internautas, ao ser publicado em suas redes sociais. No texto, intitulado “Os heróis da minha vida”, ele destacou a dedicação da equipe multiprofissional do Hospital Ophir Loyola, referência em oncologia e cuidados humanizados no Sistema Único de Saúde (SUS), em Belém. Mais que um relato individual, suas palavras traduzem a essência do cuidado prestado pela instituição: tratar doenças, mas também acolher pessoas, sonhos e histórias.
“O que me motivou a escrever esse relato foi a gratidão, por todo cuidado que eu recebi desde que cheguei. É uma situação que não é fácil para mim, foi tudo muito rápido, fui logo internado. E desde que cheguei aqui no HOL, o cuidado dos profissionais com carinho, com atenção, sempre prontos e dispostos a me atender. Esse meu depoimento foi a forma mais acolhedora de agradecer, um gesto simples, mas com valor simbólico enorme”, contou Gabryel.
Heróis sem capa

Na rotina de tratamento, o jovem ressalta que cada profissional desempenha um papel fundamental. “Os psicólogos me ajudaram muito quando eu estava abatido, os nutricionistas sempre fazem de tudo para eu poder me alimentar com comidas semelhantes às de casa, os terapeutas ocupacionais me fazem rir e me divertir. Cada profissional aqui é muito importante para mim, são meus heróis sem capa”, disse.
Apesar das dificuldades do enfrentamento à doença, ele deixa uma mensagem de esperança a outros jovens. “Jamais desistir! A luta não é fácil, há dores e fraquezas, mas como eu sempre digo: crer no Senhor, porque em Deus tudo tem cura. Sempre haverá um caminho, sempre terá a vitória. A fé também é minha força”, frisou.
E completou: “Aqui eu não me sinto só um paciente, me sinto cuidado como pessoa. Cada gesto, cada palavra de apoio, cada profissional que cruza meu caminho me mostra que o tratamento vai muito além da medicina, é sobre humanidade e acolhimento”.
O olhar psicológico
Para a psicóloga Gabriela Seabra Moura, o cuidado humanizado e o apoio emocional são essenciais no tratamento de pacientes jovens com doenças graves.
“O apoio psicológico contribui para reduzir a ansiedade, a angústia e os níveis de sofrimento, ajudando o paciente a superar situações difíceis que a doença ocasiona. Ele também fortalece a adesão ao tratamento e desenvolve resiliência para lidar com os desafios futuros”, explicou.
Segundo ela, a humanização fortalece a saúde mental e emocional durante o tratamento. “Quando o cuidado vai além do conhecimento técnico, incorporando acolhimento, empatia e respeito, o ambiente hospitalar se torna mais seguro e acolhedor, favorecendo a adesão ao tratamento e o vínculo terapêutico”, destacou.
Entre as práticas adotadas pelo hospital, Gabriela cita a visita assistida por animais; visitas religiosas mediante solicitação e a presença da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, considerada a padroeira dos paraenses, que levam bem-estar e esperança a pacientes e familiares.

Humanização como política institucional
A coordenadora de humanização do HOL, Michelle Azevedo, reforça que o hospital segue as diretrizes da Política Nacional de Humanização (Humaniza SUS), implantada em 2003. “No Ophir Loyola, trabalhamos o acolhimento por meio de ações que buscam amenizar o estresse, a ansiedade e o sofrimento que o ambiente hospitalar pode provocar, principalmente em pacientes de longa permanência. Pensamos sempre em propor atividades terapêuticas para reduzir os efeitos da hospitalização”, afirmou.
Entre essas ações, Michelle destaca o trabalho voluntário religioso, a musicoterapia e o projeto Filhos da Alegria, entre outras iniciativas. “O depoimento do Gabryel demonstra o trabalho humanizado desenvolvido pelo Hospital Ophir Loyola, através do cuidado, empatia, acolhimento, respeito e escuta, junto ao paciente e sua família”, completou.
Um hospital de pessoas para pessoas
O relato de Gabryel e a atuação multiprofissional do Hospital Ophir Loyola mostram que, no SUS, a humanização não é um detalhe, mas parte essencial do processo de cura. No HOL, cada paciente é acolhido em sua singularidade, com apoio físico, psicológico e espiritual, em um trabalho conjunto que faz da instituição uma referência nacional em oncologia e cuidados humanizados.
Texto: Vinícius Campos, estagiário de jornalismo, sob supervisão da jornalista Brenna Godot