Campanha de doação no Hospital Oncológico Infantil arrecada 94 bolsas de sangue
Coletas foram realizadas na instituição e na unidade móvel do Hemopa, em frente ao Hoiol. As bolsas coletadas podem beneficiar até 376 pacientes.
Em parceria com a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol) promoveu nesta quinta-feira (11) mais uma campanha de doação de sangue em Belém. Realizadas regularmente pelas instituições, as iniciativas são responsáveis pelo reforço nos estoques de hemocomponentes oferecidos a pacientes atendidos na unidade. Foram coletadas 94 bolsas. O Hoiol é referência no diagnóstico e tratamento de crianças e adolescentes com câncer.
O Hemopa disponibilizou uma unidade móvel na área externa do Hospital, além de um posto fixo de coleta montado na recepção. “A parceria com o Hemopa é importantíssima para o Hoiol. A estrutura e o treinamento das equipes permitem que tenhamos um ambiente adequado para orientar e acolher os doadores. E por meio de uma programação diversificada, divulgamos a causa, que não é somente do Hospital, mas de todos. Doar sangue salva vidas“, ressaltou a diretora-geral do Hoiol, Sara Castro.
Agência Transfusional - Responsável por garantir o suporte transfusional seguro aos pacientes, a Agência Transfusional do Hospital Oncológico Infantil tem uma rotina intensa. “Nosso trabalho é receber o sangue do hemocentro, armazená-lo de acordo com as condições ideais e liberar os hemocomponentes conforme a necessidade dos pacientes. Cada solicitação médica é avaliada antes da liberação, para assegurar que o uso seja racional e seguro”, explicou a médica hematologista Iê Bentes Fernandez.
Os principais hemocomponentes recebidos são concentrados de hemácias, plaquetas, plasma e crioprecipitado. “O maior grupo de pacientes que atendemos inclui aqueles com leucemias agudas, que já apresentam anemia e plaquetopenia (diminuição do número de plaquetas no sangue) devido à própria doença. Com a quimioterapia, há uma queda ainda maior das células sanguíneas, o que torna necessária a reposição frequente”, informou a médica da Agência Transfusional.
No Hoiol são realizadas cerca de 300 transfusões por mês. Por isso, além do atendimento clínico, a equipe atua na conscientização de familiares. “Essencial para o tratamento, o sangue não pode ser comprado. Ele provém de doações. Dependemos, portanto, da sensibilização da população. Assim, informamos aos familiares sobre a necessidade de mobilizar pessoas para garantir a reposição de sangue. Essa orientação aos familiares é realizada pela Agência Transfusional e pela equipe multiprofissional”, reforçou Iê Fernandez.
De acordo com a assistente social da Fundação Hemopa, Camila Medina, a adesão de potenciais doadores costuma ser positiva em campanhas realizadas no Oncológico Infantil. “Observamos uma participação expressiva, tanto de colaboradores quanto de familiares, além daqueles que transitam às proximidades do Hospital”, destacou.
Além de contribuir para o abastecimento dos estoques de sangue, os doadores têm acesso a alguns exames. A triagem inclui medição de glicemia, aferição da pressão arterial e realização de mais oito exames, entre eles testes para hepatite, HIV e sífilis. Também é realizada a tipagem sanguínea. Os resultados ficam disponíveis em até sete dias no site do Hemopa, podendo ser acessados apenas mediante a apresentação de login e senha informados ao doador.
Critérios - Para doar é preciso ter entre 18 e 69 anos (sendo 60 a idade-limite para a primeira doação), estar em bom estado de saúde, ter dormido ao menos seis horas na noite anterior e estar alimentado. A frequência recomendada é de até quatro doações por ano para homens (intervalo mínimo de 60 dias) e até três para mulheres (intervalo mínimo de 90 dias). Mas Camila Medina lembrou que quem não pode doar sangue, ajuda na mobilização. “Todos podem ser agentes incentivadores, convidando familiares e amigos”, frisou.
Foi a segunda vez que o supervisor de hotelaria do Hoiol, Fagner Reis, decidiu doar. “Nós sabemos que a doação de sangue salva vidas, e que esse gesto pode representar o sorriso de uma criança. No Oncológico Infantil temos um lema: ‘quando você doa, a brincadeira continua’. Por isso, eu dormi cedo e vim ao Hospital preparado para doar. Vidas dependem da solidariedade, e acredito que a motivação de todos deveria residir na empatia e no desejo de ajudar o próximo, sem distinção”, afirmou.
Atrações - A programação contou com ação educativa realizada pelo Batalhão de Polícia Ambiental, da Polícia Militar do Pará (PMPA), e com a exposição “A Educação Hospitalar Semeando Saberes na Amazônia”, organizada por professores da Classe Hospitalar Prof. Roberto França, do Hoiol. A mostra trouxe diversos itens confeccionados durante a execução de projetos de sustentabilidade executados na instituição.
O público também conferiu as apresentações de Júlio Mendes e Lili Barros, Jhon Garcia, Luciana Lins & Banda, Banda Balada Kids, Tio Bala, DJ Ruano, Banda Halley, Fafá Maniva e Us Carapanãs, Potentes do Brega, Paulo Kamello, Nathan Corrêa, Lagoinha Music Belém, e dos mascotes do Clube do Remo (Leão Malino) e do Paysandu (Lobo Mau).
A doação de sangue é um processo rápido, seguro e essencial para salvar vidas. Para doar, é obrigatório apresentar um documento oficial com foto e, no caso de menores de 18 anos, é preciso estar acompanhado por um responsável legal. Quem não conseguiu comparecer ao Hoiol durante a campanha ainda pode contribuir. Basta dirigir-se a qualquer posto de coleta do Hemopa e informar o código 1766.
Serviço: Credenciado como Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), o Hoiol é referência na região amazônica no diagnóstico e tratamento especializado do câncer infantojuvenil, na faixa etária entre 0 e 19 anos. Atualmente, a unidade gerenciada pelo Instituto Diretrizes, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), atende mais de 900 pacientes oriundos dos 144 municípios paraenses e de estados vizinhos.
Texto: Ellyson Ramos - Ascom/Hoiol