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Castanhal será o próximo município a receber a Feira do Caranguejo, definem Sedap e Instituto Mamirauá

A secretaria irá divulgar em breve a data da próxima feira, que ofertará o crustáceo extraído das Resex de São João da Ponta, Maparanim e Curuçá

Por Rose Barbosa (SEDAP)
03/09/2025 12h19
Durante a pruimeira edição da feira em Soure foram ofertados 500 caranguejos.

O município de Castanhal, localizado no nordeste do Pará, será o próximo a receber a segunda edição da Feira do Caranguejo, fruto da parceria firmada entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM). A definição ocorreu após a reunião realizada na terça-feira (2) entre a equipe da Diretoria de Pesca e os representantes do instituto. 

O encontro teve como finalidade, também, fazer uma avaliação da primeira edição da feira que ocorreu no último final de semana no município de Soure, no arquipélago do Marajó. De acordo com os organizadores, a programação foi positiva, com a participação de 50 pescadores, além de outros moradores da Reserva Extrativista (Resex) do Marajó e que contou com a participação de um grande público e a comercialização de 500 caranguejos.

Para a próxima edição, como informou o coordenador de Pesca da secretaria, Salomão Guimarães, o formato se diferenciará com relação ao município, já que Castanhal não fica em Resex, mas se destaca na comercialização do crustáceo. Durante a feira, segundo esclareceu, serão comercializados o caranguejo e seus derivados – além de produtos da agricultura familiar e artesanatos – oriundos das Reservas Extrativistas dos municípios de São João da Ponta, Marapanim e Curuçá.

“Vamos capacitar esses usuários das Resex, buscar parcerias com todos os agentes, inclusive com a Prefeitura Municipal de Castanhal. Falta acertar apenas a data e o modelo. A previsão inicial é para o mês de dezembro. Iremos sentar também com as prefeituras dos outros três municípios para fazer todo um trabalho e fechar o ano de 2025 para preparar essa feira que terá um modelo diferente da de Soure”, informou. De acordo com ele, antes da feira em si, a Sedap e o Instituto Mamirauá farão capacitações aos tiradores de caranguejo. “Marapanim, Curuçá e São João da Ponta são municípios polos de extração enquanto Castanhal é um polo de comercialização", observou Guimarães.  

Além de caranguejos, as feiras que estão sendo realizadas pela Sedap contam com a oferta de artesanatos feitos pelos moradores das Resex

Avaliação - A Feira do Caranguejo é uma das atividades estabelecidas no Termo de Cooperação Técnica firmado entre a Sedap e o IDSM, segundo explicou o diretor de Pesca da secretaria, Orlando Lobato. Ele destacou, durante a reunião, os pontos fundamentais na programação, entre os quais, a qualificação dos trabalhadores com o uso de basquetas sustentáveis, para facilitar o transporte do caranguejo, desde o mangue até o ponto de entrega à comercialização.

“Foi um sucesso. Tivemos duas turmas participando junto com o nosso técnico Thiago Pacheco, que ministrou a capacitação. Constatamos o interesse dos trabalhadores; no segundo dia de programação, tivemos a feira, com 500 unidades de caranguejo ofertadas. Tivemos não só a gastronomia como a parte cultural, com letras de carimbó que partem de uma retórica falando do mangue, do pescador, do seu jeito de trabalhar. Todas essas atividades foram muito importantes”, avaliou Lobato.

Para a representante do Instituto Mamirauá, Tabatha Benitz, que atua como coordenadora do Núcleo de Inovação e Tecnologias Sustentáveis, o resultado foi positivo, também. Ela destacou a comercialização efetiva do caranguejo, pois toda a produção ofertada pelos trabalhadores do mangue foi comercializada. Também ressaltou a participação de diversos setores da sociedade civil organizada, além de instituições públicas. 

“Essa união de atores no território, a gente avalia como muito positiva porque tivemos além do caranguejo a parte gastronômica, o artesanato, a parte cultural e isso é um combustível de  depois, eles poderão replicar esse momento que foi criado como um espaço de comercialização novo, porque a feira anterior que ocorreu foi muito tempo atrás e ficou só na venda de caranguejo; deixamos um legado com o envolvimento das comunidades locais”, destacou.

Os trabalhadores do mangue foram capacitados pela Sedap e Mamirauá

Capacitação - A capacitação realizada dois dias antes da Feira do Caranguejo contou com a participação de 26 pescadores. A atividade focou a técnica do transporte sustentável do caranguejo-uçá. Esse tipo de ação, como observou o oceanógrafo que ministrou o conteúdo, Thiago Pacheco, que é técnico em Gestão de Pesca e Aquicultura, já foi realizada pela Sedap nas Resex, mas agora foi retomada depois de um tempo sem ocorrer.

Os caranguejos comercializados nas feiras estão sendo acondicionados em basquetas sustentáveis

“Estamos retomando para que a gente leve um incentivo à capacitação social deles e observamos que tiveram uma boa receptividade e uma boa interação, contribuíram muito com a nossa capacitação, foi uma boa troca de conhecimento entre nós e eles”, avaliou.

Como parte da capacitação também foram repassadas aos trabalhadores orientações sobre a precificação do produto comercializado. O responsável pelas informações, Jonas Oliveira, analista de Pesquisa e Inovação do Instituto Mamirauá, observou que durante a atividade os trabalhadores receberam noções para que a categoria tenha mais consciência de questões envolvendo custo, renda esperada com a definição do preço, e o público.  

“O trabalhador ainda não sabe, por exemplo, como ter ferramentas para criar um contrato com o restaurante, ou como pode estruturar uma feira como esta, por exemplo, que nós realizamos; iremos entregar uma devolutiva a eles, que é justamente uma planilha de custo, para que eles possam ter uma noção de quanto podem gastar para estruturar uma feira”, observou.