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Parque de Ciência e Tecnologia Guamá sedia painel do 'Americas Competitiveness Exchange'

iniciativa do Governo do Pará, em parceria com a UFPA e Ufra, o PCT Guamá recebeu lideranças das Américas para discutir o desenvolvimento de parques tecnológicos

Por Sérgio Moraes (PCTGuamá)
28/08/2025 15h59

O Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, em Belém, recebeu nesta quinta-feira (28) a delegação da 21ª edição do Americas Competitiveness Exchange (ACE), evento realizado na capital paraense entre os dias 25 e 29 de agosto. Promovido pela Organização dos Estados Americanos (OEA), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o ACE reúne lideranças das Américas para fortalecer a cooperação internacional em ciência, tecnologia, inovação e desenvolvimento econômico.

O PCT Guamá recebeu, durante o evento, um certificado de reconhecimento concedido pelo comitê organizador. A honraria reconhece a liderança do PCT Guamá na promoção de parcerias estratégicas voltadas ao crescimento econômico, à geração de empregos, à inovação e ao desenvolvimento sustentável.

Durante a programação foi realizado um painel sobre desenvolvimento de parques tecnológicos, mediado por Adriana Faria, presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). Participaram Eduardo Vieira, CEO do Sapiens Parque (SC); Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS), e Sheila Pires, diretora do Departamento de Apoio a Ecossistemas de Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Painel discutiu o desenvolvimento de parques tecnológicos

Compromisso - João Weyl, diretor-presidente da Fundação Guamá, instituição de ciência e tecnologia gestora do PCT, ressaltou a importância estratégica do complexo para a Amazônia. “Este é um espaço que integra universidades, governo e setor produtivo para impulsionar a inovação. Atuamos em diversas áreas, apoiando laboratórios e empresas residentes e associadas, fortalecendo a geração de patentes e novos negócios, com impacto positivo no ecossistema estadual e nas comunidades do entorno. Nosso compromisso é incentivar o progresso aliado ao desenvolvimento sustentável e centrado nas pessoas”, ressaltou o gestor.

Keynes Silva, secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), destacou que o PCT Guamá é referência em inovação. “Aqui, mais de 17 laboratórios, entre residentes e associados, desenvolvem soluções sustentáveis, como tecnologias para o aproveitamento integral do açaí, fortalecendo cadeias produtivas e gerando novas oportunidades. Estamos prontos para receber pesquisadores, investidores e empresas dispostos a transformar o potencial da Amazônia em desenvolvimento sustentável. O PCT Guamá representa um caminho promissor para alcançar o progresso pelo qual trabalhamos, preservando, ao mesmo tempo, a floresta em pé”, informou.

O Americas Competitiveness Exchange é reconhecido como uma das principais iniciativas internacionais voltadas à competitividade. A cada edição, promove visitas técnicas a ecossistemas de inovação em diferentes países, incentivando parcerias, investimentos e a cooperação entre governos, universidades, empresas e organismos multilaterais.

Tecnologia e desenvolvimento - Parques tecnológicos são considerados instrumentos estratégicos para o desenvolvimento nacional, fortalecendo o ecossistema de inovação por meio da interação entre governo, academia e mercado. Esses ambientes funcionam como polos planejados de crescimento empresarial, estimulando a cultura inovadora, a competitividade e a capacitação profissional.

Segundo o levantamento mais recente do MCTI, divulgado em fevereiro de 2025 pela plataforma InovaData, o Brasil conta com 64 parques tecnológicos em operação, além de 42 em implantação e sete em fase de planejamento. Em julho deste ano, o Ministério anunciou investimento de R$ 656 milhões em 57 parques tecnológicos, por meio do FNDCT/Finep (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/Financiadora de Estudos e Projetos), no âmbito do Programa Nacional de Apoio aos Ambientes de Inovação (PNI).

O último levantamento completo antes dessa atualização foi publicado em 2021, quando o Brasil registrava 55 parques em operação, oito em implantação e oito em planejamento, reunindo 1.993 empresas residentes, com faturamento anual de R$ 3,7 bilhões e cerca de 43 mil empregos gerados.

Para Eduardo Vieira, a integração entre instituições voltadas ao ecossistema é fundamental. “Trabalhamos há mais de 20 anos integrando empresas, universidades e laboratórios, criando um ambiente sustentável que também acolhe a comunidade. Nosso objetivo é atrair talentos, formar profissionais e aproximar jovens da ciência e inovação, fortalecendo setores como biotecnologia, energia e Tecnologia da Informação”, complementou.

Reconhecimento ao PCT Guamá do comitê organizador do 'Americas Competitiveness Exchange'

Integração - Jorge Audy alertou para o desafio de expandir o alcance da inovação no País, enfatizando que “o Brasil possui centros de excelência comparáveis aos melhores do mundo, mas ainda atua em ‘ilhas’ que alcançam apenas 20% da população. Sem resolver a base educacional, não transformaremos inovação em motor de desenvolvimento. Precisamos de políticas públicas integradas e articuladas para alinhar ciência, indústria e agricultura”.

Para Sheila Pires, o Brasil construiu um dos ecossistemas de inovação mais robustos do mundo, mas há desafios estratégicos a enfrentar. Segundo ela, “precisamos ampliar o impacto socioambiental, fortalecer a internacionalização e alinhar-nos às políticas públicas federais e estaduais. Esses ambientes devem ser plataformas para o desenvolvimento econômico, social e sustentável”.

A relação entre educação e inovação foi destacada por Adriana Faria, para quem “os desafios da educação brasileira impactam diretamente a capacidade de desenvolver ciência e tecnologia. Ainda assim, parques tecnológicos geram impacto social expressivo. Cada emprego qualificado criado pode gerar outros três. É essencial integrar comunidade, educação e oportunidades para jovens”.

Inovação na Amazônia - O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Sectet, com as parcerias da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), e gestão da Fundação Guamá.

É o primeiro parque tecnológico da região Norte do Brasil, e visa estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável, a fim de melhorar a qualidade de vida da população.

Localizado às margens do Rio Guamá, que dá nome ao complexo, o PCT está situado entre os campi das duas universidades, e conta com um ecossistema rico em biodiversidade, estendendo-se por 72 hectares, destinados a edificações e à Área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de Belém.

O complexo conta com mais de 30 empresas residentes (instaladas fisicamente no Parque), mais de 40 associados (vinculados ao Parque, mas não fisicamente instalados), 12 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de processos e produtos e uma escola técnica.

O PCT Guamá integra a Anprotec e International Association of Science Parks and Areas of Innovatio (Iasp), e faz parte do maior ecossistema de inovação do mundo.