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Hemopa marca avanço científico com 1º Simpósio de Ética e Bioética na Amazônia

Evento reuniu especialistas, profissionais da saúde e estudantes em Belém para debater desafios e avanços da pesquisa científica na região

Por Aline Seabra (HEMOPA)
27/08/2025 17h11

A Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), por meio do Núcleo de Ensino e Pesquisa (Nepes), realizou nesta quarta-feira (27), em sua sede, no bairro de Batista Campos, em Belém, o I Simpósio de Ética e Bioética Aplicada às Pesquisas em Saúde na Amazônia. O encontro reuniu representantes de comitês de ética em pesquisa, docentes, profissionais da saúde, estudantes e gestores de diferentes instituições, fortalecendo o debate sobre os desafios éticos da produção científica na região.

Evento reuniu especialistas, gestores, profissionais da saúde e estudantes

Logo na chegada, os participantes foram recepcionados ao som do carimbó e participaram da abertura oficial, que contou com a apresentação do Coral Sons da Vida, da Fundação Hemopa, em um momento de acolhimento.

A realização do simpósio marca um passo importante para a Fundação Hemopa, que, em 2025, conquistou o credenciamento oficial de seu Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). O colegiado é responsável por avaliar projetos de pesquisa envolvendo seres humanos, garantindo o cumprimento das normas éticas e legais. Sua criação fortalece a autonomia da instituição, assegura mais rigor nas análises e contribui para o avanço científico em saúde, com foco na hematologia e hemoterapia.

De acordo com o projeto elaborado pelo Nepes, o evento foi justificado pelas especificidades sociais, culturais e ambientais da Amazônia, que impactam diretamente a condução de pesquisas. Questões como o consentimento livre e esclarecido de populações tradicionais, a justiça social na distribuição dos benefícios da pesquisa, o respeito às cosmovisões locais e a proteção da biodiversidade foram apontadas como pontos centrais para fortalecer a integridade científica e a relevância social dos estudos.

A programação do simpósio incluiu painéis sobre a nova Lei 14.874, que traz novos desafios para os comitês de ética, além de discussões sobre pesquisas com populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas, ética em saúde pública e análise de projetos multicêntricos. Também foi realizada uma roda de conversa sobre a experiência dos representantes de participantes de pesquisa (RPPS), que destacaram o papel do controle social nas investigações científicas.

A diretora técnica do Hemopa, Dra. Larissa Francês, ressaltou que a realização do simpósio simboliza um novo momento para a instituição. “Nós ficamos muito felizes com a realização desse primeiro simpósio. Recentemente tivemos a criação do CEP, que já almejávamos há algum tempo. Esse encontro mostra a necessidade de se ter um comitê relacionado ao serviço que executamos, com todas as suas peculiaridades. É uma oportunidade de ampliar o olhar não apenas para a saúde, mas também para pesquisas voltadas à população, considerando aspectos culturais de comunidades como os quilombolas e indígenas. Esse simpósio veio para agregar e, se Deus quiser, teremos mais edições nos próximos anos”, afirmou.

A diretora técnica do Hemopa, Larissa Francês, ressaltou que a realização do simpósio simboliza um novo momento para a instituição

A biomédica do Nepes e coordenadora adjunta do CEP/Hemopa, Núbia Carolini Costa de Almeida, reforçou a relevância do evento como marco inicial do trabalho do comitê. “Esse é o primeiro evento promovido pelo Nepes em parceria com o CEP nos seis primeiros meses de implantação do nosso Comitê de Ética. O objetivo é gerar discussões sobre ética em pesquisa, novas legislações, pesquisas com grupos vulneráveis e promover a troca de experiências com CEPs mais consolidados, agregando ao desenvolvimento do ensino e da pesquisa no Hemopa”, explicou.

A biomédica do Nepes e coordenadora adjunta do CEP/Hemopa, Núbia Carolini Costa de Almeida, reforçou a relevância do evento como marco inicial do trabalho do comitê

A pedagoga e gestora do Nepes, Eidy Ferreira, destacou o caráter formativo do simpósio. “O simpósio é um marco para o Núcleo de Ensino e Pesquisa porque representa a materialização de um trabalho coletivo voltado para fortalecer a cultura ética dentro da Fundação Hemopa. Mais do que um evento científico, ele é um espaço de formação, de troca de saberes e de valorização da diversidade que caracteriza a nossa região amazônica. Acreditamos que iniciativas como essa contribuem não apenas para aprimorar a prática da pesquisa, mas também para sensibilizar pesquisadores e estudantes sobre o compromisso social e humano que envolve a produção de conhecimento”, afirmou.

Já a pedagoga e gestora do Nepes, Eidy Ferreira, destacou o caráter formativo do simpósio

A participante e estudante de Biomedicina da Fibra, Ana Carolina, ressaltou o impacto do simpósio na formação acadêmica. “As palestras reforçaram a importância de termos consciência dentro da pesquisa, na entrega de artigos e na construção dos projetos. É fundamental entender o que pode e o que não pode, sempre com respeito ao próximo. Gostei muito da fala sobre a ausência da filosofia nas escolas e como isso afeta a formação de crianças e adolescentes. Eventos como esse ampliam nossa visão sobre a relevância dos CEPs e da ética em saúde. Espero que tenhamos mais encontros como esse”, disse.

A participante e estudante de Biomedicina da Fibra, Ana Carolina, ressaltou o impacto do simpósio na formação acadêmica

De acordo com o Nepes, o simpósio teve como objetivos discutir desafios relacionados ao consentimento livre e esclarecido, debater questões de equidade no acesso aos benefícios da pesquisa, promover o diálogo intercultural e apresentar dilemas éticos vivenciados na Amazônia. O público-alvo contemplou pesquisadores, profissionais da saúde, gestores, estudantes de graduação e pós-graduação, além de representantes de comunidades tradicionais e órgãos de controle.

A expectativa é de que o simpósio passe a integrar o calendário científico da Fundação Hemopa, fortalecendo a cooperação entre centros de pesquisa e ampliando o compromisso institucional com práticas éticas, responsáveis e culturalmente sensíveis.

A expectativa é de que o simpósio passe a integrar o calendário científico da Fundação Hemopa