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Mais valioso que ouro: Hospital da Transamazônica ressalta importância do aleitamento materno

Leite da mãe é o único alimento indicado para bebês até os seis meses de vida

Por Governo do Pará (SECOM)
25/08/2025 15h13

No Hospital  Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira, sudoeste do Pará, a campanha Agosto Dourado segue com foco no alimento mais valioso para recém-nascidos. O leite materno é tão poderoso na nutrição do bebê que autoridades em saúde o chamam de ‘ouro mais valioso’. A explicação está na composição. Rico em proteínas, o leite também carrega anticorpos indispensáveis para a defesa do organismo.

O assunto tem pautado uma série de palestras realizadas pelo HRPT neste mês. Uma delas, na última quinta-feira, 21, reuniu profissionais de saúde, colaboradoras de outros setores e pacientes que acabaram de dar à luz. Nicoly Barros é mãe de recém-nascido internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. A jovem conta que “não sabia que o leite era tão poderoso para o bebê. Aqui no hospital é que eu consegui entender a importância da amamentação que alimenta a criança e ajuda a fortalecer todo o sistema imunológico”.

“Cada ano a gente está estendendo essa rede de atenção com incentivo e informações para que a gente consiga engajar e alcançar os melhores resultados”, indica o coordenador da UTI Neonatal, Cleiton Araújo. O enfermeiro pontua que “o aleitamento é um programa nacional e internacional. Existem várias estratégias que são inseridas no sistema de saúde. É uma meta do Ministério da Saúde para todas as instituições”.

Primeira ‘vacina’ do bebê - Antes mesmo de tomar as vacinas contra uma série de patologias, o recém-nascido tem no leite da mãe o imunizante mais eficaz para quem acabou de nascer. “A Sociedade Brasileira de Pediatria traz diversos artigos que classificam o leite materno como a primeira vacina do bebê, tem diversos nutrientes que são essenciais para a formação desde o início. Para isso, a mãe precisa garantir que ela tenha uma boa alimentação para que seja passado para o bebê”, explica Aline Menezes, especialista em nutrição infantil e integrante da equipe multiprofissional do Hospital Regional da Transamazônica.

Infelizmente, completa a profissional, muitas inverdades prejudicam o entendimento sobre o quão importante é a amamentação materna. Uma fake news bastante comum no dia a dia e difundida nas redes sociais, diz que sozinho o leite da mãe é fraco e não seria capaz de alimentar a criança, havendo necessidade de mingaus, sopinhas e frutas. “Não existe leite fraco! Ao contrário do que muitos relatam, têm as fases do leite, que são três. O leite da mãe é capaz de nutrir todas as necessidades do bebê até os seis meses”, alerta Aline Menezes. Antes dos seis meses, nem mesmo água deve ser adicionada à dieta infantil.

E quando o bebê não pode receber o leite da mãe?

O sonho de Joelma Rodrigues, 28 anos, sempre foi ter filhos e poder compartilhar um dos maiores afetos: a amamentação. No caso do primeiro, tudo ocorreu bem e a dona de casa conseguiu alimentar a criança unicamente com o leite como a medicina diz que deve ser. Mas, quando Antonelle chegou, o cenário foi outro, isso porque a menina, hoje com 50 dias de vida, teve pneumonia e meningite, além de desenvolver séria alergia ao leite do peito. “Toda vez que tomava a barriga inchava, ela sentia muita dor. Não tinha como dar o leite para ela”, lembra a mãe, que só soube do problema quando Antonelle foi transferida para o Hospital da Transamazônica.

Casos como o de Antonelle acometem de 2% a 5% das crianças no Brasil e afetam principalmente prematuros. A alergia não é ao leite materno em si, mas a proteínas que também podem ser encontradas no leite animal, aquele que consumimos no café da manhã e é usado como ingrediente de queijos e iogurte, por exemplo. Como o bebê não se adapta a essas proteínas, o organismo reage com uma série de sinais e sintomas, entre os quais, diarreias, cólicas e inchaço. Sem tratamento adequado, o paciente pode evoluir para quadros extremamente graves, e até perder a vida.

Quando o bebê não pode ser alimentado com o leite da mãe, os profissionais administram uma fórmula infantil preparada especialmente para esse tipo de paciente. A fórmula segue o padrão internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS), diferente de compostos lácteos vendidos em farmácias e não recomendados para bebês com menos de 12 meses. A fórmula preconizada pela OMS evita desnutrição e malformação motora e cognitiva. O coordenador da UTI Neonatal, enfermeiro Cleiton Araújo, explica que a troca do leite só deve ocorrer quando orientada e acompanhada por equipes multiprofissionais.

“O Hospital Regional conta com enfermeiros, médicos, psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e nutricionistas. Desde o momento da internação inicia-se a atenção” para garantir que mãe e bebê sejam assistidos com estratégias específicas sobre como alimentar o bebê, caso o recém-nascido não esteja apto para receber o leite materno.

Texto: Rômulo D’Castro (HRPT)