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Empreendedores negros e quilombolas levam cultura e identidade para 5ª Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial

Feira, dentro da Conferência Estadual, valoriza saberes tradicionais e transforma empreendedorismo em espaço de resistência e visibilidade

Por João Victor Barra (SEIRDH)
21/08/2025 09h25
Artesão Manoel Luz: "Trouxemos artesanatos produzidos pela comunidade. Todos traduzem nossa cultura", disse ele.

A feira de empreendedores negros e quilombolas presente na 5ª Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial, promovida pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), tem chamado atenção do público ao reunir produtos que carregam história, ancestralidade e resistência.

Artesanatos, crochês, moda afro, biojoias e comidas típicas compõem a diversidade de produtos expostos. Para os empreendedores, participar da conferência é mais do que uma oportunidade de comercialização, é também um espaço de visibilidade e reconhecimento.

A presença da feira de empreendedores negros e quilombolas durante a conferência estadual reforça o compromisso de valorizar a diversidade cultural e econômica dos povos tradicionais. Para além do comércio, ela se transforma em um espaço de diálogo, troca de saberes e fortalecimento de redes.

Oportunidade - O artesão Manoel Luz, da comunidade de Aurora do Pará, afirma que estar presente na conferência estadual é uma forma de mostrar um recorte de cada comunidade. “Nós trouxemos alguns artesanatos produzidos pela comunidade. Todos traduzem nossa cultura. São barcos, canoas e outros utensílios. Trazemos como miniatura justamente para mostrarmos o uso do dia a dia da comunidade”, afirmou.

Ainda segundo o artesão, os produtos são confeccionados a partir de materiais da natureza com intuito de se tornarem reaproveitáveis. “Pegamos o resto de madeiras e ouriço da castanha, por exemplo, e não desperdiçamos no território. Trabalhamos para que haja sustentabilidade e se tornem materiais reaproveitáveis como utensílios de cestaria. É uma forma de manter viva a tradição do nosso povo, além de gerar rendar”, explicou.

Técnica em enfermagem, Maressa Assunção: "Vendi produtos e ganhamos clientes, porque entregamos o nosso cartãozinho. É um espaço bom de divulgação”.

Terapia - A técnica em enfermagem Maressa Assunção encontrou no crochê a terapia ideal para superar crises de ansiedade, principalmente durante e após o período da pandemia de COVID-19. Desde janeiro, ela se dedica somente ao crochê e para a feira trouxe chaveiros, bolsas e diversos artigos. “Além da venda, ganhamos clientes, porque entregamos o nosso cartãozinho. Então, é um espaço muito bom de divulgação”, disse.

De acordo com a empreendedora, as vendas já superaram as expectativas. “Já consegui vender muitos produtos. Além dos participantes da conferência estadual, os próprios estudantes do Cesupa passam por aqui e se interessam pela minha arte”, comentou.

Silvina Macêdo, do Conselho Estadual de Política de Promoção da Igualdade Racial: "É importante dar visibilidade para os movimentos sociais".

Representatividade - Em meios aos debates e proposição de políticas públicas, Silvina Macêdo, integrante do Conselho Estadual de Política de Promoção da Igualdade Racial (CONEPPIR), aproveitou para fazer suas compras na feira e parabenizou o espaço. “É importante ter esse espaço que dá visibilidade para os movimentos sociais trazerem sua arte, a moda negritude, as indumentárias, tudo o que se refere à nossa população. Esse espaço conquistado promove também uma economia solidária que tanto defendemos", avaliou. 

Conferência Estadual - A Conferência Estadual segue nesta quinta-feira, 21, no Cesupa - Campus Alcindo Cacela II, com a realização dos Grupos de Trabalho (GTs), votação das propostas de políticas públicas e eleição de delegados(as) que irão representar o Pará na etapa nacional prevista para ocorrer no mês de setembro, em Brasília (DF).