Pará promove encontro com povos e comunidades tradicionais para fortalecer a sociobioeconomia no Estado
Reunião com representantes dos PIQCTAFs discutiu avanços do PlanBio e a criação do Centro de Sociobioeconomia no Parque de Bioeconomia da Amazônia

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), realizou nos dias 18 e 19 de agosto um encontro com representantes dos Povos Indígenas, Quilombolas, Comunidades Tradicionais e Agricultores Familiares (PIQCTAFs), com foco na construção coletiva da sociobioeconomia do Estado. A programação ocorreu no Centro de Treinamento da Semas, em Belém, e reforçou o compromisso da gestão estadual com um modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo.
A reunião promoveu o diálogo direto com os representantes dos PIQCTAFs sobre os avanços do Plano de Bioeconomia do Pará (PlanBio) e a implantação do Centro de Sociobioeconomia do Pará, que será parte integrante do futuro Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia.

Modelo sustentável com protagonismo dos povos da floresta
Segundo a secretária adjunta de Bioeconomia da Semas, Camille Bemerguy, o encontro reforça o papel das comunidades tradicionais como protagonistas na política ambiental do Estado.
“Esta reunião foi muito importante para a construção dos projetos que envolvem a bioeconomia do Estado, em especial para continuar a integração das comunidades tradicionais nas decisões do PlanBio. Estamos falando de uma nova lógica de desenvolvimento, que respeita os ciclos da floresta, exalta a diversidade biológica, cultural e territorial do Estado, valoriza os saberes tradicionais e coloca as pessoas no centro. A bioeconomia é um modelo com um potencial imenso e isso, para a Amazônia, é revolução”, enfatizou.

O PlanBio integra o Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA) e é uma das principais estratégias do Estado na transição para uma economia de baixo carbono. Ao todo, o plano reúne atualmente 122 iniciativas voltadas ao fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis, à valorização do conhecimento tradicional e à biodiversidade paraense. “Mais do que nunca, precisamos de soluções justas, regenerativas e enraizadas no território”, complementou Camille.
Visitas técnicas e integração com o território
Como parte da programação, os representantes dos PIQCTAFs participaram de uma visita ao container de exposição instalado no Porto Futuro I e às obras do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, que está sendo construído em Belém. O espaço vai reunir startups, empreendimentos comunitários, indústrias, instituições de pesquisa e oferecerá estruturas como coworkings, laboratórios, serviços de mentoria, capacitação, incubação e aceleração de negócios sustentáveis.
O Centro de Sociobioeconomia do Pará será um dos núcleos estratégicos do parque, com foco na articulação de políticas públicas e no apoio direto aos territórios tradicionais.
Vozes dos territórios fortalecem a política ambiental
A presidente da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), Concita Sompré, destacou a importância de garantir que as políticas públicas sejam construídas a partir das vivências e saberes das populações tradicionais.

“É fundamental ouvir as comunidades, porque nós já realizamos a sociobioeconomia em nossos territórios. Trazer as vozes dos PIQCTAFs para a construção da política do PlanBio é trazer o equilíbrio que há entre os povos da floresta e o meio ambiente. É uma conexão para proteção da floresta. Os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores e tantos outros fortalecem essa economia como um modo de vida e como defesa do meio ambiente e sua biodiversidade como um todo”, afirmou.
Texto: Vinicius Silva/ Ascom Semas