Cooperativa de mulheres privadas de liberdade volta a expor seus produtos na Feira do Livro
O trabalho da Coostafe e as histórias de suas integrantes novamente emocionaram frequentadores do maior evento literário do norte do Brasil
Formada por mulheres privadas de liberdade, sob a coordenação pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), a Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe) participou, durante três dias, da 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, realizada no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém.
O estande destinado às cooperadas foi uma oportunidade de mostrar os produtos a um grande público. Segundo a tutora da Coostafe, Narayana Brotas, a participação na Feira permite a interação com o público e gera impacto positivo para a imagem da cooperativa. “É muito importante para elas, tanto para terem a experiência de participar de uma feira grandiosa, quanto para ter contato também com outros empreendedores, pois são momentos de troca de conhecimento. Além disso, é muito importante para a visibilidade da cooperativa”, ressaltou.
Contato direto - Narayana Brotas disse ainda que "ainda tem gente que não conhece a Coostafe. Então, quando passa, conhece um pouquinho o que é a cooperativa, e se encanta. Se encanta também com os produtos que a gente tem oportunidade de expor e vender. Isso é muito importante para as internas, porque é algo que agrega valor a seus currículos”.
Na Feira do Livro, duas internas participaram diretamente das vendas e do contato com o público ao lado da equipe da Seap, formada por servidores e policiais penais, expondo bolsas de notebook, bolsas térmicas, peças em fio de malha, nécessaires, almofadas bordadas, ecobags e quadros pintados à mão.
A participação visa auxiliar na reinserção social após o cumprimento da pena, por meio do diálogo social com o público durante o evento, e da divulgação da Coostafe e seus produtos.
Em seu primeiro ano interagindo diretamente com o público na Feira, Débora Bianca, interna da Unidade de Custódia e Reinserção Feminina de Ananindeua (UCRF Ananindeua), que faz pinturas em telas na Coostafe, contou que a experiência se torna única e especial para mulheres privadas de liberdade. “É muito gratificante; estou muito feliz por estar aqui. A gente conhece pessoas, conta nossa história. Muitas se emocionam. Contamos um pouquinho de cada mulher lá dentro da Coostafe, desde a parte da costura, da pintura, a finalização dos produtos. É muito bom!”, afirmou Débora.
Serviço: A Coostafe funciona na Unidade de Custódia e Reinserção Feminina de Ananindeua, reunindo cerca de 30 internas na produção de artesanato, costura, pintura e bordado.
Quem quiser adquirir os produtos ou apoiar a iniciativa, pode entrar em contato pelo e-mail: [email protected]
Texto: Fernanda Ferreira, estagiária - NCS/Seap
