Arte, cultura popular e inclusão dão voz à infância e juventude na Feira Pan-Amazônica do Livro
Apresentações de alunos de várias escolas celebraram ritmos e a literatura do Pará, enfatizando a importância do conhecimento e da consciência ambiental
No Dia das Vozes da Infância e da Juventude na Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, em Belém, grupos de várias escolas se apresentaram na manhã desta terça-feira (19). A programação começou às 9h30, com o espetáculo "Boto Sinhá: Encantos das Águas, Ritmos do Pará", encenado por alunos da Escola Providência. Em seguida, estudantes da Escola Maria Luiza Pinto do Amaral apresentaram "Celebrando a Literatura Paraense com os Contos de Dona Onete: A Festa no Ver-o-Peso".
A programação continuou com alunos da Escola Técnica do Pará (EETEPA) Anísio Teixeira apresentando a dança "O Namorado da Lua e o Boto Namorador: Uma Reflexão sobre os Cuidados com o Planeta", no ritmo do carimbó.

Guardião - O espetáculo “Encantos do Vieira - Dança, Lenda e Resistência” foi apresentado pela Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Hilda Vieira. “Essa apresentação surgiu quando nós criamos o Boi Vieira esse ano, na festa junina. Foi uma confecção dos alunos, e quando veio o convite para a apresentação na Feira do Livro, nós pensamos em fazer os encantos amazônicos, o surgimento de mais um guardião da natureza, que é o Boi Vieira”, informou a professora Catarina Louro, que acompanhou os alunos.
“Nós fizemos todo um trabalho com os alunos, para eles conhecerem cada personagem folclórico, e aí começamos os ensaios. Não tivemos muito tempo, mas conseguimos um resultado muito positivo porque eles se empenharam bastante. Apesar do nervosismo, eles fizeram uma apresentação bem legal”, avaliou a professora da oficina de dança na escola.

Gustavo Vinícius, representando o Projeto "Leitura em Movimento", da Escola Acatauassu Nunes, fez uma performance musical solo, com três músicas. “Quando eu conheci a professora Cristiane, e cantei pela primeira vez no Projeto, ela olhou e disse: ‘tu tens talento. Eu vou investir nesse teu talento’. E o 'Leitura em Movimento' me acolheu quando eu mais precisei. Vim cantar e falar um pouco da minha história”, disse Gustavo, 16 anos, cantor e compositor.
“É um trabalho de leitura e escrita que incentiva as crianças numa competição saudável. Cada aluno é responsável pelo seu ranking. Quanto mais ler e contar a história lida, é ponto no ranking. Atualmente, a recordista está com a marca de 55 livros lidos em um ano, sendo que a média nacional é de 1,6”, explicou a professora Cristiane Caetano.

Reconhecimento - Ela acrescentou que, “junto a isso, nós temos as 'Estrelas Literárias', onde alunos são incentivados a criar seu próprio livro e desenvolver novos talentos. Desde 2022, temos essas produções, e já foram mais de 100 obras publicadas. É um projeto de inclusão também, porque nós temos um lema que é não valorizar as dificuldades, mas sim as oportunidades. Temos vários alunos PCDs (pessoas com deficiência). Inclusive, recentemente ficamos entre os cinco finalistas do Prêmio Led, promovido pela Rede Globo, dentre mais de 2 mil projetos pelo Brasil. Nós chegamos à grande final, e isso é o que aquece o nosso coração e nos motiva a continuar”.
A programação continuou com a dança "Carimbó da Matinta Pereira", apresentada por alunos da Escola Dona Helena Guilhon, seguida pela dança "O Encanto do Boto”.
A Feira do Livro recebe grupos escolares todos os dias, tanto para visitação quanto para performance.
Serviço: 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes prossegue até sexta-feira (22), das 9h às 22h, com entrada até 21h, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.
Texto: Juliana Amaral - Ascom/Secult