Paciente de 74 anos recebe alta após oito meses internada no Hospital Abelardo Santos
Ela teve um AVC em janeiro deste ano, e sua recuperação foi acompanhada por uma equipe multiprofissional
“Hoje, posso dizer que é uma vitória sair daqui e ir para casa com ela”, afirmou Georgete Milene Caldeira, 44 anos, ao comemorar a alta hospitalar da tia, Maria de Nazaré de Jesus, 74 anos, após 223 dias de internação no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, distrito de Belém. A aposentada, que foi internada após um AVC (Acidente Vascular Cerebral), ficou sabendo que retornaria para casa na tarde desta quinta-feira (14).

O momento ocorreu poucos dias depois de Maria de Nazaré completar mais um ano de vida, em 8 de agosto. “Posso afirmar que ela ganhou um grande presente, que foi a recuperação. Acompanhei minha tia durante todo esse tempo, e sabemos que é preciso ter paciência e estar cercado de profissionais que tornam o tratamento mais leve. Deixo meus parabéns a toda a equipe do HRAS”, acrescentou Georgete.
Cuidados - Maria de Nazaré chegou ao Hospital Abelardo Santos no dia 13 de janeiro, após sofrer um AVC. Desde então, apresentou altos e baixos. Após uma cirurgia delicada, a aposentada foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu sob acompanhamento diário de uma equipe multiprofissional.
Segundo a médica Mayana Brito, que acompanhou o caso, os AVCs costumam deixar sequelas graves, e o trabalho dos profissionais é reduzir ao máximo esses impactos, para não comprometer a qualidade de vida do paciente. “Dona Maria ficou com algumas limitações motoras e dificuldades na alimentação. Mas, juntos, alcançamos um resultado satisfatório, diante de um quadro tão delicado”, informou a médica.

Ela acrescentou que, “hoje, conseguimos realizar a alta com segurança, graças ao empenho de dezenas de profissionais que possibilitaram a boa recuperação da paciente, permitindo que ela retornasse para casa e reencontrasse a família. O ambiente onde ela ficará já está adaptado, pois não basta apenas planejar a saída do hospital; é necessário garantir suporte adequado também no lar”.
Melhor em Casa - Após deixar o HRAS, Maria foi conduzida para sua casa em uma ambulância. Agora, receberá atenção de profissionais do Programa "Melhor em Casa", do Ministério da Saúde, que oferece assistência domiciliar para pessoas que necessitam de cuidados contínuos, evitando hospitalizações prolongadas e promovendo conforto e recuperação no ambiente familiar.
Sem essa modalidade de atendimento, muitos pacientes poderiam acabar precisando de internações frequentes. “Essa foi outra etapa do nosso trabalho: assegurar que ela pudesse sair daqui e contar com acompanhamento especializado em casa, o que garante qualidade de vida para ela e seus familiares. Ao final, deu tudo certo”, disse Hellem Moraes, enfermeira do Hospital Abelardo Santos.
A profissional ressaltou ainda que essa alternativa de tratamento reduz o risco de infecções hospitalares e outras complicações associadas a longas permanências em unidades de saúde. “Dona Maria ficará em boas mãos, segura, no aconchego do seu lar, recebendo monitoramento constante da evolução do seu quadro, com ajustes no tratamento sempre que necessário”, acrescentou a enfermeira.

Referência - O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos é a maior unidade pública do Governo do Pará. A instituição é administrada pelo Instituto Social Mais Saúde (ISMS), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Referência no atendimento à mulher, criança e população indígena, só em 2024 realizou mais de 1 milhão de atendimentos, entre cirurgias de média e alta complexidade, exames e consultas.
A estrutura conta com pronto-socorro pediátrico, ginecológico e obstétrico 24 horas, além de 360 leitos distribuídos entre emergência, cirurgia, internação clínica, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Unidades de Cuidados Intermediários (UCIn). Também é uma das principais maternidades do Estado, realizando mais de 5 mil partos anuais, e conta com um centro de terapia renal.
O gerente Assistencial da unidade, Adriano Furtado, ressaltou o papel do Hospital para a população. “O exemplo da dona Maria reflete nossos pilares assistenciais: oferecer tratamento humanizado e seguro, visando à recuperação do paciente. Esse é o nosso compromisso, conduzido por profissionais qualificados e uma gestão eficiente. E quem sai ganhando é a população”, reforçou.