Pará fortalece assistência social para os povos indígenas na região Araguaia
Em ação integrada, Sepi, Seaster, Funai e DSEI constroem fluxograma pioneiro para ampliar o acesso dos povos indígenas às políticas públicas

Neste mês de agosto, a Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), em parceria com a Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), percorreu os municípios de Redenção, Pau D’Arco, Santana do Araguaia, Cumaru do Norte, Ourilândia do Norte e São Félix do Xingu, na região Araguaia.
A iniciativa teve como objetivo construir e implementar um fluxograma voltado às pautas indígenas, com foco na garantia e fortalecimento da assistência social aos povos indígenas da região. As agendas contaram com reuniões, visitas técnicas e escutas com lideranças, visando ampliar o acesso a direitos e integrar os serviços de forma efetiva e contínua.
“Estamos vivendo um momento histórico. Não é comum vermos a presença da assistência social para os povos indígenas; é mais frequente na saúde, educação ou esporte. Graças à parceria com as demais secretarias e órgãos, estamos promovendo a inclusão social, com ações em várias áreas. Um exemplo é o CadÚnico, que não é apenas Bolsa Família, mas uma rede de programas de grande importância. A assistência social também é um direito dos povos indígenas. Seguimos trabalhando para alcançar todo o Estado, garantindo que as políticas públicas cheguem às comunidades que mais precisam e que os direitos indígenas sejam respeitados”, destacou o secretário adjunto da Sepi, Wiratan Sompré.

A ação foi construída com participação direta das comunidades e contou com o apoio das secretarias municipais de assistência social, saúde e educação. Para Elizabete Marques, técnica de referência da pauta indígena da Seaster, o diálogo e a parceria são fundamentais para garantir resultados concretos.
“O fortalecimento das parcerias é essencial para que o acesso às políticas sociais alcance a população indígena. A construção tem sido feita com eles e para eles. É a primeira região que estamos iniciando, e acreditamos que, com esse diálogo entre as redes, vamos nos tornar mais fortes para garantir a assistência social a quem dela necessitar, entre eles a população indígena”, afirmou.
Além do trabalho técnico, as lideranças indígenas também reforçaram a importância de iniciativas como essa para o fortalecimento da cidadania e da autonomia. Para Sandro Kayapó, as ações representam mais do que um atendimento pontual.
“Estamos construindo caminhos para que nosso povo tenha acesso ao que é direito nosso. A assistência social precisa estar presente nos territórios, assim como a saúde e a educação. É assim que garantimos um futuro melhor para nossas crianças e jovens”, disse.
A programação encerrou-se em São Félix do Xingu, mas as ações deverão ser levadas a outras regiões do Pará, com o objetivo de consolidar o acesso integral dos povos indígenas às políticas públicas e fortalecer, de forma permanente, a rede de proteção social no Estado.