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Ações em Algodoal e Salinas reforçam conservação de tartarugas marinhas no litoral

Pará está situado em uma rota migratória essencial para diversas espécies de tartarugas marinhas, como a tartaruga-verde e a tartaruga-oliva

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
30/07/2025 11h11

O litoral paraense tem sido palco de importantes ações de conservação que envolvem o monitoramento e a proteção de tartarugas marinhas, especialmente durante a temporada de reprodução desses animais. O Governo do Pará, por meio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), juntamente com diversos parceiros, têm intensificado as atividades em áreas estratégicas da costa atlântica, reforçando o compromisso com a preservação da biodiversidade. 

O Ideflor-Bio destaca que o Pará está situado em uma rota migratória essencial para diversas espécies de tartarugas marinhas, como a Chelonia mydas (tartaruga-verde), a Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva) e até mesmo a raramente avistada Dermochelys coriacea (tartaruga-de-couro).

“Com uma costa rica em biodiversidade e ecossistemas sensíveis, o Pará desponta como uma das frentes mais importantes de conservação de tartarugas marinhas no Brasil. As ações recentes reforçam o papel do estado como protagonista na proteção dessas espécies ameaçadas e reafirmam o compromisso do Governo do Pará com o equilíbrio ambiental e a sustentabilidade dos seus recursos naturais”, enfatizou o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto.

Uma ação resultou na transferência de 115 ovos de tartaruga-verde (Chelonia mydas) para um local seguro na Área de Proteção Ambiental (APA) Algodoal-Maiandeua, no município de Maracanã, na sexta-feira (25). Equipes do Ideflor-Bio acompanharam de perto a atividade conduzida pela ARVUT Meio Ambiente Ltda e o Instituto Bicho D’Água. A medida visa garantir que a incubação ocorra em condições ideais, protegendo os ovos contra riscos naturais e humanos, como a maré alta, pisoteamento e ação de predadores.

A APA Algodoal-Maiandeua é uma das regiões mais importantes para a conservação de quelônios no estado. Além da presença frequente da Chelonia mydas, há registros da tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) na localidade, espécie ameaçada de extinção e considerada a maior entre as tartarugas marinhas. O avistamento mais recente desse animal na região ocorreu em 2023, reforçando a importância ecológica do arquipélago como área de descanso, alimentação e reprodução desses répteis.

No sábado (26), outro momento marcante das ações ambientais ocorreu em Salinópolis, nordeste paraense. Durante o monitoramento noturno na Praia do Farol Velho, técnicos do Ideflor-Bio, em conjunto com a equipe da ARVUT, identificaram uma Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva) em processo de desova. A presença da espécie no trecho oposto à área isolada para veículos na Praia do Atalaia, especificamente na região da Ponta da Sofia, demonstra que a costa ainda oferece condições naturais para a reprodução, desde que haja cuidado e respeito por parte da população.

Cuidados - A ação reafirma a necessidade de medidas rigorosas de controle de acesso de veículos motorizados às praias, especialmente durante o período de desova dos quelônios. “A conservação dos quelônios é um esforço contínuo que exige envolvimento da sociedade. Estamos intensificando nosso trabalho de educação ambiental e proteção direta aos ninhos, para garantir que mais filhotes cheguem ao mar em segurança”, destacou o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto.

O monitoramento das tartarugas marinhas está diretamente integrado ao Programa de Conservação Quelônios do Pará, liderado pelo Ideflor-Bio. A iniciativa visa preservar as 24 espécies de quelônios identificadas no estado, tanto de água doce como salgada, por meio de projetos e ações voltados à proteção desses animais em seus habitats naturais. Além disso, diversas parcerias com instituições públicas, privadas e organizações da sociedade civil têm sido feitas para assegurar a implementação eficaz das medidas de conservação.

Missão - De acordo com o diretor de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação, Ellivelton Carvalho, “essas ações são fundamentais para proteger o ciclo reprodutivo dos quelônios e também para gerar conhecimento técnico que nos ajude a melhorar as estratégias de conservação. Cada ninho salvo é uma vitória para a biodiversidade”, afirmou o diretor de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação do Ideflor-Bio, Ellivelton Carvalho.

Além da proteção direta às espécies, o trabalho também tem caráter educativo. Moradores, turistas e condutores de veículos recebem orientações sobre a importância de evitar a circulação em áreas de desova, manter a limpeza das praias e respeitar a sinalização ambiental. As ações fazem parte de um esforço contínuo para construir uma cultura de preservação marinha no Pará, aliando conhecimento técnico e engajamento social.