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Pesquisadores apoiados pela Fapespa apresentam trabalhos na Inglaterra

Os professores Marcus Braga e Fabrício Araújo, da UFRA, marcaram presença na 33ª edição Conferência Internacional Anual sobre Sistemas Inteligentes para Biologia Molecular

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
25/07/2025 15h03

Os pesquisadores da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Marcus Braga e Fabrício Araújo, apresentaram seus trabalhos científicos na maior reunião de bioinformática e biologia computacional do mundo, a Conferência Internacional Anual sobre Sistemas Inteligentes para Biologia Molecular (Intelligent Systems for Molecular Biology, ISMB). O evento foi realizado de forma conjunta com a Conferência Europeia de Biologia Computacional (European Conference on Computational Biology, ECCB), sediado na Arena Centro de Convenções de Liverpool (ACC Liverpool), na Inglaterra, entre os dias 20 e 24 de julho. 

Na oportunidade, os cientistas apresentaram no evento o “GOFEAT-AI: AI assistant for functional annotation analysis using RAG and LLM”, uma ferramenta de análise de anotação funcional que utiliza técnicas de inteligência artificial (IA) generativa para criar uma forma de interação entre usuários e seus dados. 

O trabalho faz parte de uma pesquisa maior do Núcleo de Pesquisas em Computação Aplicadas (NPCA) da UFRA, que recebeu o apoio do Governo do Pará, através da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), por meio editais de 2021, 2022 e 2023. De acordo com Marcus, os aportes feitos pelo poder público através da Fapespa auxiliaram o grupo de pesquisa conseguiu se estruturar, mesmo sendo localizado no interior do estado. 

Inovação- A plataforma se propõe a ser um chatbot que pode responder perguntas dos usuários com base no contexto do projeto, facilitando a obtenção de informações específicas a partir dos resultados e permitindo ao usuário interagir com os dados de seu projeto em linguagem natural. O professor Marcus Braga, responsável pelo trabalho explica que “Esse tipo de tecnologia tem se tornado bem procurado atualmente e é construído com a nova geração da inteligência artificial, conhecida como IA generativa. 

“O que mais se busca hoje são sistemas de IA personalizada, que conseguem usar os modelos generalistas e, também, os dados particulares de uma área específica de domínio, como direito, matemática, medicina, contabilidade, ou qualquer outra. Assim, podemos ‘alimentar’ a IA generalista (o ChatGPT, por exemplo) com um conhecimento particular que temos interesse, fornecendo textos (em formatos diversos, como .pdf, ou .doc), gráficos, imagens, sons, filmes, etc”, diz o pesquisador.

ISBM/ECCB 2025 – Sendo o evento de biologia computacional mais importante deste ano, o foco principal da conferência conjunta foi o desenvolvimento e a aplicação de métodos computacionais avançados para abordar problemas biológicos. 

O evento reuniu pesquisadores de ciência da computação, bioinformática, biologia computacional, biologia molecular, matemática, estatística e áreas afins, de forma presencial e também virtualmente por meio da plataforma Nucleus do ISCB, e ofereceu uma plataforma multidisciplinar para o compartilhamento dos mais recentes avanços em bioinformática e biologia computacional, fomentando novos diálogos e perspectivas para moldar o futuro da área.

Núcleo de Pesquisas em Computação Aplicadas (NPCA) 

Localizado em Paragominas, o grupo de pesquisa se dedica a investigar técnicas de computação aplicada através de projetos de pesquisa de longo prazo, tipo “guarda-chuva”, que abrangem outras pesquisas mais pontuais e localizadas. “Com apoio como da Fapespa conseguimos adquirir servidores computacionais de alto desempenho e todo o equipamento necessário para o desenvolvimento contínuo destes trabalhos, além de bolsas para professores e alunos desenvolverem suas atividades científicas”, conta Braga.

Um exemplo destes projetos de longo prazo é o “Estudo de Métodos e Técnicas Emergentes de Aprendizado Profundo”, no qual os pesquisadores se dedicam a aprender, explorar e experimentar novas métodos computacionais, em especial, de inteligência artificial e bioinformática. Desta forma, quando projetos pontuais são demandados o grupo testa estas novas técnicas, para tentar resolver os problemas que os projetos apresentam.

Segundo Marcus, desta forma o grupo tem aplicado a tecnologia a projetos que abrangem a área a saúde e das ciências agrárias, como o Projeto COVID, que produziu relatórios quinzenais com previsões epidemiológicas para o governo do Pará durante a pandemia, o Projeto CIDD, que desenvolveu uma aplicação de IA para detectar doenças do cacau paraense e o projeto SDIA, que desenvolveu uma aplicação de IA para rastrear crianças com atraso de desenvolvimento. “Em todos estes casos, aplicamos as tecnologias de última geração que temos pesquisado para resolver problemas reais demandados pela sociedade paraense”, afirma o pesquisador. 

“É extremamente relevante podermos divulgar as pesquisas realizadas no Pará em nível internacional. A colaboração científica é um fator decisivo para a melhoria do impacto dessas pesquisas”, avalia o gestor da Fapespa, Marvel Botelho.

 Texto: Beatriz Rodrigues, estagiária, sob a supervisão de Manuela Oliveira – Ascom/Fapespa