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Ensino da diversidade cultural reforça identidade em comunidades quilombolas

Por Redação - Agência PA (SECOM)
26/08/2015 12h39

Começou na última terça-feira, 25, e termina hoje, em Abaetetuba, nordeste do Estado, o Seminário “Elaboração de conteúdo para alunos quilombolas”, promovido pela Coordenadoria de Educação para Promoção  da Igualdade Racial (Copir), da Secretaria de Estado de Educação, em parceria com a Coordenação de Educação do Campo da Secretaria de Educação de Abaetetuba, como parte do projeto Educação, Etnicidade e Desenvolvimento: Fortalecimento de Alunos e Alunas Quilombolas na Educação Básica. A programação integra a proposta de formação de professores de escolas públicas quanto à diversidade cultural.

Sessenta professores das redes públicas estadual e municipal de Abaetetuba participam das atividades na Escola São Francisco Xavier, que envolvem explanações e discussões sobre a elaboração de projetos, recursos e subsídios didáticos que incluam conteúdos sobre diversidade étnico-racial; superação do racismo na escola; diretrizes curriculares nacionais para educação escolar quilombola na educação básica e orientações e ações para a educação das relações étnico-raciais.

"Somente a partir de uma atuação estratégica de educadores em sala de aula, com base em um currículo escolar que privilegie a diversidade cultural no País, crianças e adultos negros, integrantes ou não de comunidades quilombolas, poderão ter um olhar mais abrangente sobre a história e a cultura do povo negro no Brasil, em particular no Estado do Pará", defende o psicólogo Antonino Alves, que atua na 3ª Unidade de Regional de Educação (3ª URE).

Desafio

Mostrar aos estudantes esta contribuição dos cidadãos negros à sociedade, abrangendo sua história de resistência cultural a partir dos quilombos e outros espaços de enfrentamento do preconceito é o desafio dos educadores. “Esta formação, como outras que a Copir promove em outros municípios onde existem comunidades quilombolas, serve justamente para a elaboração de conteúdos nas escolas com base na Lei 10.639, de 2003, que estabelece o enfoque da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas públicas, e ainda na Resolução 08/2012 (do Conselho Nacional de Educação) estabelecendo a educação escolar quilombola”, afirmou Cilene Melo, da Copir.

Crianças

A ênfase à diversidade cultural nos currículos escolares possibilita aos estudantes da rede pública conhecerem melhor a história de seus ancestrais. É o que acontece com os alunos da Escola São João Batista, na comunidade quilombola Rio Campompema, distante da sede de Abaetetuba cerca de 30 minutos em viagem de barco. Lá estudam Joeli, de 6 anos, e a irmã Joelma, de 9 anos. “Eu gosto de estudar porque além de ler e escrever, a gente aprende coisas que vão servir lá na frente. Eu, por exemplo, quero ser médica”, disse Joelma.

Oitenta por cento das escolas públicas de Abaetetuba estão localizadas em áreas rurais (são 72 ilhas, além de estradas e ramais no município), daí a necessidade de ser fortalecer a educação do campo. De acordo com o secretário municipal de Educação, Jeferson Felgueiras, há cerca de 23 comunidades quilombolas da região, onde estudam cinco mil estudantes. Somente Abaetetuba reúne 19 escolas quilombolas municipais, que contam com o Sistema de Organização Modular de Ensino (Some) e ensino regular da Seduc no atendimento conjunto de alunos do Ensino Fundamental e Médio.