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Caravana dos Povos indígenas Rumo à COP 30 começa em Oriximiná

Secretaria dos Povos Indígenas reúne 16 povos indígenas na terra Kaxuyana-Tunayana, referência em proteção socioambiental na Amazônia brasileira

Por Ascom (Governo do Pará)
08/07/2025 14h26

A Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi) iniciou nesta semana a nova etapa da Caravana dos Povos Indígenas Rumo à COP 30, com atividades realizadas na aldeia Cumaru, na Terra Indígena Kaxuyana-Tunayana, na Região de integração Baixo Amazonas, oeste do Pará. O território fica em uma área florestal, que atravessa os territórios de Roraima, Pará e Amapá.

A abertura da Caravana marcou um encontro inédito entre as lideranças de cerca de 16 povos indígenas da etnorregião de Oriximiná, em um momento de fortalecimento da governança territorial, construção de conhecimento e articulação para a participação indígena na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém, em novembro deste ano.

“O carbono está aqui, e a floresta em pé é a nossa vida. Estamos preservando milhares de hectares para o bem do mundo. Queremos cuidar da nossa natureza, porque sem ela não há vida", afirmou, Nilson Wai Wai, vice-presidente da Associação dos Povos Indígenas do Rio Mapuera (Apin-Aldeia Mapuera).

Indígenas têm um espaço para expor suas demandas e perspectivas para a conferência mundial sobre mudanças climáticas

A Terra Indígena Kaxuyana-Tunayana é parte do Território Wayamú, uma área rica em sociobiodiversidade, com mais de uma dezena de registros de indígenas isolados, localizada entre os rios Cachorro, Trombetas e Mapuera, e seus afluentes. Neste Território vivem os Hexkaryana, Wai Wai, Kahyana, Katxuyana, Inkarïyana, Katwena, Tunayana, Xerew, Parukwoto, Mawayana, Txikyana, Xowyana, Mînpoyana, Caruma, Karapawyana, Yukwariyana, Okoymoyana e outros povos.

A Caravana apresenta atividades, como rodas de diálogo, oficinas formativas, debates intergeracionais e espaços de escuta ativa, com participação de jovens, mulheres e idosos.  “Estou participando dessa Caravana, que é muito importante para nós. Estamos aprendendo o que é a COP 30, porque ainda não conhecíamos. Queremos participar, ouvir as pessoas que vieram nessa Caravana, trocar ideias e aprender mais. Eu estou aqui para aprender, e sei que tudo vai dar certo. É assim que a gente segue, juntos e fortalecidos", disse Marluce Mura, liderança das mulheres indígenas do Povo Wai Wai - Aldeia Mapuera.

Metas e desafios - O primeiro dia de evento abordou o contexto e a importância da COP 30, organização da conferência, fluxo de credenciamento para participação indígena, objetivos e metas da conferência, propostas e reivindicações dos povos indígenas e os desafios enfrentados pelas lideranças nos territórios.

“A Caravana é construída a partir dos territórios. É um espaço para que os povos indígenas elaborem suas propostas a partir de suas realidades. É um movimento de fortalecimento, de afirmação cultural e de presença indígena nos espaços de decisão”, frisou a secretária de Estado dos Povos Indígenas, Puyr Tembé.

A realização da Caravana no Território Wayamu tem ainda forte teor simbólico. A região é uma das mais preservadas da Amazônia. A presença indígena e a organização comunitária são barreiras concretas à degradação ambiental e base para políticas de sociobioeconomia, soberania alimentar e governança climática.

“Viemos participar desse grande encontro, a Caravana dos Povos Indígenas para a COP 30, que é muito importante. Aqui, muitos de nós discutem, dialogam e trocam informações com a equipe da Sepi. Isso é fundamental. Estamos no coração da Amazônia, preservando milhares de hectares de floresta, o que é essencial para nós, para nossos filhos e para as futuras gerações. Nessa Caravana, várias lideranças e associações estão presentes. Trazemos nossas propostas, tiramos dúvidas e reafirmamos que nós, povos originários, somos os verdadeiros guardiões da floresta tropical“, ressaltou Nilson Wai Wai.

A Caravana dos Povos Indígenas Rumo à COP 30 percorre as oito etnorregiões do Estado, em um processo inédito de mobilização territorial e articulação indígena para a maior conferência climática do mundo.

Texto: Jaelta Souza - Ascom/Sepi