Farmácia clínica garante segurança ao uso de medicamentos no Hospital Regional de Castanhal
Com o apoio do software NoHarm, profissionais da unidade de saúde do Governo do Pará avaliam as prescrições e evitam possíveis erros na administração de remédios aos pacientes
A segurança no uso de medicamentos é prioridade em ambientes hospitalares, e a farmácia clínica desempenha um papel essencial na rotina do Hospital Regional Público de Castanhal (HRPC). Os farmacêuticos que atuam nas clínicas fazem avaliações cuidadosas das terapias medicamentosas diariamente, ajudando a garantir que os medicamentos sejam utilizados de forma racional e eficiente. Essa é uma das principais funções da farmácia clínica, que atua diretamente com o paciente, para certificar que cada prescrição seja segura e atenda às necessidades de cada paciente.

O agricultor José Odair Oliveira, 53 anos, morador de Viseu, no nordeste do Estado, é hipertenso, e ao entrar no Hospital para tratamento renal ficou preocupado com a administração dos seus remédios para hipertensão. “Além do problema nos rins, sou hipertenso, e pensava em como seria tomar esses remédios. Mas os profissionais não pararam de me dar os remédios, sempre no horário certinho. Não tenho do que reclamar. Eles são atenciosos e se preocupam se estamos tomando os remédios corretamente”, contou José.
Tecnologia - No HRPC, os profissionais contam com um grande aliado para oferecer um atendimento de excelência: a Inteligência Artificial. Um software chamado NoHarm ajuda a melhorar o cuidado aos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). O Hospital Regional de Castanhal é o segundo no Pará a utilizar essa tecnologia.
“A ferramenta de IA é integrada ao nosso prontuário eletrônico, auxiliando e agilizando o trabalho do farmacêutico clínico na avaliação das mais de 8 mil prescrições médicas geradas no Hospital mensalmente. Assim, conseguimos evitar erros de medicação e garantir que tudo esteja de acordo com os protocolos do Hospital”, explicou a farmacêutica Jéssica Barbosa, coordenadora da Farmácia.
O uso de Inteligência Artificial (IA) na farmácia hospitalar tem mostrado resultados expressivos. Desde a implantação da ferramenta, a taxa de aceitação das intervenções farmacêuticas cresceu de 75% para 87%, com 100% das prescrições médicas analisadas. Somente em junho, mais de 1.018 pessoas foram beneficiadas. Os dados refletem a efetividade das boas práticas adotadas, na promoção do uso seguro e racional dos medicamentos.

Atenção redobrada - O sistema realiza uma avaliação prévia da prescrição, sinalizando possíveis riscos na terapia medicamentosa, que serão avaliados pelos farmacêuticos clínicos. “Quando o médico faz a prescrição, o NoHarm faz a leitura inicial, classificando o paciente com base nas informações do prontuário. O farmacêutico clínico acessa o sistema diariamente para analisar as pontuações feitas pela IA e realizar as intervenções necessárias junto à equipe médica, verificando se fazem sentido para o paciente e recomendando o ajuste da prescrição, se necessário. Essa intervenção é o momento em que o profissional farmacêutico entra em contato com o médico ou equipe multiprofissional para fazer as recomendações de ajuste na terapia medicamentosa”, explicou Jéssica Barbosa.
Para o médico intensivista Marcos Vinícius Pereira, “a farmácia clínica tem um papel crucial no nosso Hospital. Sempre traz benefícios em relação aos custos, na autonomia do uso de antibióticos, e em várias intervenções relacionadas ao cuidado do paciente. Juntos, conseguimos identificar alternativas, promover o uso racional de antimicrobianos, reduzir sedação e realizar outros procedimentos que contribuem para uma recuperação mais rápida e segura”.
A diretora do HRPC, Patrícia Hermes, enfatizou a importância da AI no fortalecimento assistencial. "Como gestora hospitalar, vejo a Inteligência Artificial como uma grande aliada na farmácia. Ela nos permite mais precisão na análise de prescrições e mais segurança na dispensação dos medicamentos. Isso se traduz em agilidade nos processos, redução de erros e, principalmente, mais qualidade no cuidado aos nossos pacientes. A tecnologia vem para fortalecer o nosso compromisso com a excelência e a segurança assistencial”, disse Patrícia Hermes.
Texto: Patrícia Bahia - Ascom/HRPC