Em Vitória do Xingu, Emater capacita produtores de cacau para produção culinária
Iniciativa é fundamental no processo de verticalização da cadeia produtiva cacaueira, do plantio do fruto ao beneficiamento com maior valor agregado
Atendido pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) em Vitória do Xingu, no Xingu, o agricultor Roberto Lindolfo Mouzinho, de 50 anos, trabalha com 15 mil pés de cacau no sítio Presente de Deus, na comunidade Cobra Choca, no Km 45 da rodovia Transamazônica (Br-230).
“O cacau é um fruto muito rico, com múltiplos usos e disponibilidades. Nosso objetivo é sempre acrescentar importância, qualidade e utilidade”, considera.
Ele é um dos 20 plantadores de cacau de três comunidades que, nestas quarta (11) e quinta-feira (12), participam de uma oficina de produção artesanal de geléia e licor do fruto, promovida pela Emater em parceria com a Cooperativa dos Produtores Orgânicos da Transamazônica (Copotran), na sede desta entidade, na comunidade Jacarezinho. A capacitação prática e teórica aborda etapas como coleta, higienização e cozimento.
Além de famílias das comunidades Cobra Choca e Jacarezinho, participam também famílias da comunidade Baixada. A média de plantio de cacau nas propriedades é de três a oito hectares. A colheita é absorvida pelos Programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e também abastece o mercado de chocolate do Brasil inteiro.
“A expectativa é ampliar mesmo o leque do que já fazemos: mel, manteiga. Eu, por exemplo, vendo a amêndoa e a polpa, tanto para a Cooperativa, quanto de forma direta no próprio município”, explica o agricultor Mouzinho.
Cadeia Produtiva
De acordo com o chefe do escritório local da Emater em Vitória do Xingu, o engenheiro agrônomo Raimundo Barbosa Neto, a atuação da Emater é fundamental no processo de verticalização da cadeia produtiva: “São estratégias de integração da sequência de fases de produção: da matéria-prima à comercialização - e a relevância das possibilidades de beneficiamento, com o resultado de subprodutos de valor agregado. Tudo isso repercute em sustentabilidade”, resume.
Para o presidente da Copotran, Marcos Roberto Santos, de 42 anos, mais conhecido como “Marquinhos”, a Emater é o principal órgão de apoio à agricultura familiar: “A Emater documenta com o caf [cadastro nacional da agricultura familiar] e intermedeia com o PAA, o Pnae, entre outras ações. No sentido de diversificação de renda, concretizamos várias atividades - e ainda visamos a questão da Cop-30 [30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Belém, em novembro], onde pretendemos destaque, representando a Amazônia cacaueira”, aponta.
Texto de Aline Miranda