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Estado fortalece rede de saúde com a modernização do Hospital Abelardo Santos

Em Icoaraci, o Hospital tem 9 andares distribuídos em 40 mil metros quadrados de área, o que o coloca como a maior unidade hospitalar do Pará

Por Diego Monteiro (HRAS)
11/06/2025 10h21
Em Icoaraci, o HRAS conta com 11 especialidades e garante tratamentos e acolhimentos para pacientes diariamente

O Hospital Regional Abelardo Santos (HRAS), localizado na entrada do distrito de Icoaraci, em Belém, consolidou-se como um símbolo da saúde pública no Norte do Brasil, desde sua reconstrução. Com nove andares distribuídos em mais de 40 mil metros quadrados de área, é considerado a maior unidade hospitalar do Pará, e tem um modelo de assistência em média e alta complexidade.

A atual estrutura foi entregue à população em setembro de 2019 pelo governador Helder Barbalho, como parte de um amplo programa de investimentos na rede estadual de saúde. Desde então, o Hospital Abelardo Santos tem ampliado sua capacidade assistencial. Em 2024, ultrapassou a marca de 1 milhão de atendimentos realizados a milhares de pessoas de Belém e outras regiões do Pará.

“O HRAS é um exemplo do nosso compromisso com a saúde integral da população, onde cada avanço reflete cuidado e atenção às necessidades reais de cada pessoa. A reestruturação da unidade mostra como o investimento em saúde pública é, acima de tudo, investimento em vidas, em dignidade e no futuro de toda uma região”, ressalta a titular da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Ivete Vaz.

Hospital Abelardo Santos: evolução entre 1992 e 2013, e reestruturação em 2019 evidencia avanços

História

Antes de se tornar o que é hoje, o HRAS já existia e era conhecido, de forma carinhosa, como “Abelardinho”, devido à estrutura menor da época, bem diferente da atual. Fundado em 1992, o hospital foi considerado uma obra histórica, pois marcou a transformação de uma simples Unidade Básica de Saúde (UBS) em uma instituição médico-hospitalar com atendimento 24 horas por dia.

Raimundo Almeida, 58 anos, lembra como começou sua trajetória no HRAS, onde foi estagiário em 1995 e permaneceu até 2004. “Foi o meu primeiro emprego, meu primeiro contato com a saúde e com os pacientes. Tudo era novo, e a equipe era unida para prestar o melhor atendimento. Mas percebemos que precisávamos crescer, pois estávamos ficando pequenos para o tamanho da população”, contou.

Raimundo Almeida destaca a evolução da unidade e o orgulho de fazer parte da história das duas fases

Anos depois, Raimundo retornou ao hospital após a entrega do novo prédio. “Confesso que, quando cheguei, me assustei com o tamanho e os avanços tecnológicos do novo ‘Abelardo’. Na época em que entrei, nada disso existia. Foi uma mudança enorme, da água para o vinho. No final, quem ganha são os paraenses que chegam fragilizados e saem satisfeitos e curados daqui”, concluiu.

Paula Batista e Willian Araújo elogiaram as instalações e os serviços prestados pelo HRAS. “É fundamental que todos conheçam a unidade para entenderem o trabalho realizado aqui. A estrutura moderna nos chamou a atenção, com salas de parto bem equipadas e aconchegantes. Isso nos dá ainda mais segurança na escolha do local para o nascimento do nosso bebê”, destacou a técnica de enfermagem.

Hospital Abelardo Santos: evolução entre 1992 e 2013, e reestruturação em 2019 evidencia avanços

O que mudou?

Há 33 anos, quando foi construído o embrião do atual Hospital Abelardo Santos, a unidade contava com uma área de 5.170 metros quadrados e funcionava em um único pavimento térreo. Com a reestruturação, após 28 anos, o hospital cresceu significativamente: sua área construída aumentou 451,23%, chegando a 28,4 mil metros quadrados, com nove andares, prédio anexo e um amplo estacionamento.

Outra mudança relevante foi a ampliação do número de leitos, que passou de 50 para 360, um crescimento de 620%. O quadro de funcionários também teve um salto (+952,63%), passando de uma média de 190 para cerca de 2 mil profissionais. A capacidade de atendimento acompanhou esse avanço: anteriormente, o hospital realizava cerca de 1 mil atendimentos por dia; agora, são aproximadamente 3 mil.

A ex-diretora Vera Cecim (gestão 2011–2014) afirma que o atual Abelardo Santos é um presente para os paraenses

“Constatamos que a população havia aumentado bastante e que os serviços que o hospital oferecia à época já não comportavam mais as reais demandas. Então, o objetivo foi trazer melhorias concretas à saúde e ampliar o atendimento para beneficiar a população de Icoaraci e de outras regiões do estado - e isso foi alcançado”, declarou Vera Cecim, ex-diretora do HRAS entre 2011 e 2014.

O gerente assistencial da unidade, Adriano Furtado, ressalta que a ampliação trouxe ainda outras alternativas de tratamento: “Para as demandas espontâneas e referenciadas, atualmente a unidade oferece 11 especialidades: vascular, urologia, cirurgias torácica, ginecológica e pediátrica, mastologia, endoscopia, neurocirurgia geral e de coluna, clínica geral e obstetrícia, o que antes era mais limitado”, afirmou.

Após a reestruturação, o Hospital Abelardo Santos passou a ser chamado de “Gigante” pela população

Agora, conhecido pelos usuários como o “Gigante”, o HRAS é administrado pelo Instituto Social Mais Saúde (ISMS), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A unidade é referência no atendimento de urgência e emergência à mulher - obstetrícia e ginecologia -, e também à criança, com serviços que funcionam em regime de portas abertas, com atendimento 24 horas por dia.

Segundo o diretor técnico Marcel Jofran, outro benefício foi a ampliação dos serviços ambulatoriais, de diagnóstico e terapêutico: “Somos a segunda maior maternidade do Pará, com mais de 5 mil partos por ano. São cinco salas de parto e 50 leitos de internação obstétrica. Para o alívio da dor durante o parto, o HRAS utiliza métodos não farmacológicos com fisioterapeutas durante o parto”, explicou.

A estrutura conta ainda com uma banheira destinada à realização de partos na água morna. É a única unidade de saúde pública no Pará que dispõe de uma piscina para tratamento com hidroterapia. Para as mães do interior do estado que acompanham o tratamento dos filhos, o local oferece um espaço de acolhimento para estadia. Por fim, um dos pilares de atuação é a humanização voltada aos usuários.

Homenagem

Considerando a importância e o legado dos profissionais que atuaram na antiga estrutura do Hospital Abelardo Santos, a atual gestão da unidade prestou uma homenagem à enfermeira e professora Vera Cecim, última diretora-geral da unidade antes do início do processo de reestruturação, iniciado em 2013. A homenagem foi realizada durante a Semana de Enfermagem, no próprio hospital.

Um trecho da dedicatória trazia a seguinte mensagem: “Sua trajetória no antigo HRAS foi marcada por transformações significativas, liderança e espírito inovador. Ao longo de sua gestão, demonstrou compromisso com a excelência, aliando sensibilidade, competência técnica e ética profissional. Conduziu esta instituição com foco no cuidado ao paciente e na valorização dos profissionais de saúde”.

Vera Cecim foi reconhecida por sua contribuição à saúde pública durante a Semana de Enfermagem

Para Vera Cecim, retornar ao Abelardo Santos é uma experiência nostálgica: “Estou feliz pelo reconhecimento, por estar aqui e ver no que esse hospital se tornou. Essa estrutura foi um sonho antigo dos moradores de Icoaraci e, a partir de 2011, começamos a redesenhar esse sonho junto ao Governo do Estado. Hoje ele é uma realidade. Tenho muito orgulho de ver esse instrumento a favor do povo”, concluiu.

O momento contou com a presença de gestores e de grande parte da equipe de enfermagem do hospital. “Se hoje estamos aqui, realizando um trabalho e entregando uma assistência segura e de qualidade, é graças às centenas de pessoas que, lá atrás, prepararam o terreno para que pudéssemos levar o melhor da saúde aos paraenses”, destacou a atual diretora-geral do HRAS, Ednise Amaral.

O médico paraense Abelardo Santos teve uma atuação comprometida com a pediatria e o ensino da medicina infantil no Pará

Origem do nome

O hospital leva o nome do médico pediatra paraense Dr. Abelardo Santos, um dos primeiros profissionais a contribuir significativamente para o desenvolvimento da pediatria no Pará. Em uma época marcada pela escassez de médicos e pelas dificuldades de deslocamento para as regiões do interior, o Dr. Abelardo destacou-se pelo seu compromisso com a saúde infantil.

Na década de 1950, o pediatra foi responsável por organizar as bases do ensino da Pediatria no Pará. Ele se tornou catedrático da disciplina na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) e presidiu a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em 1959. Em reconhecimento à sua trajetória, Dr. Abelardo Santos foi homenageado como patrono da Cadeira 21 da Academia Brasileira de Pediatria.