Lago Grande de Monte Alegre integra projeto de conservação das águas amazônicas
Iniciativa foca na produção de ciência aplicada e na cooperação entre academia, poder público e comunidades locais para o uso sustentável dos recursos hídricos

O Lago Grande de Monte Alegre, situado no oeste paraense, é um dos cinco territórios estratégicos contemplados pelo projeto nacional Lagos Sentinelas da Amazônia. A ação busca compreender e preservar as dinâmicas socioambientais e os recursos hídricos da região amazônica diante dos impactos das mudanças climáticas.
A iniciativa reúne 16 instituições nacionais e internacionais, com coordenação do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) e atuação local da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio).

O projeto tem como foco principal a produção de ciência aplicada, o fortalecimento da cooperação entre academia, poder público e comunidades locais, e a construção de estratégias para o uso sustentável das águas amazônicas.
Segundo o coordenador local do projeto na Ufopa, professor dutor José Reinaldo Pacheco Peleja, a ação representa “um passo importante para o fortalecimento da ciência colaborativa e da gestão sustentável dos recursos hídricos na Amazônia”.

Além do Lago Grande de Monte Alegre, serão monitorados os lagos de Tefé (AM), Coari (AM), Janauacá (AM) e Lago do Serpa (AM), cada um com coordenação atribuída a instituições de ensino e pesquisa da região. A presença do Lago Grande nesse conjunto reforça o protagonismo das Unidades de Conservação da Calha Norte na agenda ambiental do país, destacando a importância ecológica, social e cultural da região.

O Ideflor-Bio, por meio da Gerência Regional Calha Norte I (GRCNI), participou da reunião de alinhamento do projeto, ao lado de instituições científicas e representantes das comunidades locais. O encontro teve como objetivo apresentar as diretrizes do programa, construir estratégias conjuntas e garantir a escuta qualificada das populações que vivem e dependem dos lagos amazônicos.
O lançamento oficial do projeto ocorreu em Santarém, durante workshop promovido pela Ufopa no auditório do Núcleo Tecnológico de Bioativos (NTB). A proposta conta com o apoio de diversos atores sociais para consolidar uma rede transdisciplinar voltada à pesquisa e à conservação das águas continentais da Amazônia, em resposta às pressões climáticas e socioeconômicas sobre esses ecossistemas.
Para o titutlar da Gerência Regional da Calha Norte, Itajury Kishi, a presença do Ideflor-Bio no projeto reafirma o compromisso da instituição com a gestão integrada e participativa dos recursos naturais. “O Lago Grande representa não apenas uma área de riqueza ecológica, mas também um espaço de vida e resistência das populações locais. A união entre ciência, comunidades e poder público é essencial para garantir um futuro sustentável para a região”, afirmou.
Texto com colaboração de Michele Lucas / Ideflor-Bio