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Ophir Loyola e parceiros reforçam prevenção ao câncer bucal no Pará

Ação educativa destaca fatores de risco, diagnóstico precoce e amplia o acesso à saúde bucal em comunidades vulneráveis por meio de triagens, orientações e serviços gratuitos

Por Leila Cruz (HOL)
29/05/2025 17h50

O Hospital Ophir Loyola (HOL), em parceria com a Coordenação Estadual de Saúde Bucal da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e o curso de Odontologia da Faci Wyden, realizou uma ação educativa dentro da campanha Maio Vermelho, voltada à prevenção e conscientização sobre o câncer bucal. A iniciativa abordou a importância do diagnóstico precoce da doença, que afeta estruturas como lábios, gengivas, bochechas, palato, língua e assoalho bucal.

O câncer bucal é o quinto tipo mais comum entre os homens no Brasil e costuma ser identificado em estágios avançados, o que compromete significativamente as chances de tratamento e recuperação.

Fatores de risco e diagnóstico precoce

De origem multifatorial, o câncer de boca, lábios e orofaringe tem como principal fator de risco o tabagismo. O consumo excessivo de álcool, especialmente em combinação com o fumo, bem como sobrepeso, obesidade, exposição a poeiras industriais, amianto, solventes e agrotóxicos, são elementos que aumentam a vulnerabilidade, principalmente entre trabalhadores da agricultura, construção civil e indústrias. A exposição solar sem proteção também eleva o risco de câncer nos lábios, enquanto a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) está relacionada a casos de câncer de orofaringe.

Segundo o diretor de Ensino e Pesquisa do HOL, Erick Pedreira, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) projeta quase 20 mil novos casos da doença no Brasil este ano.

“Essa ação conjunta do hospital com a faculdade Faci Wyden é fundamental para alertar a população sobre a importância do autoexame, das consultas regulares com o cirurgião-dentista e da detecção precoce”, afirmou.

Pedreira também chamou atenção para o aumento dos casos de câncer de lábio, sobretudo em populações expostas ao sol, como pescadores e trabalhadores rurais.

“Além das orientações preventivas, realizamos testes de glicemia e aferição de pressão arterial nos pacientes atendidos. É um momento importante de promoção da saúde e conscientização”, ressaltou.

Integração ensino-serviço e impacto comunitário

A presença de estudantes de Odontologia em campanhas como essa é essencial para aproximar a formação acadêmica das necessidades da saúde pública. Para a professora Thayna Tavares, do curso de Odontologia da Faci Wyden,

“Essas experiências fortalecem competências clínicas, comunicacionais e éticas. Os alunos aprendem a se comunicar com a população, a enxergar a realidade da rede pública de saúde e o papel social que terão como futuros profissionais. Além do aprendizado, há um impacto direto na comunidade, ao reforçar a prevenção e o diagnóstico precoce, essenciais no combate à doença.”

Organizada com orientação e supervisão docente, a ação ofereceu triagem, aferição de pressão arterial, testes rápidos, orientações sobre o autoexame bucal, além de material educativo e explicações sobre fatores de risco, sinais de alerta e formas de prevenção do câncer de boca. Casos suspeitos foram encaminhados para avaliação especializada.

“Conseguimos fortalecer a integração entre ensino e serviço. Orientamos os participantes a procurarem a unidade de saúde mais próxima para dar continuidade ao cuidado. Também divulgamos a Clínica Escola da faculdade, que oferece atendimento odontológico gratuito à comunidade. Existe interesse em ampliar essa parceria, integrando novas campanhas e ações voltadas à promoção de saúde e diagnóstico precoce, especialmente em populações vulneráveis”, completou Thayna Tavares.

Saúde bucal em rede

O fortalecimento da atenção à saúde bucal, especialmente em áreas remotas e de difícil acesso, tem sido prioridade em políticas públicas no estado. A coordenadora estadual de Saúde Bucal, Alessandra Amaral, destacou o papel do programa “Brasil Sorridente”, instituído pela Lei nº 14.572/2023 como política permanente do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Essa política se concretiza por meio das Equipes de Saúde Bucal (eSB) integradas à Estratégia Saúde da Família (ESF), ampliando o acesso aos serviços odontológicos em todo o estado. Temos ainda as unidades odontológicas móveis, os Serviços de Especialidades de Saúde Bucal (SESB) em municípios de até 30 mil habitantes, os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), as Equipes de Saúde Ribeirinhas e Fluviais, e o Laboratório Regional de Prótese Dentária (LRPD)”, explicou.

O Pará tem adotado estratégias específicas para levar atendimento odontológico a áreas isoladas, como o uso da Carreta da Saúde, que percorre os 144 municípios com consultórios móveis, além de parcerias com projetos como Comunidade Sorridente e instituições de ensino.

A coordenadora ressaltou ainda a integração com o Programa Saúde na Escola e a realização de ações educativas contínuas ao longo do ano, com maior ênfase em campanhas como o Maio Vermelho.

“Nosso objetivo é reduzir desigualdades no acesso e garantir o cuidado bucal às populações historicamente desassistidas. O estado também se destaca no monitoramento das ações, superando as metas pactuadas nos indicadores de escovação supervisionada e cobertura de saúde bucal”, concluiu Alessandra Amaral.