Projeto musical leva acolhimento aos pacientes do Ophir Loyola
Apresentação de saxofone e brega paraense transformaram a rotina hospitalar e emocionaram pacientes e servidores durante ação de humanização

Com o tema "Notas de Esperança", o Hospital Ophir Loyola (HOL) lançou um projeto musical voltado ao acolhimento de pacientes oncológicos e acompanhantes. A iniciativa, idealizada pelo setor de Humanização do hospital, busca proporcionar momentos de leveza e bem-estar durante o tratamento. O lançamento do projeto foi na terça-feira (27), e contou com a participação do cantor e compositor Marcelo Wall e do professor da Escola de Música da Universidade Federal do Pará (EMUFPA), Marcos Cardoso, que embalaram o momento com clássicos da música popular brasileira e paraense.
Para a coordenadora de Humanização do HOL, Michelle Azevedo, a música ajuda a reduzir os efeitos da hospitalização, ao modificar o comportamento, emoções e estados psicológicos. "A intervenção musical contribui para a redução da ansiedade e do estresse, comuns durante o processo de adoecimento e favorece um ambiente mais acolhedor para pacientes e acompanhantes. Os artistas e músicos doam o tempo e o talento para promover leveza e ajudar os pacientes a enfrentarem as doenças carregadas de estigmas e rotinas, como as doenças crônicas e degenerativas que são tratadas aqui. Então, é realizado um trabalho multidisciplinar interno para amenizar esse cenário", afirmou.

Marcelo Wall já é uma presença conhecida nos corredores do Hospital. A motivação surgiu de uma experiência pessoal, quando acompanhou o tratamento do irmão na unidade. "Desde então, já se passaram dez anos, e mantenho esse laço estreito com a instituição. E estar aqui é algo prazeroso, por poder trazer alegria para quem passa por esse momento difícil. Realmente ganho o dia, o mês", disse o cantor, que se apresentou no Centro de Radioterapia.
Durante a apresentação, o professor Marcos encantou o público com clássicos da música brasileira, como "Naquela Mesa", de Nelson Gonçalves, além de sucessos do repertório regional paraense. Para ele, proporcionar esse momento é mais do que um gesto artístico, é um gesto de empatia. "Trazer a música para perto deles, num momento em que estão fragilizados, é algo muito positivo. É uma forma de contrapor a dor, o desconforto do tratamento, que muitas vezes é invasivo e desgastante", explicou o saxofonista.

Entre os pacientes tocados pela iniciativa estava Jorge Franco, músico que enfrenta um tratamento contra um câncer no olho. Enquanto aguardava atendimento no ambulatório, ele se emocionou ao ouvir a melodia do saxofone preencher o ambiente e, por alguns instantes, transformar a dura rotina hospitalar em aconchego. “A música é um presente de Deus. Ela tem um poder que vai além do que a gente imagina… Ela cura, acalma, restaura tanto a alma quanto o corpo. Quando a gente tá numa situação como essa, passando por um tratamento, a música chega como um abraço. É um remédio que não vem de farmácia, mas vem do coração, vem de Deus”, compartilhou, emocionado.
Serviço:
Caso um artista ou músico queira ser voluntário do projeto, basta acessar o site do Hospital Ophir Loyola, www.ophirloyola.pa.gov.br, lá estão disponíveis mais informações sobre os projetos realizados no setor de humanização ou ainda entrar em contato pelo fone (91) 3265-6751 ou e-mail: [email protected]
Texto: David Martinez, sob supervisão de Leila Cruz