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Com mobilização da Emater, evento atualiza pescadores de Afuá sobre camarão-amazônico

Iniciativa aborda conhecimentos práticos e teóricos sobre matapis tradicionais, confeccionados artesanalmente com fibras de palmeiras, entre outros temas

Por Valéria Nascimento (SECOM)
23/05/2025 11h06

Na Ilha do Marajó, pescadores participam de mais um momento de debate e capacitação sobre a captura do camarão-amazônico, desde a quinta-feira (22) até esta sexta-feira (23), no município de Afuá. Eles são acompanhados por especialistas do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), entre outras instituições.

O evento “Oficina sobre Captura do Camarão”, promovido pela unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) do Amapá, estado vizinho, e outros parceiros institucionais, no salão da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no centro do município, é um desdobramento de um movimento multigovernamental e da sociedade civil iniciado no país em 2023 com o objetivo de proteger a cadeia produtiva do Macrobrachium amazonicum no estuário do Rio Amazonas. 

No Pará, reuniões, debates e difusão tecnológica vêm refinando o tema, sempre com a presença da Emater, para que os agentes públicos e os próprios pescadores construam, juntos, propostas de modernização legislativa com entendimento de valorização das tradições, preservação ambiental, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável. 

“Encontramo-nos na expectativa da publicação iminente de uma portaria do MPA [Ministério da Pesca e Aquicultura] que atualize os critérios, normatize, com definição de períodos de defesa e materiais permitidos”, comenta o chefe do escritório local da Emater em Afuá, o engenheiro agrônomo Alfredo Rosas, pós-graduado em Manejo Ambiental de Solos.

Oficina

Cerca de 20 lideranças e representantes de associações e cooperativas das comunidades Santo Antônio, Santa Rita e Tenda da Benção estão, mais uma vez, contribuindo com informações para o diagnóstico da situação do camarão-amazônico em Afuá. O diagnóstico compõe um estudo oficial em andamento, em nível de comissão mista, com atuação da Emater. 

No evento de agora, o grupo também compartilha conhecimentos práticos e teóricos  em relação à substituição de matapis tradicionais, confeccionados artesanalmente com fibras de palmeiras, por matapis de pvc (policloreto de vinila), um plástico considerado atóxico e durável.

“A princípio, as pessoas estranham um material orgânico por um material de laboratório, porém, na prática, o ganho ambiental e socioeconômico já é comprovado: o pvc dura pelo menos três anos, até sete anos, enquanto o matapi tradicional precisa ser renovado umas três vezes por ano. Fora o baixo custo: o pescador consegue uma economia de mais ou menos 95%, somando-se os tempos. No mais, existe o fato de não se precisar desmatar para se obter a palmeira. O que reforçamos , vale dizer, é, em qualquer circunstância, o descarte correto do pvc”, explica Rosas. 

O matapi de pvc, ainda, conforme experiência da Emater, é construído com adequação de furos, com o objetivo de não encurralar os camarões “juvenis”, os filhotes, o que ameaça os ciclos de reprodução da espécie.

Texto de Aline Miranda