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Arraial do Pavulagem transforma o Hospital Ophir Loyola com música e cultura popular

Ação de humanização transformou o ambiente hospitalar com cores, ritmos e afetos, proporcionando momentos de alegria a pacientes, cuidadores e profissionais de saúde

Por Leila Cruz (HOL)
22/05/2025 18h16

Nesta quinta-feira (22), os corredores do Hospital Ophir Loyola (HOL), referência em tratamento oncológico em Belém, foram tomados por sons, cores e ritmos que fugiram da rotina hospitalar. A tradicional apresentação do grupo cultural Arraial do Pavulagem encantou pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde, em uma iniciativa que integra o calendário de ações de humanização da unidade.

Reconhecido por celebrar as tradições amazônicas e por seu icônico “arrastão” nas ruas de Belém durante o período junino, o Arraial do Pavulagem percorreu os espaços do hospital promovendo música, dança, poesia e manifestações da cultura popular que emocionaram a todos. A atividade, que acontece anualmente no HOL desde 2019, busca oferecer mais do que entretenimento: ela leva alívio, empatia e um respiro emocional em meio aos desafios do tratamento oncológico.

“É mais do que uma apresentação. É um momento em que os pacientes deixam de ser apenas pessoas em tratamento e voltam a ser protagonistas da própria alegria. Isso impacta diretamente na qualidade de vida e no processo de recuperação”, afirma Márcia Nunes, coordenadora da Divisão de Terapia Ocupacional do HOL.

Durante a passagem do grupo, muitos pacientes participaram com entusiasmo. Lúcio Santana, de 72 anos, em tratamento contra um câncer de cabeça e pescoço, foi um dos que se emocionou.

“Adorei. Foi muito animado e trouxe alegria pra gente. Esses momentos fazem a gente esquecer um pouco do que está passando. A gente precisa disso pra continuar lutando”, disse, com um sorriso no rosto.

Já Leonice Gonçalves, de 70 anos, vivenciou pela primeira vez a magia do Boi do Arraial de perto.

“Achei muito lindo. Sempre via no Ver-o-Peso, mas nunca tinha participado assim, pertinho. Foi uma alegria muito grande, fiquei tocada”, relatou, visivelmente emocionada.

Humanização como cuidado essencial

Para Márcia, ações como essa mostram que a humanização hospitalar não é apenas uma prática complementar, mas parte essencial do cuidado integral.

“O brilho das cores, o calor da dança e o encantamento do folclore têm o poder de abrir caminhos para a cura emocional e psicológica — aspectos muitas vezes invisíveis, mas fundamentais no processo de recuperação.”

Segundo a terapeuta, a presença do Arraial no hospital é um lembrete de que esperança e alegria também são formas de tratamento.

“A cultura popular, quando acolhida como parte do cuidado, se torna um elo entre o corpo e a alma — um elo que fortalece, consola e transforma.”

O momento vivido no HOL foi, acima de tudo, uma celebração da vida, mesmo em meio aos desafios. Para pacientes, familiares e equipes, a certeza ficou clara: mesmo em tempos difíceis, a vida ainda pode — e deve — ser celebrada.

Texto: David Martinez, sob orientação de Leila Cruz