Hemopa e Roche promovem encontro sobre descentralização da atenção à hemofilia
Parceria fortalece ações para ampliar o acesso a tratamentos no interior do Pará

A Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) sediou, nesta quinta-feira (22), uma palestra em parceria com a Roche, empresa global de produtos farmacêuticos e de diagnóstico. Realizado no auditório da sede, em Belém, o encontro reforçou a importância da descentralização dos atendimentos em saúde, ampliando o acesso a tratamentos em regiões mais distantes.
Profissionais da área e representantes das duas instituições discutiram os desafios enfrentados no atendimento público, especialmente nos deslocamentos para o interior do estado, e destacaram a necessidade de atuação conjunta para garantir que medicamentos e serviços cheguem aos pacientes.

A diretora técnica da Fundação Hemopa, Larissa Francês, ressaltou que a parceria fortalece a missão de interiorizar os atendimentos. “A Roche abraçou a ideia de irmos até o interior, que já é a nossa rotina. Eles puderam perceber de perto as dificuldades que enfrentamos, e isso ajuda a buscar soluções para que a medicação chegue a quem precisa. Sozinhos não conseguimos; com parcerias como essa, quem ganha são os pacientes”, afirmou.
Larissa também destacou que o evento foi uma oportunidade de apresentar o trabalho desenvolvido pela equipe multiprofissional da Fundação Hemopa. “Essa palestra foi uma forma de mostrar o que já fazemos aqui, com qualidade e foco no paciente. Esse reconhecimento é importante para pleitearmos novas conquistas”, completou.

A presidente da Roche no Brasil, Lorice Scalise, elogiou a estrutura da Fundação Hemopa e os projetos apresentados. Executiva brasileira, reconhecida por sua experiência, visão e compromisso com a equidade, Lorice é a primeira mulher e a primeira pessoa latino-americana a presidir a Roche Farma no Brasil, cargo que ocupa desde abril de 2023.
Nascida em Borborema, no interior de São Paulo, é graduada em Farmácia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e iniciou sua trajetória na Roche em 2000, atuando em diversas áreas e países, como Suíça, Japão e Argentina. Com mais de 20 anos de experiência, Lorice lidera iniciativas que ampliam o acesso a tratamentos inovadores, incluindo a automação de laboratórios e a integração de dados do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Fiquei encantada com tudo. A força da descentralização do cuidado me marcou bastante. A fala da assistente social, sobre fazer o caminho junto com o paciente, me tocou profundamente. Isso exige empatia”, destacou.

Ela também ressaltou a importância da atenção integral ao paciente como um diferencial. “Na Fundação Hemopa, o paciente é tratado como um ser humano, não apenas pela doença. A estrutura oferece desde apoio social até psicológico. É raro ver isso de forma tão bem organizada”, pontuou.
Lorice frisou ainda que o modelo aplicado pela Fundação Hemopa pode inspirar outras instituições do país. “O SUS é o maior ganho da democracia brasileira. Quando há boa gestão e vontade, é possível realizar trabalhos incríveis. O que a Fundação Hemopa faz no tratamento da hemofilia pode servir de exemplo para muitas outras áreas”, concluiu.
*Texto em colaboração com Felipe Borges (estagiário)