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Usinas da Paz constroem cenário de oportunidades para jovens em vulnerabilidade social

Cursos, oficinas e projetos gratuitos, voltados à formação cidadã, transformam vidas e concretizam sonhos

Por Giovanna Abreu (SECOM)
09/05/2025 08h00

Promover o protagonismo juvenil é um dos principais objetivos das Usinas da Paz, complexos de cidadania e segurança integrados ao Programa Territórios pela Paz (TerPaz), implantado pelo Governo do Pará. Diversos cursos e oficinas são oferecidos, de forma gratuita e permanente, a jovens em situação de vulnerabilidade social, além de atividades esportivas, artísticas e de qualificação profissional, para promover inclusão social, reduzir a violência, melhorar a qualidade de vida e gerar oportunidades no mercado de trabalho.

É o caso da estudante Maria Oliveira, de 17 anos. Ela mora no Jurunas e já fez vários cursos ofertados na Usina da Paz do bairro. O preferido dela foi o módulo de Gastronomia. Após finalizar o curso de panificação, Maria agora está focada nos estudos por causa do Enem. 

"O último módulo de gastronomia foi panificação e está sendo bom porque me ajuda em casa, me ajuda a ter autonomia, a ter cuidado com a higiene. Eu também estou fazendo o pré-Enem. Despertou em mim o interesse maior pelos estudos e me deu esperança de que vou passar", comenta. 

Já Juan Luiz, de 16 anos, viu na Usina da Paz do Bengui, bairro onde mora, a oportunidade para desenvolver o lado esportivo. Desde a inauguração, há três anos, ele está fazendo voleibol. "A Usina é muito importante para quem mora na periferia. Venho aqui desde que inaugurou e já me ajudou muito no desenvolvimento", relata. 

Dados do Núcleo de Articulação e Relações Institucionais, da Secretaria de Estado de Articulação da Cidadania (Seac), apontam que, em 2024, cerca de 55% do público médio das Usinas da Paz eram de pessoas entre 15 e 29 anos.

"As Usinas da Paz são locais de esperança, inclusão e construção de futuros. Equipamentos que oferecem oportunidades concretas para que nossos jovens possam descobrir e exercer seu protagonismo, por meio do pertencimento e de ferramentas para desenvolver talentos e fazer com que eles participem, ativamente, da construção de comunidades mais justas e com oportunidades”, ressalta Elieth Braga, titular da Secretaria de Estado de Articulação da Cidadania (Seac).

Formação – Mais de 8 mil jovens foram certificados, nos últimos dois anos, pela Fundação ParáPaz, que atua diretamente nas UsiPaz com a oferta de cursos, oficinas e projetos voltados à formação cidadã e profissional de adolescentes e jovens. Entre as iniciativas estão o Projeto "Escola de Formação de Liderança para a Juventude" e o curso "Práticas Administrativas", que oferece estágios nas dependências do complexo.

“A presença da 'ParáPaz' nas Usinas é estratégica para que possamos atuar diretamente com a juventude nos territórios que mais precisam. Com cursos e atividades que desenvolvem habilidades profissionais, emocionais e sociais, estamos tirando adolescentes de contextos vulneráveis e os colocando em ambientes seguros, criativos e construtivos”, informa Alberto Teixeira, presidente da Fundação.

Aluna do curso de Auxiliar Administrativo na Usina da Paz do Bengui, em Belém, a autônoma Claudiane Luz, 28 anos, garante que a qualificação promove a transformação de jovens. “O curso está me fazendo enxergar possibilidades que farão uma grande diferença para mim no mercado de trabalho, e vão me ajudar a crescer no ramo da estética, enquanto uma profissional ainda mais qualificada e preparada”, diz Claudiane Luz.

Educação – No mês de março, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) realizou 23 atividades de ensino nas sete Usinas da Paz da Região Metropolitana de Belém, por meio de ações estratégicas organizadas em cinco eixos de atuação: Educação Básica, Educação Infantil, Idiomas, Arte e Cultura e Esportes.
Os programas de Reforço Escolar e as turmas de Pré-Enem Específico, que reforçam a preparação de estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), são destaques nos investimentos do Estado na educação para jovens nas Usinas.

A professora Débora Ferreira, que atua nas Usinas do Guamá, Jurunas/Condor e Terra Firme, reforça a importância das iniciativas. “É um desafio trabalhar o ensino de Língua Portuguesa e Redação aos jovens. Focamos no processo de construção de um repertório de conhecimentos linguísticos, históricos, econômicos, geopolíticos, culturais, literários e cinematográficos, para que desenvolvam um texto de qualidade e tenham um bom desempenho na prova objetiva.  As experiências dos alunos dialogam e contribuem nesse processo de construção de saberes, de sonhos e de mudanças nas suas respectivas realidades”, enfatiza a professora.

Esporte – São atendidos nas Usinas, por meio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), a média de mil alunos-atletas, com idade a partir de 7 anos, nos turnos da manhã e tarde, nas modalidades voleibol, basquete, futsal, futebol de areia, vôlei de praia, judô, boxe e jiu-jítsu, karatê, natação, hidroginástica, balé, danças contemporâneas, ritmos, alongamento e funcional.

“As atividades esportivas não apenas incentivam um estilo de vida saudável, mas também fortalecem o espaço inclusivo e seguro para o desenvolvimento de habilidades sociais e esportivas. O esporte é uma ferramenta fundamental para tirar jovens das ruas. As Usinas são instrumentos de extrema importância”, assegura o titular da Seel, Cássio Andrade.

Rede cidadã - Atualmente, 12 Usinas já estão em pleno funcionamento em Belém (Jurunas/Condor, Guamá, Terra Firme, Bengui e Cabanagem), e nos municípios de Ananindeua, Marituba e Castanhal, na Região Metropolitana; Abaetetuba, no Baixo Tocantins, e Marabá, Parauapebas e Canaã dos Carajás, no sudeste paraense.

Mais 25 complexos estão em construção. Somente em 2025, o Estado já entregou Usinas da Paz em Castanhal, Marabá e Abaetetuba, beneficiando diretamente mais de 616 mil pessoas. A próxima entrega prevista é da UsiPaz do município de Benevides, também na Região Metropolitana.