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PREVENÇÃO CONTRA A MONILÍASE
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Amêndoas de cacau sem documentação de trânsito são incineradas em Juruti

A carga de 200 kg foi encontrada em um barco, em sacarias irregulares, e tinha como origem a cidade de Parintins, no Amazonas

Por Nathalia Lima (ADEPARÁ)
28/04/2025 13h36
Amêndoas sendo incineradas

Como parte das ações para proteger o território paraense da doença do cacaueiro e do cupuaçuzeiro, a monilíase, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) destruiu 200 kg de amêndoas de cacau vindas de Parintins, no Amazonas. A carga foi encontrada em uma embarcação, no último domingo, no Terminal Hidroviário de Juruti, no Baixo Amazonas.

No momento da apreensão das amêndoas, o responsável pela embarcação não apresentou a documentação de trânsito, contrariando o decreto estadual nº 3.954/2024, que proíbe a entrada, o trânsito e o comércio de materiais vegetais de cacau e cupuaçu e outras espécies hospedeiras do fungo da monilíase, vindos de Estados com ocorrência da praga.

“A nossa produção fica salvaguardada da possibilidade do ingresso de qualquer tipo de praga e doença em nosso território. Essa ação, é resultado do posto de fiscalização de Juruti, montado especificamente para atuação de combate e controle da moniliase no Estado”, disse o diretor-geral da Adepará, Jamir Macedo. 

Ação de fiscalização em embarcações

“Toda amêndoa de cacau fermentada e seca, para que possa entrar no Estado do Pará, provenientes de áreas de ocorrência da praga, devem estar acompanhadas do certificado de classificação do produto tipo 1 e tipo 2 e com nota fiscal da sacaria”, explicou o engenheiro agrônomo da Unidade Local de Sanidade Agropecuária (Ulsa) de Juruti, Mário Ferreira.  

Para impedir a entrada da praga, a Adepará atua em três frentes: vigilância ativa nas propriedades cadastradas pelo programa do cacau, ações de educação fitossanitária e fiscalização do trânsito agropecuário de produtos de origem vegetal nos postos fixos e volantes. 

Terminal Hidroviário de Juruti recebendo fiscalização

“Segundo o dono da carga, que mora em Santarém, as amêndoas foram compradas de um produtor na cidade de Faro, sendo embarcadas em Parintins, no Amazonas, considerada zona de risco. Porém, não tinha documentação comprovando a origem”, disse o agente fiscal agropecuário Jakson Queiroz. 

Após inspeção fitossanitária, os 200 kg de amêndoas foram incineradas por apresentarem alto risco para a cadeia produtiva do cacau paraense. Toda ação de fiscalização fitossanitária no município contou com a coordenação da gerente da Ulsa, Perla Guedes, do engenheiro agrônomo Mário Ferreira e do agente fiscal estadual agropecuário, Jakson Queiroz. 

Praga - A monilíase é causada por um fungo resistente que ataca apenas os frutos do cacau e do cupuaçu. A principal característica da doença é a formação de um pó branco sobre os frutos, que são os esporos, facilmente disseminados pelo vento, e pelo homem ao transportar frutos contaminados. Outros sintomas são o inchaço ou deformação, manchas de cor marrom, apodrecimento da polpa, das sementes e mumificação dos frutos.

Educação fitossanitária - Para sensibilizar a população paraense, sobretudo a que vive nas regiões do Baixo Amazonas, área de risco para a entrada da praga, a Adepará realizou duas edições da Caravana da Monilíase no Pará. Em 2023, as ações de educação sanitária ocorreram em Tomé-Açu e em 2024 Juruti recebeu o treinamento do corpo técnico da Adepará, que após dias de imersão nas metodologias inovadoras de educação, seguiu para as comunidades rurais do município, informando sobre a doença e orientando que os moradores evitem transportar frutos de cacau e cupuaçu.