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Sespa alerta população sobre prevenção e tratamento da doença de Chagas

A transmissão ocorre pela ingestão de alimentos contaminados pelas fezes do barbeiro infectado e também pela picada do inseto

Por Mozart Lira (SESPA)
14/04/2025 16h45

Transmitida principalmente por meio do contato com as fezes de triatomíneos, insetos conhecidos como barbeiros, a doença de Chagas tem seu dia lembrado nesta segunda-feira (14). Nesse contexto, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) alerta a população sobre a importância de prevenir a doença, inclusive no pré-natal, a fim de evitar a transmissão vertical, da mãe para o bebê.

A doença de Chagas é transmitida pelo barbeiro infectado, que ao picar uma pessoa sadia deposita fezes contaminadas no ferimento, permitindo a entrada do parasito Trypanosoma cruzi na corrente sanguínea (transmissão vetorial).

A doença também pode ser transmitida por via oral, por meio de alimentos contaminados pelas fezes do Tripanosoma cruzy, devido à falta de controle de higiene e de cuidados no processamento. 

Insetos transmissores da doença de Chagas

Sintomas - Na fase aguda, os principais sintomas são dor de cabeça, febre, cansaço, edema facial e nos membros inferiores, taquicardia, palpitação, dor no peito e falta de ar. Como os sintomas iniciais parecem com o de outras doenças, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência para atendimento médico imediato, começando pelos exames.

O diagnóstico precoce é fundamental, pois quanto mais demora o tratamento, mais danos o parasito Trypanosoma cruzi causa no organismo, principalmente no coração e sistema digestivo

“Um paciente com suspeita da doença precisa comparecer à Unidade Básica de Saúde (UBS), ser logo notificado e imediatamente encaminhado para exame e início do tratamento”, explica o coordenador do Programa de Controle da Doença de Chagas pela Sespa, Eder Monteiro. Assim, o paciente recebe medicamento específico por dois meses e permanece sob acompanhamento pelo período de cinco anos na atenção básica municipal e, quando necessário, por especialista cardiologista, infectologista e gastroenterologista.

Assessoria técnica - Recomendações como essas já fazem parte de conteúdos repassados por dezenas de capacitações feitas pela Coordenação Estadual do Programa de Controle da Doença de Chagas, que correspondem ao papel da Sespa nesse fluxo, que é apoiar os municípios com assessoria técnica, por meio de treinamento de profissionais, para que a rede de atendimento esteja articulada e funcione da melhor forma possível, o que garante diagnóstico oportuno e tratamento imediato aos casos notificados.

“Além desses treinamentos, intensificados a partir de 2019, damos apoio aos municípios nas ações de prevenção da doença, tanto na Atenção Básica e nas escolas municipais, como também em ações educativas para produtores de açaí e treinamentos para batedores da fruta sobre as boas práticas na manipulação de alimentos”, complementa Eder Monteiro. 

Em abril, técnicos da Coordenação Estadual do Programa de Controle da Doença de Chagas estiveram nos municípios de Muaná, Breves, São Sebastião da Boa Vista e Afuá, no Arquipélago do Marajó, para intensificar as principais medidas de prevenção e controle da doença de Chagas. “Foram medidas desenvolvidas pela Sespa, a título de monitoramento e supervisão de campo nos municípios mais vulneráveis para avaliação dos casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)”, destaca o coordenador.

Essas providências ainda incluem ajuste de fluxo para atendimento dos casos suspeitos e confirmados; reuniões técnicas on-line para orientação e discussão dos surtos; webconferências com os coordenadores dos Centros Regionais de Saúde e representantes da Vigilância Epidemiológica; interpretação do diagnóstico laboratorial e fluxo de abastecimento da medicação para o tratamento específico e a importância da completitude das notificações na investigação dos casos.

A Sespa também colabora com uma série de iniciativas do governo do Estado, por meio da parceria da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), com instituições como o Ministério Público e a Universidade Federal do Pará (UFPA), visando ao aperfeiçoamento de práticas e inovações que permitam a garantia de qualidade do açaí vendido ao consumidor. 

Ocorrências - Atualmente, o Pará é responsável por cerca de 80% das ocorrências de doença de Chagas no Brasil. Em 2023, foram 536 casos confirmados em todo o Estado. No ano seguinte, os casos diminuíram para 485. De janeiro a março de 2025, foram 72 casos registrados. Os municípios com mais casos registrados este ano são: Breves (14), Barcarena (13), Belém (9), Muaná (7), Ananindeua (7) e Abaetetuba (6).

A Sespa informa, ainda, que 89% dos casos ocorrem por transmissão oral (alimentos contaminados); 53% dos afetados são do sexo feminino, e 50% dos casos são registrados em área periurbana, 24,3% zona rural e 24,3% zona urbana.

Para controlar os casos de doença de Chagas em municípios prioritários, a Sespa, por meio da Coordenação Estadual de Doença de Chagas e Vigilância Sanitária Estadual, tem realizado ações específicas em parceria com as Prefeituras Municipais e apoio do Ministério Público do Estado. “Devido às notificações estarem sendo feitas com mais tempo hábil, mais de 90% dos casos confirmados no Pará melhoram da doença, sem intercorrências”, enfatiza Eder Monteiro.