Capacitação fortalece manejo da dor em pacientes do Hospital Ophir Loyola
Evento aborda Protocolo da Dor e reforça abordagem multiprofissional no cuidado aos pacientes, principalmente os oncológicos
A dor é um sintoma multifacetado que envolve dimensões físicas, emocionais, cognitivas e sociais. Mais do que uma simples resposta biológica a um dano físico, representa uma experiência subjetiva influenciada por múltiplos fatores. Diante dessa complexidade e do perfil de pacientes assistidos no Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém, tanto em nível ambulatorial quanto em internação – especialmente nas áreas de oncologia, nefrologia e neurologia –, o Centro de Suporte de Enfermagem (CSE), vinculado à Diretoria Clínica, promoveu capacitação sobre o Protocolo da Dor para os profissionais da equipe de enfermagem e multiprofissional.

Segundo a enfermeira Maria do Rosário Fernandes, da Assessoria de Educação em Enfermagem, o objetivo é qualificar a assistência e fortalecer o manejo adequado deste sintoma nos diversos contextos de cuidado. “A atividade de educação continuada tem a finalidade de tornar os nossos colaboradores aptos a lidar com casos de queixa nos pacientes e executar procedimentos de acordo com o Protocolo de Dor do HOL. Isso contribui com os tratamentos padronizados, que promovam a uniformização das condutas e tornem a dor, no mínimo suportável, facilitando a recuperação do paciente, reduzindo custos hospitalares e melhorando os resultados assistenciais”, disse a profissional.
Estágios - A dor oncológica pode se manifestar de diferentes formas. Entre as principais categorias, destacam-se a dor nociceptiva, causada por danos nos tecidos do corpo, como músculos ou órgãos internos, e geralmente descrita como intensa e localizada; a dor neuropática, que tem origem em lesões do sistema nervoso e costuma ser sentida como queimação, formigamento ou sensação de choque elétrico, e a dor psicológica, que está associada ao impacto emocional da doença. Cada uma dessas manifestações exige uma abordagem específica.

O evento também enfatizou as diretrizes, os protocolos e os medicamentos voltados ao controle e manejo da dor causada pelo câncer, em uma apresentação conduzida pela médica anestesista e especialista em dor, Camila Lobo. A iniciativa faz parte de um conjunto de ações promovidas pela instituição com o objetivo de aperfeiçoar a assistência aos pacientes, por meio da capacitação contínua dos profissionais de saúde.
Tratamento - No contexto do tratamento, os opioides desempenham um papel central, já que “imitam" a ação das endorfinas, substâncias naturais do corpo responsáveis por aliviar a dor e promover sensação de bem-estar. No entanto, segundo a anestesista Camila Lobo, o tratamento da dor oncológica não deve se restringir à prescrição de medicamentos. Ela defende uma abordagem ampla e integrada, envolvendo as equipes multiprofissionais para que o atendimento seja mais eficaz e humanizado.
Para ela, o tratamento da dor oncológica é um dos maiores desafios no cuidado a pacientes com câncer. “A dor, além de ser um sintoma frequentemente subestimado, é multifatorial e requer uma abordagem integrada e multidisciplinar. Cada paciente é único, e a dor precisa ser tratada de forma personalizada, considerando o tipo de câncer, o estágio da doença e a resposta individual ao tratamento”, informou.

A psicóloga Letícia Martins, que atua no HOL, participou do evento e destacou a relevância da capacitação. "Sabemos que a dor é um sintoma muito frequente entre os pacientes oncológicos. Ter a oportunidade de adquirir mais conhecimento e trocar informações com a equipe que está se disponibilizando para essa capacitação é extremamente importante e enriquecedor. Estou animada, pois é um tema que gosto muito, especialmente por ser da neurocirurgia, onde lidamos com questões relacionadas à dor. Nossa equipe já discute e utiliza protocolos de manejo da dor em nosso dia a dia", disse.
Texto: David Martinez, sob orientação de Leila Cruz - Ascom/HOL